Em 28 de maio é comemorado o Dia Internacional do Brincar, data que visa lembrar a importância da brincadeira no desenvolvimento infantil, em aspectos de criatividade, psicológico e educacional. Além disso, o Art. 31 da Convenção sobre os Direitos da Criança prevê a brincadeira como um direito de todas as crianças.
Durante o isolamento social causado pelo Covid-19, as brincadeiras infantis precisaram ser restringidas para o ambiente doméstico, algo que já era habitual para a fotógrafa Camila Teles, 26 anos, de São Paulo, e sua filha Maria Alice, de dois anos. “As brincadeiras consistem em ir no parquinho do condomínio, brincadeira com tinta, massinha, tudo com os brinquedinhos dela mesmo”, relata.
##RECOMENDA##A pedagoga, docente e coordenadora do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Guarulhos (UNG), Vanessa Angélica Patrício explica que as brincadeiras permitem desenvolver as capacidades motoras, cognitivas e sociais de uma criança, que após adquirirem esses aprendizados, levarão esta vivência para a vida adulta. “Ao brincar, ela forma conceitos, constrói conhecimento, socializa-se, adquire experiências que serão indispensáveis no seu cotidiano e além disso, desenvolve importantes capacidades, tais como a atenção, imitação, memória, imaginação”, descreve.
Vanessa destaca que é necessário a presença dos pais durante as brincadeiras, caso contrário, o desenvolvimento da criança pode ser comprometido, assim como os aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo. Outro ponto importante é que o ato de brincar deve ser encarado como fundamental para a formação de uma criança. “Brincar é algo sério e importante à vida humana e pode ocorrer de maneiras variadas. Por isso, pais e profissionais que fazem parte da formação de uma criança, é importante repensar sobre este assunto, para que tudo isso seja proporcionado à criança da melhor forma possível”, afirma a pedagoga.
Benefícios para os adultos
Embora o ato de brincar seja muitas vezes associado a crianças, a brincadeira também pode ser benéfica para adultos, na saúde física e psicológica, além de proporcionar prazer e bem estar ao organismo, como indica o psicólogo Roberto Debski.
Segundo ele, além do prazer e da diversão, a brincadeira também traz outros ganhos, como senso de pertencer a um grupo, foco, trabalho em grupo, empatia, otimismo, aprendizado, reforço de regras e convívio social, desenvolvimento da cognição, da percepção corporal e da linguagem verbal e não verbal na comunicação.
Debski lembra que o lazer e a descontração são fundamentais para uma vida saudável e a ausência desses momentos podem gerar estresse, ansiedade e outros distúrbios psicológicos, como burnout. “Se divertir serve como um antídoto para os males do mundo moderno, o que não quer dizer que somente devemos viver para a diversão, de uma maneira irresponsável e escapista”, aponta.
Segundo o psicólogo, é necessário realizar um equilíbrio entre a seriedade e a diversão. “Saber aproveitar os momentos da melhor maneira, incluindo a leveza em tudo se mostra uma estratégia equilibrada de vida, que favorece a saúde integral do ser humano”, define Debski.