Tópicos | Dia da Mulher

Há alguns anos era difícil encontrarmos, na sociedade, mulheres empreendedoras. O papel de criar e gerir o próprio negócio estava restrito aos homens. A figura feminina ficava de fora desse contexto. O preconceito que as mulheres sofreram, ao logo do tempo, foi um dos causadores dessa restrição. No entanto, grande parte desse cenário ficou para trás e muitas delas superaram essas dificuldades.

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no Brasil, atualmente, as mulheres estão buscando destaque no mercado empresarial assim como os homens. E, de fato, o quadro do empreendedorismo feminino mudou. Segundo o Sebrae, dos 21,1 milhões de pessoas que estão tomando conta de empreendimentos em estágio inicial ou com menos de 42 meses de existência no País, 49,3% são mulheres. Esses dados são da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2010).
 
Para o orgulho nacional, a pesquisa revela que as brasileiras são umas das que mais empreendem no mundo. Segundo o estudo, a Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) brasileira é de 17,5%. Esse percentual está acima da média histórica do Brasil (13,38%). A TEA é composta pela proporção de pessoas com idade entre 18 e 64 anos, que estão à frente de novas empresas.
 
O empreendedorismo feminino está crescendo em todo o mundo. Esse movimento se acentuou nas últimas décadas, especialmente devido à expansão do acesso à formação educacional de nível técnico e superior. Hoje, além dos tradicionais afazeres domésticos, elas querem se dedicar aos próprios negócios. Segundo o Sebrae, grande parte dos empreendimentos criados por mulheres são em pequenos negócios, nas empresas familiares e como profissionais liberais. A instituição também aponta que a figura feminina tem como principais características o conhecimento de mercado, a atenção ao planejamento e a capacidade para enfrentar os desafios do dia a dia.
 
Empreendedora da beleza
Mulher e beleza geralmente são sinônimos. E quando se juntam em um empreendimento, parece que as semelhanças se expandem ainda mais. Rosinha Leão, 43 anos, é um exemplo puro dessa mistura. Desde jovem, ela está envolvida com esse ramo. “Com 16 anos eu trabalhava num escritório e, ao mesmo tempo, vendia bijuterias”, conta Rosinha. No entanto, aquele tipo de comércio não expressava o objetivo de vida dela. “Eu queria algo mais. Também não queria trabalhar para ninguém”. Mais tarde, em um encontro com a sogra, veio o despertar para os negócios. “Fui almoçar com a minha sogra e vi o trabalho dela. Era com depilação. Na época, era muito caro. Passei um tempo aprendendo algumas técnicas e foi aí que descobri o que eu queria de verdade”, relata.
 
A empreendedora foi colocando em prática o que ela sabia sobre o serviço. “Fiz depilação em algumas amigas e elas adoraram. A clientela cresceu e eu comecei a atender nas residências das clientes”. O sucesso do trabalho foi tanto que ela começou a atender no salão de depilação da sogra. Ela conta que passou 10 anos no local e sempre estava atenta aos desejos dos clientes. “Escutava o que os eles queriam, e já começava a pensar em novos serviços”. Após esse período de trabalho, Rosinha resolveu investir em capacitação de técnicas de beleza. Daí por diante, ela abriu o próprio salão de estética, que até hoje fica localizado no bairro do espinheiro, no Recife. “O número de clientes aumentou consideravelmente, por issotive que contratar pessoas para trabalhar comigo. Procurei colocar vários serviços de beleza”, conta ela. O sucesso continuou firme, e a empresário investiu em outro salão, no mesmo bairro, incorporando ao negócio mais novidades do segmento. Ao todo, ela emprega atualmente mais de 20 pessoas. “Ainda tenho que administrar todo mundo. Mas, nem por isso, deixei de colocar a mão na massa”, revela.
 
A empreendedora já está firmada no mercado de beleza e se destaque no cenário empresarial. Inclusive, no início deste ano, ela foi uma das finalistas da edição estadual do Prêmio Mulher de Negócios. De acordo com Rosinha, ser uma mulher empreendedora é algo especial. “Ser mulher já é emocionante. É muito gratificante ver o resultado do nosso esforço”. Ela também destaca que para empreender, tanto o homem quanto a mulher, têm que ter coragem. “Eu acho que a vida é um risco. Empreender é um risco. Mas temos que ter confiança para realizarmos os nossos sonhos”, frisa Rosinha.
 
Tecnologia, mulher e empreendedorismo

As mulheres também estão por dentro dos avanços tecnológicos. É o caso da professora de biologia Vancleide Jordão. Com várias especializações, a professora conheceu o mundo tecnológico, mais especificamente a robótica, no ano de 1994, quando trabalhou em uma empresa do ramo. Foi um amor incondicional, que mais a frente se tornou um empreendimento. “A robótica surgiu na minha vida e eu gostei muito. Comecei trabalhando com pilhas e sucatas e logo viajei o mundo todo em eventos tecnológicos”, conta a professora.
 
