O início do dia de domingo, na semana de moda de Paris, foi dado pelo otimismo religioso de Kanye West (que não foi o único a levar religiosidade para as passarelas), porém, da forma mais dramática possível, a Balenciaga mostrou colher bons frutos de uma forma conceitual. A grife é comandada pelo georgiano Demna Gvasalia, que deixou a direção criativa da Vetements há pouco tempo para focar apenas na Maison.
Em mais de 100 looks que foram apresentados em uma passarela tomada pelas águas, que alcançavam os tornozelos dos modelos, o estilista exibiu seu ponto de vista apocalíptico chamando atenção para os desastres naturais e para as mudanças climáticas, dando vazão à mais nova palavra de ordem na moda: sustentabilidade.
##RECOMENDA##Num cenário totalmente preto a não ser por um holograma no teto, que projetou um céu calmo que logo se transformou em algo conflituoso combinado com uma trilha sonora industrial, o desfile que apresentou a coleção de inverno 2020 para o hemisfério norte não contou com primeira fila, pois as cadeiras estavam submersas. O show começou com uma primeira leva de looks pretos como capas, mantos, vestidos e ternos, confeccionados com materiais como borracha e látex, incluindo ombros megaestruturados, jaquetas e vestidos que repeliam a água que era lançada quando os modelos cruzavam a passarela, numa estética eclesiástica, dando gancho para Gvasalia falar sobre fanatismo e religiosidade.
Kanye West, que apresentou seu famoso culto, batizado de Sunday Service, em Paris, foi conferir a artística coleção da Balenciaga ao lado de Kim e Kourtney Kardashian e aproveitou para tirar uma foto com a editora-chefe da Vogue America, Anna Wintour, porém não na fila A, como de costume.
Por Junior Coneglian