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Balanço divulgado nesta segunda-feira, 8, pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) mostra que a adesão ao programa de bônus na Grande São Paulo voltou a subir em agosto, na comparação com julho, mas o volume de água economizado pela população ainda foi inferior ao registrado em junho, apesar do agravamento da crise de estiagem nos dois principais mananciais que abastecem a região.

Segundo a Sabesp, 76% dos clientes da Região Metropolitana diminuíram o consumo de água em agosto em relação à média dos 12 meses que vão de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014, sendo que 51% atingiram a meta de 20% de redução e ganharam o desconto de 30% na conta. Por outro lado, 24% aumentaram o consumo.

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Em julho, na parcial divulgada pela Sabesp entre os dias 1º e 25, que mediu o consumo durante a Copa do Mundo, entre 12 de junho e 13 de julho, 74% haviam reduzido o consumo de água, enquanto 26% gastaram mais no período. À época, a concessionária responsabilizou o aumento da temperatura e a diminuição da crise da água no noticiário durante o evento esportivo.

Em relação ao volume de água economizado pela população, que tem impacto direto no nível das represas, a Sabesp informou que 3.900 litros por segundo deixaram de ser retirados dos mananciais em agosto, o que resulta numa economia de 10 bilhões de litros no mês. O índice é maior do que o registrado em julho, quando a redução foi de 2.400 litros por segundo, mas ainda ficou abaixo da economia de junho, de 3.925 litros por segundo.

Nesta segunda-feira, o nível do Sistema Cantareira registrou nova queda, de 0,1 ponto porcentual, atingindo 10,1% da capacidade. Desde julho, o maior manancial paulista, que ainda abastece cerca de 6,5 milhões de pessoas só na Grande São Paulo, opera exclusivamente com água do chamado volume morto, a reserva profunda das represas.

Já o Sistema Alto Tietê, que abastece cerca de 4 milhões de pessoas, incluindo cerca de 1 milhão que eram atendidas pelo Cantareira antes da crise, caiu 0,2 ponto porcentual, chegando a 14,7% da capacidade.

As chuvas que caíram entre a noite desta terça-feira, 2, e a manhã desta quarta-feira, 3, no interior do Estado de São Paulo trouxeram alívio para moradores de cidades que estão sob racionamento de água. Em Itu, moradores foram para a rua e coletaram a água da chuva. Na região de Itapeva, produtores rurais iniciaram o preparo da terra para o plantio da safra de verão. Em algumas cidades, como Sorocaba, a chuva veio acompanhada de vento e granizo, causando alguns estragos. O nível do Rio Sorocaba subiu.

Com os níveis dos reservatórios abaixo de 30% da capacidade total pela primeira vez nos últimos 16 anos, a Bacia do Rio Paraíba do Sul também atravessa uma das piores estiagens de sua história e passou a fazer uma espécie de rodízio entre as suas represas para manter o volume mínimo de água necessário para geração de energia e abastecimento público.

Depois de determinar a liberação de 80 mil litros por segundo da Represa Paraibuna, a maior da Bacia do Paraíba do Sul, mas que chegou a 13% da capacidade por causa da estiagem na região, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) havia decidido poupar o reservatório para retirar mais água da Represa Jaguari, que liberava 10 mil litros por segundo e apresenta o melhor nível de armazenamento, com 37,9%.

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Com a decisão da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) de não aumentar a vazão no Rio Jaguari de 10 mil litros para 30 mil litros por segundo, o ONS manteve a liberação maior de outros reservatórios também com baixa capacidade de armazenamento.

Em abril, o jornal "O Estado de S. Paulo" revelou que relatório do ONS mostrava que a estiagem na Bacia do Rio Paraíba do Sul poderia deixar os quatro principais reservatórios com apenas 1,8% da capacidade já em novembro. O nível seria o mais baixo da história dos mananciais que abastecem a região do Vale do Paraíba e 80% do Estado do Rio.

O cenário é resultado de uma simulação feita pelo ONS com base na pior seca já registrada na região, em 1955, e na vazão de 190 mil litros por segundo que podem ser bombeados hoje na usina elevatória de Santa Cecília, em Barra do Piraí, para a geração de energia pela Light e para o abastecimento do Rio.

Por causa da seca, no mês passado, a Agência Nacional de Águas (ANA) reduziu de 190 mil litros para 165 mil litros por segundo a vazão da Barragem de Santa Cecília para preservar os estoques de água disponíveis nos reservatórios da Bacia do Rio Paraíba do Sul.

A decisão considerou a atual situação desfavorável na região, em função da falta de chuvas. À época, a agência federal informou que a redução de vazão será acompanhada de avaliações periódicas dos impactos que a medida terá sobre os diversos usos da água servida pelo Rio Paraíba do Sul e seus afluentes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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