Pouco mais de 15 dias após o término da greve da Polícia Militar (PM), as feridas deixadas na cidade de Abreu e Lima, uma das que mais sofreu com saques, ainda repercutem. Três estabelecimentos fecharam no município e outros ainda ameaçam fechar.
No dia 29 de maio, o Arco-Íris Supermercados anunciou na sua página do Facebook o fechamento da loja de Abreu Caetés III por considerarem alto o investimento necessário para a reconstrução. De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Abreu e Lima, seria necessário R$ 1,8 milhão para a reforma.
##RECOMENDA##Com o fechamento da filial, cerca de 60 funcionários estão sem trabalhar. Jeberson Lins era gerente da unidade e está esperando o posicionamento da rede. “Eles disseram que vão me realocar”, comenta. Alguns funcionários já foram desligados da empresa.
A princípio, o Arco-Íris havia garantido que as lojas permaneceriam funcionando, mas o prejuízo levantado inviabilizou as atividades. Este supermercado não foi o único que precisou parar as atividades. De acordo com o presidente da CDL de Abreu e Lima, Evandro Alves, foram fechadas uma loja de joias de nome não divulgado e a Eletrônica Cabral – que ainda espera um incentivo do governo para cancelar o fechamento. “Ainda há outras ameaçadas e estamos tentando convencer estes lojistas a permanecerem no local. Estamos tentando lançar uma campanha para ajudá-los”, comenta o presidente.
Produtos de saques lotam Delegacia de Abreu e Lima
A loja Opção Moda costuma contratar temporariamente para o São João 100% da mão de obra, o que não deve ocorrer este ano. “A proprietária me disse que deve não deve contratar temporário este ano”, lamenta Evandro Alves.
O processo investigativo contra os saqueadores já foi iniciado. Segundo o Delegado de Abreu e Lima, Alberes Félix, cerca de metade dos produtos devolvidos pela população já foi entregue às respectivas lojas. Uma reunião ainda deve decidir o destino dos produtos de lojas não identificadas.