Tópicos | discursos de ódio

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) assinou, junto com outros parlamentares de oposição, o requerimento para convocar o advogado-geral da União José Levi Mello, para prestar esclarecimentos no Plenário da Câmara. A ação dos deputados pede explicações acerca da atitude da Advocacia Geral da União (AGU) de solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir, via embargo de declaração, a liberdade de expressão na lei que criminaliza a homofobia.

Os deputados temem que essa solicitação possa legitimar “discursos de ódio”. Para o Supremo, a repressão a atos homofóbicos não devem limitar “o direito de pregar e de divulgar livremente” conceitos relacionados à homossexualidade, entretanto, essas manifestações não devem configurar “discurso de ódio”.

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Tal consideração, descrita no acórdão, para alguns juristas, impede a livre exposição de ideias sobre o assunto. O Supremo, em junho do ano passado, deu um importante passo para combater a homofobia, transformando em crime práticas discriminatórias contra essa população. No entanto, para os deputados de oposição, o embargo de declaração proposto pela AGU é autoritário e representa um retrocesso, inclusive, possibilitando que os LGBTQ+ voltem ao estado de vulnerabilidade.

“Com essa ressalva na lei, a AGU quer legitimar manifestações que possam ferir os direitos dos homossexuais e, também, incitar à violência”, argumentou, em nota, Gadêlha. O deputado acrescenta: “Não podemos aceitar retrocessos, sobretudo quando eles dificultam o combate à LGBTQfobia”.

Desde junho de 2019, condutas homofóbicas passaram a ser punidas na Lei do Racismo. O requerimento assinado pelos parlamentares foi proposto pela deputada federal Natália Bonavides (PT).

Já faz algum tempo que o YouTube resolveu acirrar a fiscalização de conteúdos que violam suas políticas, principalmente, quando se trata da propagação de discurso de ódio dentro da plataforma. Nesta terça-feira (3), a rede de vídeos do Google divulgou o resultado dessa fiscalização e explicou um pouco do trabalho desenvolvido pelos seus colaboradores para manter sua premissa de plataforma aberta ainda verídica. 

A empresa divulgou que, desde 2016, funcionários da companhia trabalham em ações para manter o ambiente virtual seguro e saudável. Nos últimos 18 meses, as ações foram intensificadas com a diminuição e depois remoção de 80% dos conteúdos que violavam as diretrizes da plataforma. Em junho deste ano, a última mudança significativa feita pela YouTube foi justamente contra conteúdos nocivos, carregados de discursos que incitam ódio à diferentes indivíduos.

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Foram mais de 100 mil vídeos removidos por conta de discursos de ódio, cerca de 17 mil canais banidos da plataforma e 500 milhões de comentários excluídos pelo mesmo motivo.O número alto é reflexo da remoção de conteúdo antigo, que haviam sido permitidos pela companhia em anos anteriores. 

“Antes de fazermos o trabalho de remover o conteúdo que viola nossas políticas, precisamos garantir que a linha entre o que removemos e o que permitimos seja traçada no lugar certo - com o objetivo de preservar a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, proteger e promover um ambiente vibrante", afirma a empresa.

Além da campanha contra discursos de ódio, o YouTube afirmou que desde abril, trabalha para atualizar sua política de assédio, incluindo assédio de criador contra criador. Esses dados devem ser compartilhados nos próximos meses.

Tecnologia de aprendizado de máquina

A companhia também informou que - para realizar o combate de conteúdo faz uso desde 2017, de tecnologias de aprendizado de máquinas, que sinalizam os vídeos que podem ser considerados nocivos para análise humana, antes mesmo de serem vistos por algum usuário. "Esforçamo-nos ao máximo para garantir que o conteúdo que viole nossas regras não seja amplamente exibido ou mesmo visualizado antes de ser removido", afirma a companhia.

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