Além de educadora, Vancleide se tornou uma empreendedora. Junto com outra professora de biologia, Vanja Jota, há cinco tiveram uma ideia. “A gente via a demanda de profissionais querendo trabalhar com tecnologia. Mas não bastava só computador. As crianças também precisavam brincar e estudar ao mesmo tempo. Assim criamos a Divertec, que é um espaço onde nós ensinamos a teoria da robótica e depois praticamos”, relata Vancleide.
 
A Divertec, que fica localizada no bairro de Casa Amarela, no Recife, se tornou um espaço educacional e de lazer, que atraiu a atenção de muitos estudantes. “Nós também temos brinquedos educativos, que fazem as aulas ainda mais prazerosas”, explica Vancleide. E não são apenas estudantes que frequentam a empresa, de acordo com a professora, profissionais fazem capacitação em robótica no local, que representa mais um dos serviços prestados no empreendimento. Atualmente, a Divertec já possui mais de mil clientes, além de prestar serviço em escolas que se interessam por tecnologia.
 
“A nossa alma educadora precisa investir na alma empreendedora. É ter coragem de realizar o que se pensa”, exalta Vancleide. A professora também conta que no mundo da tecnologia também há preconceito contra as mulheres, mas, ela explica como superar essa dificuldade. “A mulher sempre vai encontrar preconceito. No entanto ela tem que se capacitar e buscar especialização para se destacar”, aconselha a professora.
 
Perfil empreendedor
De acordo com Isabel Noblat, gerente de educação e orientação empresarial do Sebrae, “as mulheres são mais focadas do que os homens. Elas buscam oportunidades e fazem mais coisas ao mesmo tempo”. A gerente, no entanto, afirma que existem características comuns entre homens e mulheres, como planejar e acompanhar. Mesmo assim, Isabel destaca outro diferencial feminino. “A mulher tem uma capacidade muito grande de se adequar a mudanças. E esse é um forte diferencia.”, diz gerente.

Este ano, as mulheres comemoram os 80 anos da conquista do direito ao voto no Brasil. Quem viveu esse momento, de alguma forma, tem na memória a lembrança do sentimento que deu um novo brilho ao execício da cidadania no País. A dona de casa Celeste Colares Maia, 90 anos, sente orgulho dos bons tempos da busca consolidada.  “Lembro que me penteei, me arrumei e me maquiei. Fui com os meus pais, minha irmã Maria, meus irmãos João e Raimundo. Guiomar como era a mais nova dos irmãos só foi para nos acompanhar. Não esqueço jamais desse dia em que votei pela primeira vez. Era um papelzinho com os nomes dos candidatos e a gente marcava um "X" no nome do candidato escolhido. Hoje não voto mais porque não consigo sair de casa sozinha, mas quando votava sempre me arrumava toda ” afirma. 

Getúlio Vargas era o presidente que, em 24 de fevereiro de 1932, através do Decreto nº 21.076,  instituiu o Código Eleitoral Brasileiro. Segundo o texto, podiam votar livremente as casadas e as viúvas. As solteiras, apenas aquelas com renda própria - dois anos mais tarde tais restrições foram eliminadas.  Apesar da liberação do voto, até 1998 as mulheres ainda eram minoria no eleitorado brasileiro e somente em 2000 elas passaram a representar a maioria desse universo.  Já nas últimas eleições, em 2010, o número de mulheres aptas a votar superava o de homens em cinco milhões.

Em  2011 um novo marco histórico nas conquistas femininas foi registrado no país, com a eleição da  Dilma Rousselff à presidência da República, sendo a primeira mulher brasileira a assumir a presidência do Brasil. Sua vitória ocorreu no segundo turno contra José Serra (PSDB), com 56% dos votos válidos.  “A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um princípio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e as mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas e lhes dissessem: Sim, a mulher pode!”, disse Dilma após confirmada sua eleição. Este “Sim, a mulher pode!” Dilma ecoou em sua gestão ao nomear para cargos públicos estratégicos outras mulheres, especialmente em alguns dos ministérios. 

Para a PHD em Ciências Políticas e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alexandrina Sobreira, apesar das mulheres terem o que comemorar em 80 anos de voto, ainda há muito a ser conquistado. “Nosso espaço apesar de ter sido ampliado, especialmente dos anos 80 para cá, não fez crescer nossa representação nos poderes executivo, legislativo e judiciário, sendo um número ainda pequeno. Você vai às instituições do governo e encontra poucas mulheres ocupando cargos políticos”.

