O Dia do Desafio, comemorado hoje (26), foi uma data instituída para incentivar a prática de exercícios físicos. A princípio, a comemoração surgiu na década de 1980 no Canadá, mas ganhou popularidade no resto do mundo. No Brasil, a The Association for International Sport for All (Tafisa) realizou a primeira celebração ao evento em 1995 e, a partir de 2000, a organização ficou por conta do Serviço Social do Comércio (Sesc) de São Paulo.
A data visa conscientizar as pessoas a praticarem pelo menos 15 minutos de exercício físico por dia, prática que pode melhorar tanto a saúde física quanto mental. Neste sentido, o estudante de Tecnologia da Informação Bruno Henrique, 33 anos, de São Paulo, começou a realizar corridas em seu bairro, para controlar sua ansiedade. “Adquiri muita resistência, corro dia sim e dia não. É legal ver que sou capaz de conseguir trajetos grandes, como 15 e 20km. Também uso esse tempo para tentar colocar a cabeça no lugar”, comenta. Durante a pandemia do Covid-19, Henrique precisou tomar alguns cuidados durante a corrida, como por exemplo, manter o distanciamento físico e escolher lugares que não possuem alto fluxo de pessoas.
##RECOMENDA##Por conta do isolamento social, causado em função da pandemia, a profissional de Educação Física Fernanda Pires explica que ao mesmo tempo em que pessoas fisicamente ativas sentiram falta da prática regular de exercícios, outros menos ativos também perceberam essa necessidade.
Para realizar qualquer atividade física, Fernanda recomenda o acompanhamento de um profissional que possua o conhecimento necessário para ajustar de maneira segura a sobrecarga, intensidade, amplitude e duração dos exercícios. Mas, caso isso não seja possível, a professora aconselha algumas práticas seguras para serem realizadas durante a pandemia. “Se possível, consulte um médico para verificar algum problema de saúde que impossibilite alguma prática específica”, recomenda. Em casos de sedentarismo, a professora aconselha a iniciar atividades moderadas, como caminhadas ou danças leves.
Outra dica da profissional é iniciar a prática de exercícios de 30 minutos, três vezes por semana. A duração e a frequência devem ser ajustadas de acordo com o condicionamento físico. “Muitos profissionais e instituições como o SESC e algumas universidades têm oferecido a prática de exercício físico sistematizado, gratuito e online. Aproveite essas oportunidades”, lembra Fernanda.
Neste momento de pandemia, Fernanda explica que é importante o apoio social para a aderência à prática de atividade física. “Por isso, crie uma rede de apoio, mesmo que remota, em que as pessoas contem quando e como fizeram a atividade física, ou façam juntos de maneira remota. Isso vai te ajudar a não perder o foco e a se manter em atividade”, recomenda.
Os benefícios de praticar atividades físicas
O médico e diretor científico da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro, Fábio Peralta, explica que a prática regular de exercícios previne e trata doenças cardiovasculares, melhora a capacidade respiratória, auxilia na manutenção de níveis normais de glicose e colesterol em doenças metabólicas e também ajuda na prevenção e tratamento de diversos tipos de câncer, como o de cólon, de mama e de pulmão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda no mínimo 150 minutos de atividades físicas regulares por semana. “Melhor ainda se puder adicionar 75 minutos de atividade mais intensa. Mas, para quem está sedentário, os 150 minutos de atividade física moderada já fazem diferença, o que traz impactos positivos para a saúde”, orienta o médico.
Embora a prática de exercícios seja recomendada, alguns cuidados devem ser tomados. Peralta lembra que existem estudos científicos que sugerem consequências danosas no volume de treinamentos. “É possível que níveis exagerados de exercício físico possam gerar repercussões estruturais no coração, que culminem em disfunção cardiocirculatória, além do prejuízo musculoesquelético (maior propensão a lesões musculares e articulares, além da possibilidade de fraturas por stress ósseo). Mas ainda precisamos de mais estudos para corroborar estes dados”, alerta.