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O ministro do Interior da Tunísia, Ali Larayedh, foi escolhido para ser o novo primeiro-ministro do país, em substituição a Hamadi Jebali, que deixou o cargo depois de não conseguir formar um novo governo de tecnocratas.

Larayedh, que é alvo de várias críticas da oposição por não ter assegurado a estabilidade na Tunísia, é da ala linha dura do partido governista, a legenda islâmica Ennahda. Sua nomeação deve tornar ainda mais difícil encontrar um consenso para a construção de uma coalizão com outros partidos políticos.

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O partido escolheu Larayedh durante uma reunião que varou a noite. Ele será apresentado ao presidente Moncef Marzouki ainda nesta sexta-feira, disse Moadh Ghannouchi, filho do líder do Ennahda, à Associated Press.

A Tunísia entrou numa crise política após o assassinato de Chokri Belaid, um político de esquerda duas semanas atrás. Na terça-feira, o primeiro-ministro Hamadi Jebali renunciou, depois de seu próprio partido ter rejeitado a formação de um governo de tecnocratas.

A cisão entre o Ennahda e Jebali é vista como um profundo desacordo entre as alas extremista e moderada do partido. As informações são da Associated Press.

A lei islâmica não será a base e nem a referência da nova Constituição da Tunísia, a qual preservará a base secular da nação do Norte da África, disse nesta segunda-feira o partido de orientação islâmica da Tunísia, o Hizb al-Nahda (Partido da Renascença), ou Ennahda. O líder do partido, Ziad Doulatli, disse que o primeiro artigo da Constituição permanecerá igual ao da Constituição tunisina de 1959 e não fará menção a que a Sharia, ou lei islâmica, forme a base da legislação, com vários conservadores queriam.

A decisão marca uma ruptura entre o Ennahda, considerado moderado, e a minoria de muçulmanos ultraconservadores que passaram a ter voz e cadeiras no Parlamento da Tunísia após as eleições do ano passado. Doulatli disse que a decisão foi tomada "para fortalecer o consenso nacional e ajudar a transição democrática a ter sucesso, ao unir uma vasta maioria das forças que confrontarão os desafios da sociedade".

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"A experiência da Tunísia pode servir de modelo a outros países que buscam transformações semelhantes", disse Doulatli. No Egito, como em vários outros países de maioria muçulmana, a Sharia é mencionada na Constituição como fonte de toda a legislação. Sob mais de 50 anos de ditadura secular, desde que obteve a independência da França em 1956, a Tunísia está na frente do mundo árabe por suas leis progressistas, especialmente em relação aos direitos das mulheres. Muitos parlamentares de esquerda e liberais temiam que houvesse retrocesso após o Ennahda ter ficado em primeiro lugar nas eleições.

A decisão deverá provocar uma ruptura política com os salafistas - dos quais 10 mil fizeram uma manifestação no domingo em Túnis, pedindo pela lei islâmica. Apesar do grupo minoritário ser barulhento e militante, não está claro qual é a dimensão de apoio que os salafistas possuem no conjunto da sociedade tunisina. A decisão do Ennahda parece indicar que o apoio a eles não é amplo.

As informações são da Associated Press.

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