Dos congressistas, apenas 8,9% são mulheres. Nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras Municipais o percentual médio é de 12%. De acordo com Alexandrina Sobreira, o ideal seria que a representação feminina correspondesse a metade. “Assim como nos Estados Unidos a representação das mulheres deveria ser fifty fifty (cinquenta por cinquenta), meio a meio. Assim seria mais equilibrado”. Contudo, a Lei de Cotas brasileira determina  a participação mínima de 30%.



Presidentes na América Latina - Nos 33 países da América Latina, eleger uma mulher como presidente do país não é nenhuma novidade. Em 1974, a argentina María Estela Martínez de Perón, mais conhecida como “Isabelita” Perón, foi a primeira mulher a assumir o governo de um país, na região. Ela era vice-presidente na chapa do marido, Juan Domingo Perón, e com  a morte dele passou a ser presidente da Argentina.

Além da Argentina, que já teve duas mulheres no poder, e também do Brasil, agora com Dilma Rousseff, países como a Bolívia, Haiti, Nicarágua, Equador, Guiana, Panamá, Chile e Costa Rica também já elegeram mulheres para a presidência.  Hoje, na região ainda pode se ressaltar a Cristina Kirchner, eleita em 2007 e reeleita em 2011 na Argentina e a costarriquenha Laura Chinchilla, eleita em fevereiro de 2010.

“A presença de mulheres ocupando a presidência de países da América Latina significa que as pessoas desejam renovação. As mulheres têm a característica de serem mais agregadoras e conciliadoras, além de conseguirem executar várias tarefas ao mesmo tempo. Já os homens são monofocais, realizam uma ação por vez. A administração feminina também costuma ter uma característica importante porque as mulheres costumam fazer o monitoramento das ações, enquanto os homens preferem conferir apenas o resultado final”, observou a cientista política.

Mas Alexandrina faz ressalvas em relação a gestão feminina e afirma que a mulher deve ser firme nos seus propósitos de luta." Apelar para a fragilidade e apelo estético não são boas estratégias para líderes políticas. Outra prática que deve ser combatida é uma mulher ocupar um cargo político sem ter currículo para isso. Por exemplo, uma primeira dama de um município ocupar o cargo de secretária de ação social apenas por ser a mulher do prefeito”, avaliou.

Segundo ela, o voto é canal garantido de expressão silenciosa mais importante na vida de uma mulher, especialmente há 80 anos, quando ela ainda era sustentada por seu pai ou marido. Apesar de não usar a mesma frase da presidente do Brasil, “Sim, a mulher pode!”, a aposta da cientista para os próximos 80 anos de voto feminino, se afina com a de Dilma. “Foi através desse instrumento democrático que pudemos mudar parte de nossa trajetória política e minha aposta para os próximos 80 anos é que conseguiremos conquistar um espaço ainda maior na política e em outras áreas. O espaço que é justo: fifty fifty. Ou seja, espaços iguais ”, salientou.

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, festejado todo dia 8 de março, a Prefeitura do Recife, através da Secretaria Especial da Mulher, realizará diversas atividades em comunidades da cidade.

Nesta terça-feira (6), a partir das 15h, o tema enfrentamento da violência contra mulher será debatido na sede do Clube das Mães Coração de Maria. O espaço funciona nas dependências da Igreja São Sebastião, localizada na avenida Norte, 1122, no bairro de Santo Amaro, Zona Norte do Recife.

Ainda nesta terça, às 16h, o mesmo tema será abordado entre trabalhadores da empresa de ônibus São Paulo, localizada na avenida Beberibe, 1478, no bairro do Arruda, também na Zona Norte

Serviço:
Debate sobre o enfrentamento da violência contra a mulher
Quando: Nesta terça-feira, a partir das 15h
Onde: Sede do Clube das Mães Coração de Maria
da Igreja São Sebastião - Avenida Norte – 1122

Debate sobre o enfrentamento da violência contra a mulher
Quando: Nesta terça-feira, a partir das 16h
Onde: da Empresa de Ônibus São Paulo
Avenida Beberibe – 1478 – Santo Amaro

Aline Saldanha levou oito pontos na testa e ficou com o olho roxo porque o marido se irritou no trânsito e bateu nela. Maria do Carmo levou um murro no queixo porque comprou um guarda-roupa sem avisar. Helena Maria foi espancada porque o companheiro a encontrou com um amigo conversando em casa. Alice, Maria do Carmo e Helena Maria vivem a milhares de quilômetros uma da outra: a primeira em Olinda, a segunda em João Alfredo (no Agreste do Estado) e a terceira no Córrego do Euclides (comunidade pobre do Recife). As três têm profissões diferentes – atriz, comerciante e funcionária pública – e histórias de vida que poderiam jamais se cruzarem. O que as reúne é a decisão de romper o silêncio que permite a maridos espancadores continuar aterrorizando a vida de milhões de mulheres em todo o mundo.

