A família de Paulo Mariano de Arruda Neto, massagista do Náutico, usou as redes sociais, nesta terça-feira (16), para denunciar como "arbitrária" a sua prisão. De acordo com a publicação de Amanda Araújo, esposa de Paulo, ele foi preso no dia 24 de fevereiro de 2021, acusado de um assalto a ônibus em 2018.
A prisão ocorreu no CT Wilson Campos e, segundo a defesa do massagista, não houve nenhuma intimação, ou pedidos de esclarecimentos sobre o caso, feito pela justiça. O pedido de prisão veio da 1ª Vara Criminal da Comarca do Recife. Hoje, ele se encontra no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel).
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A família de Paulo, que afirma só ter tido conhecimento da acusação no momento da prisão, fez um apelo pela soltura dele, em contato com a reportagem do LeiaJá. “Assim como acredito na inocência do meu esposo, eu acredito que a justiça vai prevalecer”, disse Amanda.
"Como eu tenho certeza que ele é inocente, eu espero que o Habeas Corpus seja favorável para que ele venha para casa, que possa provar sua inocência. Eu espero que ele possa sair para poder ter a dignidade dele de volta. Tem sido difícil, tanto para ele no meio de tanta gente ali dentro, como para familia”, completou.
A defesa
Sua defesa afirma que ele é inocente. A advogada Virginia Barreto, que defende Paulo no processo em conjunto com seu sócio, Fernando Coelho, explicou que no dia que o crime aconteceu, 25 de dezembro de 2018, Paulo estava com a família celebrando o Natal, afirmando que é possível ver três postagens deste dia no perfil do massagista no Instagram, uma delas com sua esposa. Além disso, Virginia ainda garante que o vídeo que consta no processo deixa claro que não era Paulo quem praticava o assalto naquela noite e que ele está preso de forma equivocada. O apelo é para que as imagens sejam analisadas.
"A foto que aparece nas imagens, se for comparada com Paulo, são pessoas completamente diferentes, se você mostrar a uma criança ela vai ver que não é a mesma pessoa", diz a advogada, que ainda se posiciona contra o pedido de prisão por 'garantia da ordem pública'.
"Quais os fatos sobre a prisão de Paulo que afetariam a sociedade? porque a sociedade não se manteria da forma como está se Paulo estivesse em liberdade? Não tem um fundamento", explica.
Segundo a advogada, Paulo tem emprego e residência fixa, bons antecedentes, o que já é suficiente para ter o direito de se defender em liberdade. "Paulo tem tudo que pode rebater os argumentos de uma prisão provisória", pontua.
A advogada ainda faz uma análise sobre outro fato da acusação. "São três homens acusados e um menor, segundo ela, todos da comunidade do Coque, na região central do Recife. Paulo reside em Paulista e, ao contrário deles, não responde por outros crimes", diz.
Paulo já teve uma liminar do pedido de liberdade provisória negado na 1ª Vara Criminal da Capital, mesmo com as provas apresentadas, e agora aguarda a resposta de um Habeas Corpus impetrado no Tribunal de Justiça do Recife. A expectativa é de uma decisão favorável nos próximos dias. Paulo nesse momento se encontra preso no Cotel aguardando o caminhar da justiça.
"Hoje, o que a gente clama ao judiciário é que seja olhada a condição individual de Paulo, a lei permite que ele se defenda em liberdade", finaliza a advogada.
Tribunal de Justiça de Pernambuco
Na área de consulta processual unificada do site do Tribunal de Justiça de Pernambuco, consta o processo de número 0009343-08.2019.8.17.0001, contra Paulo Mariano de Arruda Neto e mais dois acusados. Confira trechos do despacho.
“A defesa do denunciado PAULO MARIANO DE ARRUDA NETO, através de advogados devidamente habilitados, requereu o relaxamento da prisão e a revogação da prisão preventiva. Com vista, o Dr. Promotor de Justiça, através de seu respeitável Parecer de fls.177/184, manifestou-se pelo indeferimento dos pedidos formulados pela defesa (...) As questões levantadas pela defesa são puramente de mérito, que serão devidamente apreciadas após a instrução criminal. Considerando as circunstâncias dos fatos estão presentes os motivos e requisitos que autorizam a manutenção da custódia preventiva, imprescindível à garantia da ordem pública e à aplicação da lei penal (...)”
“Por tais razões é que se impõe a custódia preventiva do aludido denunciado, tendo em vista que a materialidade restou provada e há indícios suficientes da autoria delitiva (...) Vê-se que o fato imputado é marcado por extrema ousadia e destemor por parte dos envolvidos, sendo reclamada a prisão processual, a fim de garantir-se a ordem pública. Ante o exposto, por tais fundamentos, indefiro os pedidos formulados às fls.97/98-v e 99/112 e mantenho o decreto de prisão preventiva do denunciado PAULO MARIANO DE ARRUDA NETO, bem como dos demais acusados. Intimem-se. Aguardem-se as citações dos denunciados.”
Recife, 11 de março de 2021. Socorro Britto Alves Juíza de Direito.
Náutico
Em breve contato com a nossa reportagem, o vice-presidente jurídico do Náutico, Bruno Becker, explicou que, apesar da defesa de Paulo está sendo feita de forma particular, o clube segue atento ao caso. "É uma situação que não está sendo tratada direto com jurídico do clube, mas está sendo acompanhada de perto, estamos atentos ao que está acontecendo e dando todo apoio necessário", pontuou.
Confira a postagem no perfil de Paulo, feito pela sua esposa.
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