Diane Keaton é uma daquelas atrizes fundamentais da história do cinema. Ela foi a musa de Woody Allen em alguns de seus melhores filmes, como Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977) e Manhattan (1979), interpretou a mulher de Michael Corleone (Al Pacino) na saga O Poderoso Chefão, dirigida por Francis Ford Coppola e iniciada em 1972, contracenou e foi dirigida por Warren Beatty em Reds (1981). Sua carreira invejável, de mais de 40 anos, fez com que fosse escolhida para receber o prêmio Ícone de Ouro no Festival de Zurique, que terminou no domingo, 5. "Estou muito empolgada com o troféu, quero representar as mulheres da melhor forma possível", disse, em coletiva de imprensa.
A atriz de 68 anos aproveitou para exibir seus mais recentes filmes, Um Amor de Vizinha, de Rob Reiner, e Ruth & Alex, de Richard Loncraine. Na comédia romântica Um Amor de Vizinha, que estreia na quinta-feira, no Brasil, ela faz Leah, uma viúva que sonha em ser cantora de bar e se envolve com o corretor de imóveis rabugento Oren (Michael Douglas). No drama Ruth & Alex, ela forma com Morgan Freeman um casal que precisa considerar uma mudança do apartamento onde moraram a vida toda. A atriz falou com alguns jornalistas estrangeiros durante o festival:
##RECOMENDA##Sua personagem em Um Amor de Vizinha foi escrita para você? "Não. Mas sugeri que ela fosse uma aspirante a cantora. Se eu tivesse uma voz incrível, ser cantora teria sido a maior emoção da minha vida. Para mim, a música é a experiência emocional mais instantânea que existe na vida, junto com o amor."
Sobre Ruth & Alex, "eu e Morgan Freeman somos um casal que viveu no mesmo apartamento por anos no Brooklyn. Ele é um artista de médio reconhecimento, eu era professora. Há a questão se vamos nos adaptar às novas circunstâncias ou não, porque ele está tendo dificuldades de subir os cinco andares de escada para chegar ao apartamento. O filme é sobre as pequenas coisas da vida".
Woody Allen é uma grande parte da sua carreira... "Sim, da minha carreira e da minha vida. Ele é grande".
Ele ainda está trabalhando, inacreditavelmente. "Eu costumava dizer que ele era a barata impossível de matar. Woody é muito mais forte do que você pode imaginar. Tem total controle sobre seus filmes".
E Al Pacino? "Muito diferente. É um tipo diverso de ator porque veio do teatro e ama literatura. Lembro de Al ler Shakespeare em voz alta, por horas. Ele ama o palco. E volta com frequência, o que não é comum para um astro de cinema.
Então, quando vocês estavam filmando O Poderoso Chefão, ele lia em voz alta?
Sim! Porque ele sempre estava planejando alguma peça".
Tinha ideia do impacto que O Poderoso Chefão causaria? "Não. Achava tudo estranho naquele set. Lembro que, no primeiro casamento, eles realmente serviram álcool. As pessoas ficaram bêbadas! Eu tinha 23 anos, a experiência toda foi um pouco demais para mim. Lá estava Marlon Brando, dançando com Talia Shire. Ele talvez tenha sido o mais extraordinário ator de cinema da história, e tinha desaparecido antes de morrer". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.