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Há um mês, o professor de biologia Ismael Teixeira entrou em contato com a Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH) para denunciar um crime ambiental na praia de Muro Alto, no município de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife. Sem a devida atenção do órgão - mesmo diante da gravidade das imagens - ele resolveu procurar o LeiaJa.com para mostrar como uma grande área de restinga (vegetação que protege a região litorânea) está sendo desmatada 'debaixo do nariz' da CPRH, que inclusive tem placas instaladas no local.
##RECOMENDA##“Estava na praia quando percebi a ilegalidade que, inclusive, tinha uma placa da Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH) informando que era ‘proibido danificar a vegetação em recuperação’. Como cidadão preocupado com o meio ambiente e conhecedor da área, sei da gravidade e por isso resolvi fazer a denúncia”, explica Teixeira.
Segundo o professor, o local onde ocorreu o desmatamento e aterro da restinga trata-se de área de recomposição ambiental, como descrito em placa de aviso afixada no local pelo órgão de fiscalização. Ao entrar em contato com a CPRH para saber como fazer a denúncia, Ismael Teixeira foi surpreendido pela falta de interesse do órgão. O docente insistiu e resolveu se dirigir pessoalmente à sede da CPRH, no Recife. “Eu passei mais de duas horas esperando o ouvidor para fazer a denúncia. Depois de feita, tenho entrado em contato constantemente com o órgão, mas até agora nenhuma medida foi tomada”, explicou.
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A denúncia foi feita no dia 2 de fevereiro, mas, segundo o professor, os documentos e as imagens já rodaram pela Diretoria Florestal, pelo setor de Fiscalização e depois seguiu para a Unidade de Gerenciamento Costeiro (UGC). Até o momento, nada foi feito e o desmatamento continua acontecendo.
No último dia 21, quando Teixeira entrou em contato mais uma vez com a CPRH, foi informado que uma equipe teria sido enviada ao local para uma fiscalização. A pessoa que o atendeu disse que "como não havia ninguém, não pôde autuar a infração". O órgão ainda afirmou que teria solicitado à Prefeitura de Ipojuca auxílio na fiscalização.
O LeiaJa.com procurou a Prefeitura de Ipojuca, através da Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano do município, e a informação obtida é de que o órgão não tem conhecimento sobre o caso. “Isso é muito grave. Fiz a denúncia em caráter de urgência, ligo frequentemente para saber o andamento do processo, mas o que vejo é que não há qualquer movimentação do órgão sobre o fato", desabafou Teixeira.