Tópicos | Ennio Morricone

O compositor italiano Ennio Morricone, que faleceu nesta segunda-feira aos 91 anos, foi responsável por mais de 500 trilhas sonoras para cinema e televisão. A seguir as mais famosas:

- 1964: "Por um Punhado de Dólares" de Sergio Leone

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- 1965: "Por uns Dólares a Mais" de Sergio Leone

- 1966: "Três Homens em Conflito" de Sergio Leone

- 1966: "A Batalha de Argel" de Gillo Pontecorvo

- 1968: "Teorema" de Pier Paolo Pasolini

- 1968: "Era uma Vez no Oeste" de Sergio Leone

- 1969: "Os Sicilianos" de Henri Verneuil

- 1970: "O Pássaro das Plumas de Cristal" de Dario Argento

- 1971: "Quando Explode a Vingança" de Sergio Leone

- 1971: "Decameron" de Pier Paolo Pasolini

- 1971: "A Classe Operária vai para o Paraíso" de Elio Petri

- 1971: "Sacco e Vanzetti" de Guiliano Montaldo

- 1974: "Medo sobre a Cidade" de Henri Verneuil

- 1975: "Saló ou os 120 Dias de Sodoma" de Pier Paolo Pasolini

- 1976: "1900" de Bernardo Bertolucci

- 1978: "Cinzas no Paraíso" de Terrence Malick

- 1978: "A Gaiola das Loucas" de Edouard Molinaro

- 1981: "O Profissional" de Georges Lautner

- 1984: "Era uma Vez na América" de Sergio Leone

- 1986: "A Missão" de Roland Joffé

- 1987: "Os Intocáveis" de Brian de Palma

- 1987: "Busca Fenética" de Roman Polanski

- 1989: "Cinema Paradiso" de Giuseppe Tornatore

- 1989: "Ata-me!" de Pedro Almodóvar

- 1989: "Pecados de Guerra" de Brian de Palma

- 1991: "Bugsy" de Barry Levinson

- 1992: "A Cidade da Esperança" de Roland Joffé

- 1998: "A Lenda do Pianista do Mar" de Giuseppe Tornatore

- 2000: "Vatel, um Banquete para o Rei" de Roland Joffé

- 2000: "Missão: Marte" de Brian de Palma

- 2015: "Os Oito Odiados" de Quentin Tarantino

Ele tinha 90 anos e estava em plena atividade. O genial compositor italiano Ennio Morricone, que revolucionou a trilha sonora do cinema, concedeu uma entrevista à AFP em novembro de 2018 sobre sua educação artística e a liberdade de compor, antes de uma apresentação em Paris que era parte de sua turnê de despedida do público.

"Il Maestro", como exigia ser chamado pelos jornalistas durante as entrevistas, faleceu em Roma nesta segunda-feira aos 91 anos.

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PERGUNTA: Há pouco tempo começou a dar concertos. O que isso significa para você?

RESPOSTA: Foi preciso que pedissem. Até então, eu não tinha percebido a necessidade do público em estabelecer contato comigo, com o desejo de descobrir meu trabalho ao vivo. Quis saber como seria e gostei.

P: Você apenas dirige suas próprias composições. Você nunca quis interpretar as dos outros?

R: Não, nunca me interessei. Não as conheço tão bem como as minhas, embora as admire.

P: Como se desenvolveu sua educação musical?

R: Me serviu um exemplo: quando eu estava no conservatório, conhecia um estudante que admirava, até o limite da obsessão, a obra de Giovanni Pierluigi de Palestrina, um compositor do Renascimento. Essa paixão lhe impediu avançar em sua própria formação, crescer como compositor. Quis evitar isso. Estudei as correntes clássicas, da Idade Média aos contemporâneos. Claro que eu gostei de muitas coisas, mas me abstive de me apaixonar. De modo que ninguém me influenciou de forma particular.

P: Quando criança, você frequentava a mesma escola que Sergio Leone. Como vocês voltaram a conviver no cinema?

R: Estivemos na mesma classe durante um ano, depois nos perdemos de vista durante muitos anos. Desconhecia no que ele havia se tornado. Ele viu meu nome nos créditos de um filme que havia composto a música. Veio a minha casa e me falou de seu projeto. Se tratava de "Por um Punhado de Dólares".

P: Como vocês trabalhavam juntos?

R: Falávamos com muita antecipação. Mas embora Leone me explicasse como seria seu filme, ele não me dava ordens. Era eu que o explicava o que tinha em mente, segundo o que ele me descrevia. Raras foram as vezes que ele me disse "não, eu preferiria isso, e não aquilo".

Depois dessa primeira trilha sonora, ele me pediu para fazer algo similar para "Por uns Dólares a Mais". Aceitei. Mas, para o terceiro filme, "Três Homens em Conflito", me opus. Disse a ele: "Não quero que a gente trabalhe assim. Não quero me repetir, me deixe fazer o que quiser". E acho que fiz bem.

P: Com base em sua música, que você mostrava antes das filmagens, Leone às vezes reescrevia algumas cenas...

R: Aconteceu várias vezes. Para a sequência de abertura de "Era uma vez no Oeste", em que o homem da gaita (Charles Bronson) é esperado por aqueles que querem eliminá-lo, Leone modificou seus planos e a localização da câmera em função da minha música.

P: Você inovava muito para a época, incluindo sons inabituais nas músicas de filmes, como assobios, sinos e guitarra elétrica. Você tinha liberdade total?

R: Não era tão difícil convencer os diretores. Sabiam que eu não me interessava em criar composições tradicionais, por isso também me procuravam. Eu gostava de trabalhar o som da realidade, o que ouvimos todos os dias. Esses ruídos que nos cercam têm sua própria música e poderiam compor outra comigo.

