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O Tribunal de Justiça Desportiva de Pernambuco (TJD-PE) decidiu, nessa segunda-feira (16), que o meia Jean Carlos, do Náutico, vai ficar de fora das próximas dez partidas organizadas pela federação estadual. Ele podia pegar um gancho de 90 dias na Série B pela reclamação desproporcional contra a árbitra Deborah Cecília na final do Campeonato Pernambucano 2022

Depois de acertar uma cotovelada no volante Yuri Bigode, do Retrô, em uma disputa por espaço, Jean foi expulso e partiu para cima da árbitra. Ele precisou ser contido pelos adversários e companheiros de equipe. Antes do cartão vermelho, o movimento foi revisado no VAR.

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“Jamais tentei agredi-la verbalmente ou fisicamente. Eu tentei explicar que tentei tirar o braço. Mostrar pra ela que não tinha dado a cotovelada. No começo eu disse ‘tá de sacanagem, eu tirei o braço’. E depois fiquei repetindo ‘eu tirei o braço, eu tirei o braço’, nada mais”, relatou o meia durante o julgamento.

Como já havia relatado na súmula, Deborah Cecília reafirmou que se sentiu ameaçada pela reação do jogador. “Procurei dar dois, três passos para trás e estiquei meu braço como forma de reflexo, como uma autodefesa. Se não ele viria até a mim e eu iria cair para trás, sentada. O vídeo mostra a possível agressão, de uma possível peitada ou um murro. Tanto que ele teve que ser contido pelos outros jogadores”, indicou a árbitra.

O julgamento

Denunciado por tentativa de agressão contra Deborah, o camisa 10 teve a queixa desqualificada pelo tribunal, que o puniu conforme dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

Pela cotovelada no jogador do Retrô, Jean recebeu a pena mínima prevista no artigo 254-A e pegou quatro jogos de suspensão. O gancho se estendeu por mais seis partidas, baseado no artigo 258, que trata de desrespeito à arbitragem.

A procuradoria do TJD-PE vai recorrer do resultado e ainda deve denunciar o meia pela agressão ao volante do Retrô Gelson, que foi empurrado pelo rosto quando tentou afastar Jean da árbitra. O empurrão não foi relatada na súmula da partida.

O meia Jean Carlos foi denunciado nesta segunda-feira (9) pelo procurador do Tribunal de Justiça Desportiva de Pernambuco Roberto Ivo. Pela tentativa de agressão contra a árbitra Deborah Cecília, na final do Campeonato Pernambuco, o jogador do Náutico pode pegar um gancho de pelo menos 90 dias. 

Pela cotovelada em Yuri Bigode, que causou a expulsão, Jean pode pegar gancho de até 12 jogos organizados pela Federação Pernambucana de Futebol. O artigo 254 é a base para as denúncias. O julgamento acontece na próxima segunda-feira.

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A árbitra Deborah Cecilia relatou em súmula uma possível tentativa de agressão do meia Jean Carlos, do Náutico, que foi expulso na final do Campeonato Pernambucano, no sábado (30). Mas, na prática, como isso pode implicar em uma penalidade ao jogador?

A reportagem do LeiaJá identificou que no Código Brasileiro de Justiça Desportiva não existe nenhuma menção ao termo “tentativa de agressão contra a arbitragem”. Mas isso não significa que a atitude de Jean Carlos pode passar impune. Lembrando que, até essa segunda-feira (2), ele não foi denunciado pela situação, mas, caso seja, ele pode ser enquadrado, pelo menos, em um artigo.

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De acordo com o Art. 258 do CBJD, a pessoa que “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código e desrespeitar os membros da equipe de arbitragem, ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões'', pode acarretar em uma suspensão de uma a seis partidas, além de uma multa entre 100 reais e 100 mil reais. 

Não dá para cravar que ele está passível das punições, ou que o caso se resuma apenas a esse artigo, visto que sequer houve denúncia. Porém, com relato em súmula, é bem provável que aconteça. 

Nas redes sociais, o jogador pediu desculpa pela ação, mas fez questão de reforçar que não tentou agredir a juíza e que sequer usou palavrões contra ela. Jean disse que "apenas reclamou da expulsão", ainda que tenha admitido ter exagerado nas reclamações.

O Salgueiro largou atrás na briga por uma vaga na final do Campeonato Pernambucano. Neste sábado (15), o Carcará perdeu para o Santa Cruz com um gol de pênalti que deu o que falar. O técnico Evandro Guimarães confia que pode reverter o placar, mas ficou incomodado com a marcação da árbitra Deborah Cecília.

"O que muda é a casa. Vamos jogar em nosso campo, onde conhecemos bem. Nossa equipe se comporta bem fora de casa, mas lá nos favorece. Está tudo aberto ainda, não nos deixamos abatar pelo placar. Aconteceu com um pênalti, uma tomada de decisão que pode mudar o que acontece dentro do jogo, mas foi um bom jogo", disse.

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Além do pênalti, o comandante não gostou da postura dos jogadores corais na hora de praticar o fair play. Segundo Evandro, os adversários poderiam ter sido mais espírito esportivo e por isso, orientou seus atletas que também não fossem tão corteses.

"Viemos com uma proposta de jogo e nela não havia um pênalti, mas foi um lance isolado. Temos que manter a tranquilidade, isso acontece. Acredito no nosso trabalho, ele nos credencia para chegar às finais. O Santa Cruz usou de artifícios que não são legais, como a pancada no rosto do Valdeir, onde não respeitaram o fair play, então também mandei que não o fizessem. É melhor entregar a bola e manter o bom clima no jogo", afirmou.

