A edição número 4 da revista Empyre, da Marvel, trouxe uma informação surpresa no final. Os personagens Teddy Altman, o Hulkling, e o namorado, Billy Kaplan, o Wiccano, se casaram. Os personagens são os mesmos que se beijavam no livro Vingadores - A cruzada das crianças, que foi alvo de censura do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), na Bienal do Livro do Rio de Janeiro em 2019.
A saga Empyre traz o Imperador Hulkling, um híbrido das raças Kree e Skrull, unindo os dois impérios historicamente rivais para atacar a Terra. A minissérie, escrita por Al Erwing e desenhada por Valerio Schiti, tem seis edições e foi publicada na última semana.
##RECOMENDA##Hulkling e Wiccano foram criados por Allan Heinberg e Jim Cheung na revista Jovens Vingadores em 2005. Hulkling é filho do original Capitão Mar-vell e de uma princesa Skrull. Wiccano é o filho reencarnado de Visão e Feiticeira Escarlate.
A edição 4 de Empyre mostra que os personagens estavam casados em segredo. A revista revela no final, ao mostrar os dois se beijando, que eles realizaram uma pequena cerimônia de casamento com a presença de alguns poucos aliados.
Relembre o caso
Durante a Bienal do Livro de 2019, Crivella determinou o recolhimento do livro dos Vingadores em que havia o beijo dos dois personagens homens. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o gestor dizia que o quadrinho "traz conteúdo sexual para menores" e que deveria, portanto, ser embalado em plástico preto e apresentar um aviso sobre o teor do conteúdo. Uma liminar do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro proibiu a censura e classificou a postura de Crivella como uma "ofensa à liberdade de expressão constitucionalmente assegurada". O presidente do tribunal, porém, suspendeu a decisão do colega e autorizou o prefeito a recolher os livros.
No Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli atendeu ao pedido da procuradora Raquel Dodge e proibiu a apreensão dos quadrinhos na bienal. "O regime democrático pressupõe um ambiente de livre trânsito de ideias", assinalou o ministro. Na época, o youtuber Felipe Neto comprou milhares de exemplares de obras com temática LGBT para distribuição gratuita no evento. O caso teve repercussão internacional.