A coragem de revelar que é espancada pelo homem que ama é difícil. Mas, timidamente, uma a uma fala um pouco sobre o drama que sofre em casa. Sem menos esperar alguns hematomas aparecem e a inevitável pergunta vem: o que foi isso? A resposta, em muitos casos, não acontece ou, às vezes, o silêncio se faz como resposta. Eis que uma se pronuncia: “Ele me deu uma surra tão violenta que eu cai e desmaiei. Quando eu acordei estava em uma poça de sangue. Ele me pegou pelos cabelos e disse que eu ia morrer”.

Pesquisa da Organização Mundial da Saúde, divulgada no ano passado, mostra que no Brasil 29% das mulheres relatam ter sofrido violência física ou sexual pelo menos uma vez na vida, sendo que 16% classificam a agressão como violência severa – ser chutada, arrastada pelo chão, ameaçada ou ferida com qualquer tipo de arma. Apesar disso, 25% não contaram a ninguém sobre o ocorrido e 60% não saíram de casa sequer por uma noite em razão da violência. Menos de 10% recorreram a serviços especializados de saúde ou segurança. A experiência internacional nessa área indica que, em média, a mulher leva dez anos para pedir socorro.

O silêncio em torno desse tipo de violência é resultado de um poderoso coquetel cultural, que coloca a mulher em situação inferior à do homem e, no caso da relação conjugal, mais do que isso. Na cultura patriarcal, o marido acha que tem plenos poderes sobre a mulher. Essa situação banaliza a violência como algo que "faz parte" da vida de qualquer casal. Nessa categoria do "faz parte", tenta-se colocar no mesmo nível os embates verbais mais acalorados que ocorrem em qualquer casamento e agressões físicas que vão de safanões e puxões de cabelo a assassinatos. A banalização da violência doméstica é o pano de fundo que explica a maneira pela qual a sociedade lida com (ou ignora) o problema. É o clássico "em briga de marido e mulher não se mete a colher".

Já seria complicado se fosse só isso. Não é. A trama do relacionamento conjugal é complexa e comporta sentimentos ambíguos. Os homens agressores não são todos estereótipos de monstros. Ao contrário. O que torna o problema difícil de lidar é exatamente o fato de se tratar de seres humanos, com todos os defeitos, qualidades e contradições que isso significa. Muitos cresceram num ambiente violento e aprenderam que esse é o caminho para resolver conflitos.

O silêncio em torno da violência doméstica tem uma consequência prática negativa sobre os esforços para enfrentá-la: impede o correto dimensionamento do problema. O Brasil ainda engatinha também nas políticas públicas voltadas para o atendimento à mulher. Engatinha, mas registra avanços. Até 1985, quando foi criada em São Paulo a primeira delegacia especializada em atendimento à mulher, o machismo e o despreparo tornavam ainda mais penosa a decisão de recorrer à polícia em caso de agressão.

Hoje, há mais 340 delegacias desse tipo em todo o País, o que é pouco quando se leva em conta que são 5.500 os municípios brasileiros, mas significa que muito mais gente tem acesso ao serviço atualmente. A criação dessa rede fez explodir o número de queixas. Investiu-se também em treinamento e na criação de uma rede de apoio que torne a queixa policial apenas uma parte do enfrentamento do problema, e não um fim em si. Em muitos casos, a mulher agredida precisa de acompanhamento psicológico e jurídico, ou de apoio para se qualificar profissionalmente e ter condições financeiras de se separar do marido. Em outros, necessita concretamente de proteção.

Um balanço divulgado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM) apontou que 80,31% das mulheres agredidas que ligaram para o 180 – Central de Atendimento – em 2011 sofrem algum tipo de violência com uma frequência muito alta. Os dados mostram que 58,64% delas dizem que são agredidas diariamente e, em 21,67% dos casos, a violência é semanal. A ocorrência é mensal para 5,29% ou acontece raramente para 9,19% delas. No total, a Central de Atendimento à Mulher totalizou 667.116 ligações em 2011 – uma média de 1.828 por dia. As denúncias de agressão física contra mulheres corresponderam a 61,28% das ligações relacionadas à violência.

