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Quem for assistir à peça Let Me Stay (Deixe-me Ficar) de Julie McNamara achando que se trata de uma aula científica sobre o Alzheimer se engana bastante. O espetáculo é muito mais do que uma mera definição fisiológica, chega a ser uma obra sobre as relações humanas. No Recife, a montagem íntegra a programação do 21º Janeiro de Grandes Espetáculos e terá uma nova exibição neste domingo (25), no Teatro Apolo, Bairro do Recife. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

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O espetáculo traz uma abordagem diferente e sutil sobre os efeitos causados pelo Alzheimer. A britânica Julie McNamara propõe aos espectadores um monólogo, em que ela conta momentos de sua vida e de sua mãe (Shirley), que foi diagnosticada com Alzheimer.

É uma obra delicada e sensível, que une momentos cômicos mesclados ao fato ter que lidar com a doença diariamente. Ao longo do espetáculo Julie vai deixando o espectador mais a vontade e demonstrando que um dos segredos da vida é saber driblar as diferenças.

A britânica registrou as histórias, imagens, vídeos e canções de sua mãe, Shirley, filmando-a e fotografando-a em toda a sua glória durante muitos anos. A obra envolve e emociona, é uma carta de amor narrada em primeira pessoa, em que Julie interpreta todos os personagens da peça.

No desenrolar do espetáculo, a britânica vai contando todas as aventuras que a mãe passou e os delírios de amor por estranhos que ela tinha. É um monólogo de amor. Uma relação de afeto e respeito com o diferente. Na peça, Julie trabalha a ideia de que é possível admirar e entender que não há respostas ou lógica para tudo nessa vida. Certas situações têm de ser vividas, não importa se há sentido. 

Julie conta muitas situações em que Shirley se envolveu, desde abraçar estranhos na rua, não saber sobre o que está falando, esquece dos filhos, é como perder a noção do existencial. No início da peça, ela mostra que demorou a entender que a sua mãe tinha se tornado 'aquilo', a sua mãe 'deslumbrante', relata.

O Alzheimer é uma doença que afeta o cérebro e causa perda progressiva de memória. Com isso, Shirley ia se esquecendo de coisas que o ser humano tanto faz questão. Nomenclaturas, números e tudo que for codificado. Mas o amor, o afeto e o carinho pelas pessoas, Julie conta que sua mãe jamais esqueceu. 

O espetáculo conta com recursos de audiodescrição, da VouVer Acessibilidade, e legendagem, da Casarine Produções. Julie McNamara também oferecerá a oficina Direto da Fonte: Narrativa Teatral Através das Histórias de Nossos Mais Velhos, no Recife dia 25 de janeiro. 

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