O período de quarentena não foi nada fácil para o casal Meghan Markle e Príncipe Harry. Em depoimento para lá de tocante para o The New York Times, a duquesa de Sussex revelou que enfrentou um aborto espontâneo. No artigo, ela conta em detalhes o que sentiu e como percebeu que estava perdendo seu segundo filho enquanto cuidava de Archie.
"Era uma manhã de julho que começou normal como qualquer outro dia. (...) Depois de trocar a fralda, senti uma caibra forte. Eu me joguei no chão com ele em meus braços, cantarolando uma canção de ninar para nos manter calmos, a melodia alegre em forte contraste com a minha sensação de que algo não estava certo. Eu sabia, enquanto agarrava meu primeiro filho, que estava perdendo meu segundo filho", revelou ela.
##RECOMENDA##Meghan ainda falou sobre como se sentiu quando já estava no hospital e relembrou a viagem que o casal fez para a África do Sul para cumprir compromissos da realeza.
"Horas depois, eu estava deitada em uma cama de hospital, segurando a mão de meu marido. Senti a umidade de sua palma e beijei seus dedos, molhados com nossas lágrimas. Olhando para as paredes brancas e frias, meus olhos ficaram vidrados. Tentei imaginar como nos curaríamos. Eu me lembrei de um momento no ano passado quando Harry e eu estávamos terminando uma longa turnê na África do Sul. Eu estava exausta. Eu estava amamentando nosso filho pequeno e tentando manter uma expressão corajosa aos olhos do público", disse.
Ela ainda narra que percebeu como a família se curaria do momento difícil após ver o marido de coração partido, mas olhando em seus olhos e perguntando se ela estava bem: "Sentada em uma cama de hospital, vendo o meu marido de coração partido enquanto ele tentava segurar os pedaços do meu, percebi que a única maneira de começar a cura é primeiro perguntando: Você está bem?"
A esposa de Harry ainda falou sobre a dor insuportável de perder um filho e sobre o tabu que o assunto ainda é entre as mulheres e famílias nos dias de hoje: "Perder um filho significa carregar uma dor quase insuportável, vivida por muitos, mas mencionada por poucos. Na dor da nossa perda, meu marido e eu descobrimos que em um quarto com 100 mulheres, dez a 20 delas sofreram aborto espontâneo. No entanto, apesar da impressionante semelhança dessa dor, a conversa permanece um tabu, repleta de vergonha (injustificada) e perpetuando um ciclo de luto solitário. Algumas tem corajosamente compartilhado suas histórias; elas abriram a porta, sabendo que quando uma pessoa fala a verdade, isso dá licença para todas nós fazermos o mesmo".
No texto, ela ainda citou o dia de Ação de Graças, comemorado na quinta-feira, dia 26 nos Estados Unidos, e falou sobre o fato das pessoas olharem nos olhos uma das outras pela primeira vez por causa do uso de máscaras em meio à pandemia do coronavírus. "Por mais distantes fisicamente que estejamos, a verdade é que estamos mais conectados do que nunca por causa de tudo o que suportamos individual e coletivamente este ano(...) Estamos nos ajustando a uma nova normalidade em que os rostos são ocultados por máscaras, mas isso nos força a olhar nos olhos uns dos outros -às vezes cheios de calor, outras vezes de lágrimas. Pela primeira vez, em muito tempo, como seres humanos, estamos realmente nos vendo. Estamos bem? Nós ficaremos", contou.