Maria da Penha

Em 1983, por duas vezes, o marido de Maria da Penha tentou assassiná-la. Na primeira vez, por arma de fogo; na segunda, por eletrocussão e afogamento. As tentativas de homicídio resultaram em lesões irreversíveis à saúde dela, como paraplegia e outras sequelas. A partir daí, Maria da Penha transformou a própria dor em luta, conseguindo aprovar uma Lei titulada com seu nome na qual tipifica a violência doméstica como uma das formas de violação de direitos humanos.

A lei que alterou o Código Penal possibilita que agressores sejam presos em flagrante ou tenham a prisão preventiva decretada, quando ameaçarem a integridade física da mulher. Prevê, ainda, inéditas medidas de proteção para a mulher que corre risco de vida, como o afastamento do agressor do domicilio e a proibição de sua aproximação física junto à vítima agredida e aos filhos.

Foram muitos anos lutando para que a mulher conseguisse um instrumento legal para que o Estado brasileiro passasse a enxergar a violência doméstica e familiar contra ela. “Quem ama não mata”, “ Em briga de marido e mulher, vamos meter a colher”, “Homem que é homem não bate em mulher”, “Toda mulher tem direito a uma vida livre de violência”, “Sua vida recomeça quando a violência termina”, “Onde tem violência todo mundo perde”. Foram muitos slogans utilizados nas campanhas que trouxeram para o espaço público aquilo que se teimava em dizer que deveria ser resolvido entre quatro paredes do lar.

O som do apito
Uma outra forma de pedir socorro é pelo som do apito que funciona na comunidade Córrego do Euclides, em Recife, como sirene de emergência. A ideia que surgiu da ONG Grupo de Mulheres Cidadania Feminina funciona da seguinte maneira: uma mulher apita quando precisa da ajuda das companheiras. Essas, imediatamente, assopram seus respectivos apitos, desencadeando uma sinfonia de silvos potente o suficiente para intimar o agressor.  

A ideia foi plagiada das mulheres colombianas da década de 1970, que saiam às ruas apitando e batendo panelas para denunciar os protestos contra a agressão feminina. A proposta aderida pela comunidade fez as pessoas se identificarem. Aos poucos, um número cada vez maior de mulheres começou a sair às ruas, também apitando, inibindo possíveis criminosos e mostrando que elas podem, sim, reagir.

Mas o trabalho de apitar não é simplesmente chegar e pegar o apito, declara a diretora da ONG Rejane Pereira. “Ela passa por oficinas que as fazem se reconhecer como mulheres, e não como objetos. Praticamos atividades visando a vivência coletiva. Temos um grupo em que as mulheres se reúnem para conversar sobre seus problemas, sejam lá quais forem. Elas descarregam as dificuldades que passam em casa ou no trabalho, por exemplo, se identificam e se ajudam”.

Além do trabalho de conscientização elas implantaram o grupo Filosofia do Saber, em que discutem assuntos relacionados à identidade racial. “Há mulheres negras que sofrem preconceito e queremos que elas reflitam sobre seu papel, como mulher, na sociedade e na política. Recuperamos a história negra, ensinamos a cozinha afro-brasileira”, declarou Rejane.

A ONG possui 22 organizadoras e 79 participantes. A instituição é financiada pelas próprias mulheres e recebe ajuda do Fundo Brasil de Direitos Humanos. Elas também recebem o apoio do Governo Federal, que, junto à Secretaria de Política para Mulheres, reconheceu a Cidadania Feminina como ONG de relevância nacional.

Eterna luta pelos direitos

Durante muito tempo, o estudo sobre as mulheres foi uma questão ausente na historiografia. Voltada ao silêncio da reprodução materna na sombra da domesticidade, elas são as águas estagnadas, enquanto o homem resplandece e age. É assustador o número de ocorrências praticadas contra as mulheres, sendo que muitas não são levadas a conhecimento da autoridade competente, muitas vezes por constrangimento, algumas vezes em consideração aos filhos que não gostariam de ver os pais presos, ou por motivos íntimos e particulares da própria vítima.

Quantas mulheres carregaram consigo a culpa por serem vítimas de violência por anos a fio? A quantos silêncios elas teriam se submetido? Quanta violência não foi justicada nos tribunais pela “defesa da honra” masculina? Não são poucas as mudanças que a Lei Maria da Penha estabelece, tanto na tipificação dos crimes de violência contra a mulher, quanto nos procedimentos.

A mulher lutou tanto e continua lutando pelo reconhecimento de seus direitos e apesar de já haver conquistado o seu espaço, em boa parte, continua sem saber fazer uso de seus direitos conquistados, muitas ainda dependem do homem, talvez pela sua grande capacidade de amar, perdoar como esposa, companheira ou mãe, com toda sua delicadeza feminina em dom herdado pela divindade.

