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A missão de paz conjunta da ONU e da União Africana em Darfur (Unamid) foi encerrada oficialmente nesta quinta-feira, após mais de 13 anos de operações naquela região, localizada no oeste do Sudão, anunciou um porta-voz.

"A missão de paz terminou à meia-noite", declarou à AFP o porta-voz da Unamid Ashraf Eissa, informando que a retirada progressiva das tropas terá início em janeiro de 2021 e levará seis meses.

A Anistia Internacional acusou as forças do governo sudanês de realizar vários ataques com armas químicas contra uma zona montanhosa de Darfur, matando vários civis. Em um relatório divulgado nesta quinta-feira (29), a ONG afirma que ao menos 30 ataques com armas químicas foram realizados entre janeiro e setembro nos povoados da região de Djebel Marra, em meio a uma vasta campanha militar contra os rebeldes.

O relatório compreende imagens de crianças com queimaduras químicas, de povoados destruídos e de pessoas deslocadas, além de trechos de entrevistas de mais de 200 sobreviventes e de especialistas em armas químicas.

O documento "reúne provas da utilização repetida, nos últimos oito meses, do que parecem ser armas químicas contra civis (...) pelas forças sudanesas em uma das regiões mais isoladas de Darfur". A Anistia estima que "entre 200 e 250 pessoas podem ter morrido de exposição a agentes químicos, incluindo muitas crianças, talvez a maioria".

A ONG garante que as forças do governo também realizaram "bombardeios contra civis", "assassinatos ilegais de homens, mulheres e crianças"; e "sequestros e violações de mulheres" na região de Djebel Marra.

Estes ataques fazem parte de uma campanha militar contra os rebeldes do Exército de Libertação do Sudão-Abdel Wahid Nour (SLA-AW) e merecem a classificação de "crimes de guerra" e "crimes contra a humanidade".

Darfur é palco de um conflito sangrento desde 2003, quando rebeldes de minorias étnicas pegaram em armas contra o governo em Cartum, controlado pela maioria árabe.

O presidente sudanês, Omar el Bechir, lançou desde então uma violenta repressão e a ONU estima que os combates já deixaram 300 mil mortos e 2,5 milhões de deslocados nesta região composta por cinco Estados.

Bechir, acusado pela Corte Penal Internacional por crimes de guerra e contra a humanidade em Darfur, proclamou no início de setembro que a paz havia retornado a Darfur.

Cartum limita o acesso de jornalistas à região, mas uma missão conjunta das Nações Unidas e da União Africana (MINUAD) está em Darfur desde 2007.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, informou que dois integrantes da força de paz em Darfur, no Sudão, foram mortos em um ataque nesta quinta-feira (16).

O chefe das Nações Unidas não deu mais detalhes sobre o ocorrido, mas afirmou que outubro tem sido um mês sangrento com 14 trabalhadores mortos em Darfur, no Mali e na República Centro-Africana (RCA). "Isso destaca o ambiente de excepcional risco no qual os integrantes das missões de paz operam", disse.

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Grupos rebeldes têm lutado no oeste do Sudão há mais de uma década, mas a situação de segurança na região piorou este ano. Fonte: Associated Press.

Quase dois milhões de pessoas foram deslocadas pelo conflito em Darfur, a província ocidental do Sudão, que vive um ressurgimento da violência, indicou nesta segunda-feira um alto funcionário da ONU.

"Nós estimamos o número de deslocados em quase 1,9 milhão, e há 1,3 milhão de pessoas afetadas pela violência ou pela insegurança alimentar", declarou Ali Al-Zatari.

"Isso totaliza 3,2 milhões de sudaneses de Darfur que necessitam" de ajuda humanitária, disse Zatari a líderes de uma comissão responsável ​​pelo acompanhamento da implementação de um acordo de paz assinado em 2011 no Catar entre o governo sudanês e os rebeldes nesta província.

Contudo, este acordo foi rejeitado pelas mais importantes facções rebeldes.

As Nações Unidas já haviam afirmado no mês passado que os confrontos tribais e os combates entre rebeldes e tropas do governo em Darfur provocaram o deslocamento de 460.000 pessoas este ano.

O governo sudanês parece impotente contra essas tribos, que ele mesmo armou para lutar contra os rebeldes que atuam na região há dez anos, mas que agora disputa entre si por terras, água e direitos minerários.

Darfur é palco desde 2003 de violentos confrontos entre o exército e as tribos de um lado, e rebeldes do outro.

Esse conflito longo e devastador fez pelo menos 300.000 mortos, segundo a ONU. Cartum fala de cerca de 10.000 mortes.

Há vários meses, os combates entre tribos experimentaram um ressurgimento da violência, a principal ameaça para a segurança da região, de acordo com as autoridades.

Homens armados atacaram uma equipe de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), matando sete pessoas e ferindo outras 17 em Darfur, no oeste do Sudão. Eles portavam metralhadoras e, possivelmente, lança-granadas, afirmou o porta-voz da ONU Chris Cycmanick.

Após o ataque, reforços chegaram para resgatar os feridos, que incluíam duas mulheres policiais. Nenhum grupo reivindicou imediatamente a autoria do ataque.

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Responsáveis pela manutenção da paz têm sido alvo de agressões na região desde que a força internacional começou os trabalhos no país em 2008. No último ataque, homens armados mataram um pacificador nigeriano em abril. Fonte: Associated Press.

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