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Depois de aprovar um novo empréstimo de R$ 15 bilhões do Tesouro ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, autorizou, nesta terça-feira, 10, a venda de R$ 1,455 bilhão de créditos da usina Itaipu Nacional, que pertencem à União. Despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU), permite a operação de cessão onerosa dos créditos. Essa operação foi permitida, segundo o despacho, pelo Medida Provisória nº 600.

A MP, editada no final do ano passado, autoriza a União a fazer cessão onerosa ao BNDES e às suas controladas dos créditos de Itaipu. O pagamento, de acordo com a MP, poderá ser feito justamente com títulos públicos ou por ações de empresas de sociedade anônima que estão na carteira do BNDES.

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Essa é a segunda operação desse tipo que a União faz com o banco. No final do ano passado, no último dia útil de dezembro, o BNDES comprou, numa operação de triangulação financeira, R$ 4 bilhões de créditos de Itaipu e pagou com ações. A operação serviu para o governo fechar as contas e conseguir cumprir a meta de superávit primário de 2012. A venda entra como receita para o caixa da União.

O empréstimo de R$ 15 bilhões autorizado pelo governo ao BNDES na semana passada será feito com títulos públicos. Na prática, esses recursos podem voltar para o caixa do governo pelo próprio BNDES, para pagar os R$ 1,455 bilhão da cessão onerosa.

Uma medida provisória publicada ontem (20) no ‘Diário Oficial’ da União deu ao governo o direito de usar antecipadamente receitas da Usina de Itaipu que deveriam entrar nos cofres da União até 2023, em mais uma manobra para ajudar o Tesouro Nacional a fechar as contas, em especial a meta de economia para pagamento de juros da dívida, conhecida como superávit primário.

Além disso, a medida pode evitar aumentos ou mesmo auxiliar em novos descontos na conta de luz. Hoje, esses créditos de Itaipu somam cerca de US$ 15 bilhões.

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Com essa permissão, o Tesouro poderá emitir no mercado, a qualquer momento, títulos públicos até o limite deste valor de US$ 15 bilhões sem aumentar a dívida. Isso porque o governo vende um papel com base no que tem a receber da usina. Em 2023, a conta fecha. Na prática, o Tesouro tem autorização para comprometer receitas da usina de mais três governos.

Quando Itaipu efetivamente pagar o crédito, a receita já estará comprometida, pois o governo terá feito a dívida. Segundo a medida provisória, o dinheiro deve ser usado para pagamento da dívida pública.

A MP permite a emissão dos títulos em favor da Conta de Desenvolvimento Energético. A CDE é uma espécie de encargo "guarda-chuva" que, desde o fim do ano passado, passou a cobrir uma série de custos que incidiam nas contas de luz e eram pagos por distribuidoras e consumidores.

Foi por meio da CDE que a presidente Dilma Rousseff deu o desconto aos consumidores nas tarifas de energia, mesmo com a recusa da Cesp, Cemig e Copel em renovar antecipadamente as concessões. A estimativa anual de desembolso da CDE é de R$ 8,5 bilhões neste ano e em 2014 só com o programa de redução da tarifa.

O governo também lançou mão da injeção de recursos de créditos de Itaipu na CDE, em março, para criar uma espécie de empréstimo às distribuidoras de energia com o objetivo de cobrir os custos, no valor previsto de até R$ 4 bilhões, com a compra de eletricidade mais cara das usinas térmicas durante o período da seca. Isso evitou um reajuste extraordinário nas tarifas, que jogaria por terra o pacote de Dilma de corte da conta de luz.

Década

O governo já havia anunciado que usaria créditos de Itaipu para turbinar a redução da conta de luz, mas a MP publicada ontem (20) garante o uso antecipado de até 100% dos valores a serem depositados nos próximos 10 anos, quando acaba a dívida da usina com o governo brasileiro.

Como o fluxo de caixa anual normal do governo com Itaipu é de R$ 4,4 bilhões, o restante será antecipado com receitas futuras. "É mais uma prerrogativa operacional", disse Cléber Oliveira, subsecretário do Tesouro. A outra alternativa é a compra desses recebíveis pelo BNDES. Operação semelhante já foi feita no fim do ano passado para o governo conseguir receitas e cumprir a meta fiscal. O BNDES pagou com ações que estavam na sua carteira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sujeitos a limites de endividamento, prefeitos e governadores estão comprometendo o caixa de gestões futuras com operações financeiras moldadas para driblar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Em vez de recorrer a empréstimos tradicionais, submetidos ao aval da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), ofertam a investidores, em troca de receita antecipada, recursos a serem pagos por créditos da dívida ativa. Pareceres do Tribunal de Contas da União (TCU) apontam irregularidades na manobra e alertam para os riscos à saúde financeira de Estados e municípios.

Com foco em operação da Prefeitura de Belo Horizonte, a fiscalização põe em xeque captações de natureza idêntica, lançadas pelos governos de São Paulo e Minas Gerais - que já obtiveram quase R$ 1 bilhão por meio de "cessões de direitos creditórios". Cidades de grande porte, como a capital paulista, pretendem fazer o mesmo. Em instituições oficiais, como o Banco do Brasil, os pedidos de gestores públicos se avolumam.

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Para contornar essas regras, prefeitos e governadores classificam as operações como "alienações de direitos" ou "vendas de ativos", e não operações de crédito. Oficialmente, o poder público continua como titular da dívida ativa, com a prerrogativa de cobrar os débitos atrasados de contribuintes inadimplentes. Na prática, a receita que será obtida por meio das cobranças é usada para remunerar os investidores, a taxas generosas.

Para a área técnica do TCU, que já concluiu relatório a respeito, e o Ministério Público de Contas, trata-se, sim, de uma operação de crédito como previsto na LRF, cabendo aos gestores submeter as operações às exigências da lei. O principal argumento é que, a despeito do rótulo dado pelos gestores, as operações pressupõem obrigação financeira por parte dos Estados e municípios. Como ocorre nos empréstimos tradicionais, em troca de dinheiro antecipado, promete-se entregar, no futuro, dinheiro acrescido de juros.

O processo corre em sigilo no TCU, sob relatoria do ministro Walton Alencar, que preparará voto baseado nas conclusões da área técnica e levará o caso a julgamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Prefeitura do Recife vai fechar o ano de 2012 com o melhor resultado dos últimos quatro anos em recuperação de créditos tributários judiciais. Até o mês de novembro, foram recuperados R$ 58,9 milhões e a expectativa é encerrar o ano ultrapassando R$ 62 milhões. 

Para alcançar esse resultado, a Procuradoria Fiscal intensificou ações de cobrança e emissão de correspondências, no intuito de estimular as negociações com os contribuintes inadimplentes.

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Os recursos obtidos em créditos tributários judiciais representam cerca de 5,8% da receita própria da Prefeitura do Recife, somatório da arrecadação de taxas e impostos municipais do próprio exercício e através de cobrança administrativa (Secretaria de Finanças) ou judicial (Procuradoria Fiscal). 

CRÉDITOS JUDICIAIS RECUPERADOS

2009 - R$ 51.698.818,62

2010 - R$ 52.076.672,47

2011 - R$ 49.951.606,00

2012 - R$ 58.929.824,59 (Janeiro a Novembro)

 

 

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