Serviço:
ONG Grupo de Mulheres Cidadania Feminina
Local: Rua Córrego do Euclides, 672
Alto José Bonifácio – Recife-PE
Telefone: (81) 3268-9582
E-mail:
cidadania.feminina@uol.com.br



Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, nesta quinta-feira (8), é sempre oportuno refletir sobre o tema. Especialmente quando se trata de comemorar o aniversário de 80 anos da conquista feminina ao direito de votar, no Brasil.

Além disso, outros registros agregam valor à data internacional.  Recente pesquisa revela que, no País, nos últimos 30 anos, dobrou o número de mulheres no exercício de profissões antes “reservadas”, apenas, aos homens. E, ainda, que as mulheres já representam quase 50% do quadro de empreendedorismo nacional.

Estatísticas à parte, é visível a crescente ocupação de espaço na política partidária nacional e internacional. No país, temos em Dilma Rousseff a marca histórica da primeira presidenta da República. E o quadro na América Latina não é diferente, só para citarmos algo mais em termos de referência.

No comportamento, o avanço vai além das escolhas profissionais e se revelam, na prática, em opções pessoais que rompem preconceitos de longas datas – como o de manter-se solteira  após os 30, 40 anos de idade, sem medo do velho estigma de “ficar para titia” ou coisa que o valha. Vida que segue!

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Uma propaganda de eletrodomésticos dos anos 1950. A mulher de avental serve alegremente a mesa de jantar em que estão sentados seu marido e filhos exemplares. Todos estão felizes neste que é o hipotético lar dos sonhos de qualquer mulher que assista ao referido vídeo.

Quase sessenta anos depois e a imagem dessa figura feminina que ocupa as propagandas na televisão passa a ser agora escolhida para enredos que firmem sua independência diante desse mesmo núcleo familiar. Agora, vê-se em todas as camadas sociais a liberdade financeira, a “sustentabilidade” das relações profissionais, amorosas e a aceitação de uma nova situação familiar (pós) moderna. Ela trabalha, é mãe, filha, esposa atraente e, se ainda não alcançou a independência financeira, está bem próximo.

A publicidade televisiva é apenas um dos filões pelos quais se pode observar a mutação dos valores vigentes em uma sociedade. O universo simbólico em que a figura feminina está inserida é especialmente relevante na sociedade ocidental. Conquistar novos espaços leva tempo e, geralmente, as mudanças vão se perpetuando nas gerações.

A mulher concebeu a maior revolução mercadológica dos últimos tempos, levando as lideranças empresariais descobrirem o riquíssimo potencial que mais agrega valor a mulher contemporânea: praticidade.

A instituição do Dia Internacional da Mulher nos permite crer que elas têm, sim, o que comemorar, porém entendemos que a data deva ser constituir num fórum de debates a não observância de determinados direitos, que continuam privilegiando os homens. Um dos exemplos gritantes é o da não aplicação do princípio da isonomia salarial.

Ciente dos desafios que as esperam, a mulher tem investido em sua formação acadêmica fator que a transformou como formadora de opinião e, consequentemente, agente de mudanças.

Entre as diversas causas do avanço da participação da mulher no mundo dos negócios destacamos o seu mérito pessoal, a escalada de desemprego, o sonho da independência financeira e econômica e a ajuda no orçamento familiar.

Colaboraram, também, a perda do poder aquisitivo, o desejo natural de assegurar melhor padrão de qualidade de vida aos filhos e a certeza de que poderia desempenhar, com a mesma eficácia e dignidade, tantas outras tarefas como a de dona de casa - que aliás, ela nunca abandonou.

Suprir essas necessidades e acreditar no sonho de dias melhores motivam as mulheres a trabalhar fora, apesar de a injustiça salarial caracterizar grande parte do universo feminino.

A verdade é que já não são as mulheres que seguem as tendências mundiais, mas as tendências mundiais é que buscam inspiração no novo estilo de vida redesenhado pela mulher.

E esse novo perfil está bem delineado na política mundial, onde mais de 17 mulheres comandam diferentes partes do mundo. E essa reconfiguração que também esta presente nas posições políticas vai aumentar. Recentemente, a diretora executiva da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e para o Empoderamento da Mulher, Michelle Bachelet, propôs cotas para aumentar a participação das mulheres na política.

O relatório Mulheres na Política 2012, produzido pela ONU Mulheres e pela União Interparlamentar (OPU), mapeia o progresso da participação política das mulheres por todo o mundo no último ano.

Cotas tiveram um efeito positivo no aumento do envolvimento das mulheres. Das 59 nações que tiveram eleições em 2012, 17 criaram cotas. Nesses países, as mulheres ganharam 27% das cadeiras parlamentares. Nos países sem cota, elas conquistaram 16%.