O treinador do Carcará conta que o placar não tirou o ânimo nos vestiários. Pelo contrário, o clima entre os jogadores do Salgueiro segue de muita confiança na classificação. "Eles estão tranquilos, já nos preparamos para essas partidas. Um fato isolado de jogo não muda. Nós tínhamos que ter muito equilíbrio, passou o primeiro tempo, agora é o segundo", contou.

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Se para Sport e Santa Cruz o clássico deste domingo (26) não decidiu título e ainda contou com atletas considerados reservas dos dois lados, para Deborah Cecília, de 31 anos, a partida teve uma representação valorosa. A árbitra conduziu o confronto entre tricolores e rubro-negros, na Ilha do Retiro, se concretizando como a mulher que voltou a apitar um clássico do futebol pernambucano, após mais de 20 anos.

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Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, Deborah revelou os detalhes da sua participação e ainda comentou críticas sofridas antes mesmo de entrar em campo. Para a árbitra, sua atuação representa um momento histórico, não pelo lado técnico, mas no que diz respeito à participação feminina no futebol, considerado por ela como “muito machista”. Conduzir o Clássico das Multidões, inclusive, foi a realização de um sonho.

“Esse jogo para mim foi um marco. Era um sonho apitar um clássico. Os comentários positivos absorvi e os negativos deixei de lado. O ambiente do futebol ainda é muito machista, mas aos poucos vamos derrubar o preconceito. Isso vai fazendo a diferença. Considero minha atuação como positiva, principalmente pelo combate ao machismo. Tive todo respaldo da comissão de arbitragem, porque eu sei que não é fácil colocar uma mulher para apitar”, declarou Deborah, em entrevista ao LeiaJá.

Bem fisicamente e acompanhando os lances de ambas as equipes, Deborah precisou se impor em vários momentos do jogo. Apesar de um confronto que não traria muitas definições para Sport e Santa Cruz, a partida foi disputada. “A gente está lidando com o Clássico das Multidões. Não estou desmerecendo os outros, quero deixar isso bem claro. Se eu não tomo uma atitude mais rígida, o jogo não iria acabar. O espírito é de clássico, independente se são reservas ou titulares, é uma rivalidade entre eles. Se eu não chegasse junto, o jogo não iria acabar. Poderia sair briga e eu teria que expulsar”, comentou a árbitra.

Deborah é árbitra profissional há seis anos. Depois de conduzir o clássico, ela começa a traçar uma nova meta. “Meu próximo sonho é apitar o mundial. Vou me preparar como sempre, estudando, sem menosprezar jogo, aprendendo com os mais experientes. Tudo nós podemos e não desistam. Cheguei aqui e abri caminho para as próximas mulheres. Não tive medo nenhum, estava muito tranquila o jogo todo”, finalizou. No vídeo a seguir, assista mais relatos da árbitra:

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Antes da atuação de Deborah Cecília, a última mulher a apitar um clássico do Campeonato Pernambucano foi Maria Edilene, no dia 8 de novembro de 1992. Na ocasião, o jogo também foi entre Sport e Santa Cruz. 

Um clássico do futebol pernambucano voltará a ser apitado por uma mulher, depois de 20 anos. Torcedores que forem ao confronto entre Sport e Santa Cruz na Ilha do Retiro, pelo Campeonato Pernambucano, no próximo domingo (26), assistirão Deborah Cecília, 31, comandando a partida, marcada para iniciar às 16h. 

De acordo com a Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Deborah é a segunda árbitra pernambucana escalada para conduzir um clássico profissional. Maria Edilene foi a primeira a apitar um jogo dessa categoria, em 1992, no dia 8 de novembro. Na ocasião, o confronto também foi entre tricolores e rubro-negros.

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Destacando sua satisfação em apitar um clássico, Deborah revelou que comandar Sport x Santa é a concretização de um sonho. “Eu me sinto muito honrada e feliz pela oportunidade de estar realizando um sonho de apitar um clássico no meu Estado. Eu não esperava que seria agora, mas ao mesmo tempo estou preparada para esse jogo", comentou a árbitra, em entrevista ao site da FPF.

Presidente da Comissão Estadual de Arbitragem (Ceaf), Salmo Valentim enalteceu a boa desenvoltura de Deborah. “A Deborah vem de um momento equilibrado em todos os pilares que são: físico, psicológico, social e técnico. Ela tem feito grandes jogos, no Estadual deste ano, por exemplo, já apitou seis partidas. Conduziu também um jogo na Copa Verde, um no Campeonato Brasileiro Feminino e um na Copa do Nordeste”, disse Valentim, conforme informações da assessoria da FPF.

Deborah é árbitra profissional há seis anos. Recentemente, se tornou a primeira mulher a apitar um jogo da Copa do Nordeste, ao conduziu Altos x Moto Clube, nessa quarta-feira (23). Confiante em sua desenvoltura, ela promete foco no Clássico das Multidões. “Conversei agora pouco com Bárbara (psicóloga da Ceaf) e com Martha (psicóloga da CBF), falei que estou ansiosa para dar o apito inicial. Depois que o jogo começar essa ansiedade passa e eu esqueço que tem torcida e me concentro ali. Foco ali no jogo”, disse, de acordo com a FPF. 

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