O célebre compositor italiano Ennio Morricone, um dos músicos mais admirados e premiados do mundo do cinema, faleceu em Roma aos 91 anos, informou a imprensa italiana, que citou pessoas próximas da família.

Morricone estava hospitalizado em uma clínica da capital italiana após sofrer uma queda na qual fraturou o fêmur, de acordo com as mesmas fontes.

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Ennio Morricone faleceu em" 6 de julho reconfortado pela fé", afirma em um comunicado o advogado e amigo da família Giorgio Assuma.

Ele permaneceu "totalmente lúcido e com uma grande dignidade até o último momento", completa o comunicado.

O venerado músico compôs a trilha sonora de dezenas de filmes, incluindo os temas imortais de "Três Homens em Conflito", "Cinema Paradiso" e "A Missão".

Em 2016 venceu o primeiro Oscar, pela trilha sonora do filme "Os Oito Odiados") de Quentin Tarantino. Em 2007 já havia recebido um Oscar honorário por sua abundante e elogiada carreira musical.

Há apenas alguns dias Morricone foi premiado, ao lado do também compositor John Williams, com o prêmio Princesa das Astúrias das Artes na Espanha.

"Adeus mestre e obrigado pelas emoções que nos presenteou", escreveu no Twitter Roberto Speranza, ministro italiano da Saúde.

Criadores das trilhas sonoras icônicas de "Três Homens em Conflito" ou "Star Wars", Ennio Morricone e John Williams ganharam nesta sexta-feira (05) o prêmio Princesa das Astúrias das Artes, por serem "dois dos compositores vivos mais venerados" do mundo.

"Entre suas obras estão algumas das composições musicais mais icônicas a sétima arte, que já fazem parte da imaginação coletiva", escreveu o júri em sua decisão, virtual devido à pandemia que atingiu fortemente a Espanha.

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O das Artes é o segundo dos prêmios internacionais considerados os mais prestigiosos do mundo iberoamericano, concedido anualmente pela Fundação Princesa das Astúrias.

São oito prêmios no total, concedidos este ano no ritmo de dois por semana, que honram pessoas ou instituições destacadas mundialmente em áreas que vão da pesquisa científica aos esportes, passando pelas letras e pela concórdia.

Noventa anos e em plena atividade. O genial compositor italiano Ennio Morricone, que revolucionou a trilha sonora do cinema, confessa que compreendeu há pouco a necessidade do público de escutá-lo ao vivo.

"Il Maestro", como exige ser chamado segundo as instruções de seu assessor, conversou com a AFP antes de um concerto show que oferecerá na sexta-feira em Paris e assegurou que teria "desejado falar de seu trabalho com outros grandes cineastas", como Argento, Bertolucci, De Palma, Malick e Tarantino, mas a entrevista terminou exatamente após os 20 minutos regulamentares.

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PERGUNTA: Há pouco tempo começou a dar concertos. O que isso significa para você?

RESPOSTA: Foi preciso que pedissem. Até então eu não tinha percebido a necessidade do público em estabelecer contato comigo, com o desejo de descobrir meu trabalho ao vivo, quis saber como seria e gostei.

P: Você apenas dirige suas próprias composições. Você nunca quis interpretar as dos outros?

R: Não, nunca me interessei. Não as conheço tão bem como as minhas, embora as admire.

P: Como se desenvolveu sua educação musical?

R: Me serviu um exemplo: quando eu estava no conservatório, conhecia um estudante que admirava, até o limite da obsessão, a obra de Giovanni Pierluigi de Palestrina, um compositor do Renascimento. Essa paixão lhe impediu avançar em sua própria formação, crescer como compositor. Quis evitar isso. Estudei as correntes clássicas, da Idade Média aos contemporâneos. Claro que eu gostei de muitas coisas, mas me abstive de me apaixonar. De modo que ninguém me influenciou de forma particular.

P: Quando criança, você frequentava a mesma escola que Sergio Leone. Como vocês voltaram a conviver no cinema?

R: Estivemos na mesma classe durante um ano, depois nos perdemos de vista durante muitos anos. Desconhecia no que ele havia se tornado. Ele viu meu nome nos créditos de um filme que havia composto a música. Veio à minha casa e me falou de seu projeto. Se tratava de 'Por um punhado de dólares'.

P: Como vocês trabalhavam juntos?

R: Falávamos com muita antecipação. Mas embora Leone me explicasse como seria seu filme, ele não me dava ordens. Era eu que o explicava o que tinha em mente, segundo o que ele me descrevia. Raras foram as vezes que ele me disse "não, eu preferiria isso e não aquilo".

Depois dessa primeira trilha sonora, ele me pediu para fazer algo similar para 'Por uns dólares a mais'. Aceitei. Mas para o terceiro filme, 'Três Homens em Conflito', me opus. Disse a ele: 'Não quero que a gente trabalhe assim. Não quero me repetir, me deixe fazer o que quiser'. E acho que fiz bem.

P: Apoiando-se em sua música, que você mostrava antes do rodagem, Leone às vezes reescrevia algumas cenas...

R: "Aconteceu várias vezes. Para a sequência de abertura 'Era uma vez no Oeste', em que o homem da gaita (Charles Bronson) é esperado por aqueles que querem eliminá-lo, Leone modificou seus planos e a localização da câmera em função da minha música.

P: Você inovava muito para a época, incluindo sons inabituais nas músicas de filmes, como assobios e guitarra elétrica. Você tinha liberdade total?

R: "Não era tão difícil convencer os diretores. Sabiam que eu não me interessava criar composições tradicionais, por isso também me procuravam. Eu gostava de trabalhar o som da realidade, o que ouvimos todos os dias. Esses ruídos que nos cercam têm sua própria música e poderiam compor outra comigo.

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