O relatório mostra que, de 2005 a 2012, o número de mulheres Chefes de Estado e de Governo cresceu de oito para 17, e que o número de ministras mulheres também cresceu de 14,2% para 16,7%. Países escandinavos apresentam a maior porcentagem de ministras, 48%, seguidos pelas Américas com 21,4%. O número de mulheres parlamentares no mundo permanece 19,5%.

Esse crescimento mostra a aceitação que a figura feminina vem tomando em grandes posições de destaque no mundo, algo que antes era inimaginável, principalmente no Brasil, uma sociedade altamente patriarcal e paternalista.

Diante de tantas conquistas relevantes e de rompimentos de tabus, nada mais justo que homenagear as mulheres, figuras tão emblemáticas e importantes para a construção de uma sociedade mais justa, equilibrada, igualitária, sem rótulos e preconceitos.

O dia 8 que surgiu de uma chacina de 129 tecelãs que lutavam por jornadas de trabalhos justas, hoje, simboliza bem mais que uma data em alusão ao massacre na fábrica em Nova York. Significa um momento de reflexão do importante papel da mulher nessa nova conjuntura social que está inserida.

Em suma, pode-se concluir sem titubear que a delicadeza e o toque feminino têm promovido transformações importantes no mundo e contribuído para o melhoramento das relações humanas e no desenvolvimento de povos e nações.

Diferente do perfil de décadas atrás, as mulheres hoje são exemplo de independência e luta no mercado de trabalho, no ambiente familiar, na vida social.  E elas próprias adquiriram novas filosofias, que proporcionaram mudanças de comportamento de geração em geração. A dona de casa Adilza Machado  Freire é um bom exemplo dessa transformação do sentir e ver as coisas de forma diferente e vivenciá-las na prática.

“Criei minhas filhas com independência. Hoje eu digo a elas: 'Vocês primeiro trabalham, se autossustentam. Depois vocês casam'“, afirma. Aos 66 anos, aposentada, ela saiu do município de Barreiros, na Região do litoral Sul pernambucano para morar no Recife. E passa hoje para as suas filhas o que viveu na realidade - primeiro se estruturou, trabalhou para comprar casa e apartamento, para só depois casar e ter filhos. 

Uma visão compartilhada por outras mulheres,  também com filhos do genero feminino. Marília Mendes, atriz e mãe de uma adolescente diz que "com o advento da pílula e do avanço das mulheres no mercado de trabalho, a palavra liberdade passou a ter um significado mais vibrante. Tento passar isso para minha filha, com a consciência de que independente do gênero ela deve lutar pelos seus ideiais e se colocar no mundo de maneira igualitária".

A opção em não constituir família e levar uma vida ainda mais independente é outra alternativa hoje comum no perfil da mulher contemporâna.  “Gosto de me relacionar com as pessoas, mas não gosto muito de estar com ninguém todo dia. Muito mais do que fazer uma crítica ao casamento, e dizer que sou contra, diria que o matrimônio é mais o perfil de quem não gosta de estar sozinha”, ressalta a assistente social e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Roberta Uchôa, 50 anos.

Mas a independência é considerada também sinônimo de respeito a si mesmo e aos outros. Para a arte-educadora Ana Elizabeth Japiá Mota, a educação dos filhos homens é algo relevante quando se trata de discutir o tema. "De pequeno já lhe ensino o respeito. Não consigo reproduzir para ele qualquer brincadeira, ou música, ou piada, ou gesto, que desrespeite a mulher. É simples". Ela é mãe de um garoto, Luca Mota de Assis que, por coincidência ou não, faz dois anos exatamente nesta quinta-feira, 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.


Arremesso de peso, lançamento de disco e salto à distância. Esportes como esses são consagrados em Pan-Americanos, e que fazem parte da vida de Janaína Gomes dos Santos, de 27 anos. Morena, cabelos escuros e dona de um olhar assustado, essa triatleta de sorriso singelo possui uma história de superação e luta, que dedicou todas as suas forças a um ideal repleto de sabedoria e sonhos.

Moradora da cidade de São Lourenço da Mata, Zona da Mata de Pernambuco, que fica aproximadamente seis quilômetros da cidade do Recife, adquiriu, ainda na adolescência, um câncer maligno em sua perna esquerda, chamado osteossarcoma, um câncer nos ossos, que pode se propagar para o pulmão e demais órgãos do corpo. Ela começou a dar sinais após a primeira gestação, aos 19 anos, que foi interrompida por um aborto espontâneo. 

Janaína só começou a sentir as dores que a doença causava, quando engravidou pela segunda vez, dois anos depois. A cada mês que passava a dor aumentava, e aos três meses de gestação ela não aguentava pisar no chão e começou a andar com dificuldades. Janaína procurou alguns médicos, e muitos afirmaram que era apenas uma contusão, até encontrar o obstetra Pablo Andrade, que solicitou alguns exames específicos. Foi detectado a partir de um raio X uma macha no joelho esquerdo, e os médicos a encaminharam para uma ressonância que, finalmente, comprovou o câncer nos ossos.

O problema se agravou quando Janaína foi informada que precisaria fazer uma escolha, entre o filho e a própria vida. “Os médicos junto com os meus familiares se reuniram para tentar me convencer a fazer o aborto. Porém, como não tinha como fazer um aborto oficial por causa da Justiça, eles iriam começar a aplicar a quimioterapia, sem se preocupar com a saúde da criança. A prioridade para a junta médica era salvar a minha vida naquele momento, mas, para mim, o meu filho era mais importante.”

Sem esperanças, Janaína tentou encontrar um meio termo, “Pensei no que eu poderia fazer para nos salvar, se caso não tivesse jeito morreria os dois”. O tempo foi passando, exames foram feitos, até sair a biopsia do câncer, informando que a doença estava muito agressiva, e que já tinha perfurado o osso do joelho, podendo causar a morte. A situação do bebê também era delicada, pois Janaína estava no quinto mês de gestação. “Como eu tenho muita fé em Deus, eu confiei nele e aceitaria qualquer decisão que ele me mostrasse, desde que eu pudesse ficar com o meu filho”.

Segundo ela, os médicos afirmavam que não havia outra alternativa, a não ser fazer o aborto para que ela sobrevivesse. “Depois que o médico me informou a notícia ruim, ele saiu da sala, e quando voltou, disse que tinha outra opção, a de amputar a minha perna.” E determinada para ter o tão esperado filho a jovem mãe respondeu de pronto: “Marque o dia e ampute”.

Quinze dias depois de tomar a decisão, Janaína deu entrada no Hospital das Clínicas tendo bulimia pulmonar, provocado pelo câncer. “A única coisa que pensei foi na morte. Tinha certeza que não voltaria pra casa”. Por causa das dores intensas e constantes, Janaína começou a tomar morfina de 15 em 15 minutos, mas mesmo assim, as dores persistiam. Um dos cirurgiões implantou um cateter diretamente no osso da perna. O que amenizou as dores nas pernas.

E no dia 21 de fevereiro de 2006, a então futura mamãe entrou no bloco cirúrgico para ser submetida a amputação da perna esquerda. “Não chorei, não me desesperei, só à noite que senti muitas dores, porque a gente fica com aquela sensação do membro fantasma”, explicou. Daquele dia em diante, a jovem que sofreu por ter perdido o seu primeiro filho, agora estava se dedicando a tão sonhada gestação.

Quatro meses depois Rafael, Gomes Ribeiro nasceu em uma quinta-feira, em um parto cesariano. Mãe e bebê só puderam se conhecer dois dias depois. “Eu não senti falta dele nesses dias, porque eu passei a gestação inteira com medo de que ele viesse ao mundo com alguma deficiência, por conta da medicação forte que eu ingeria”.

E com alívio em seu coração, Janaína pôde finalmente colocar o pequeno Rafael nos braços e fazer o seu papel de mãe: amamentá-lo. “Foi a minha primeira vez que eu realmente pude sentir a emoção de ser mãe”.

Após a complicação da gravidez para ter Rafael, Janaína ainda foi vítima de depressão pós parto, que se agravou por causa de uma infecção generalizada, devido as seções de quimioterapia e de complicações no casamento. “Mulher grávida já fica sensível, imagina com um câncer. Meu marido era muito novo e não soube lidar com a situação. A gente brigava muito, ele me agredia verbalmente, não aguentei e caí (entrou em depressão)”.

Janaína passou quase um mês internada no centro psiquiátrico do Hospital das Clínicas. O pequeno Rafael estava sendo cuidado pela ex-sogra, durante esse tempo. “Eu lutei e sofri muito para ter meu filho, e não vou passar o resto da minha vida dependente de remédios antidepressivos, eu quero sair dessa vida”.

De 2008 para 2009, ela conheceu uma das atletas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que falou do Projeto Paratleta do Núcleo de Educação Física e Desporto (NEFD). A partir daí, Janaína ingressou no Núcleo e hoje é uma das atletas do campus. Em 2011, a jovem mamãe participou de uma competição regional e de outra nacional. Hoje o sonho dela é chegar competir no mundial de atletismo. “Por ele (o filho) tudo valeu a pena, porque eu sei que Deus não o mandou em vão. Isso é ser uma mãe de verdade, é um amor incondicional, agora eu sei, porque eu sou mãe.” 

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