Tópicos | Estado Islâmico da África Ocidental

Pelo menos 30 pessoas morreram e várias mulheres e crianças foram sequestradas neste domingo à noite (10) em um ataque jihadista no estado de Borno, nordeste da Nigéria, onde o grupo Estado Islâmico da África Ocidental (Iswap) está presente.

Os insurgentes "mataram nada menos que 30 pessoas, a maioria gente que viajava pela estrada entre Maiduguri e Damaturu, e incendiaram 18 veículos", informou em comunicado Ahmad Abdurrahman Bundi, porta-voz do governo local.

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Segundo ele, "muitas mulheres e crianças também foram sequestradas".

O ataque aconteceu na altura do povoado Auno, a 25 quilômetros da capital do estado, Maiduguri.

Nesta segunda-feira, havia dezenas de caminhões, ônibus e carros incendiados na beira da estrada, constatou um jornalista da AFP.

Um membro das milícias que colaboram com o Exército nigeriano para combater os extremistas islâmicos indicou que cerca de 30 veículos foram queimados.

"Muitos caminhoneiros e seus ajudantes morreram, queimados vivos enquanto dormiam", disse Babakura Kolo à AFP.

Os atacantes também se apoderaram de três ônibus que estavam indo para Maiduguri.

"Não sabemos quantas mulheres e crianças foram sequestradas, mas é uma quantia importante", acrescentou Kolo.

Depois disso, os agressores saquearam o povoado de Auno e atearam fogo ao que viam pela frente.

A autoria do ataque não foi reivindicada, mas a região tem uma forte presença do ISWAP, uma facção do grupo armado Boko Haram que se dividiu em 2016.

Nas últimas semanas, esse grupo cometeu vários ataques e sequestros nas estradas da região nordeste.

O grupo geralmente instala postos de controle militares falsos nas estradas, vestindo uniformes de soldados para parar veículos e, depois, sequestrar passageiros, ou roubar cargas de caminhões.

No início de dezembro, 14 pessoas, incluindo dois trabalhadores humanitários, foram sequestradas na localidade de Jakana. No mês passado, quatro soldados nigerianos foram mortos, e sete ficaram feridos, quando os jihadistas atacaram seu posto em Auno.

Recentemente, as Nações Unidas alertaram para um aumento no número de ataques no nordeste da Nigéria, em particular devido à estratégia de "supercampos militares" do Exército nigeriano. Esta força armada reuniu suas tropas em alguns pontos específicos, em uma enorme região, onde a infraestrutura é pobre, ou mesmo inexistente.

Populações e ONGs denunciam regularmente essa tática, que deixa áreas inteiras do território desprotegidas, com milhões de pessoas vivendo em insegurança, sem proteção do Estado e sem acesso à ajuda humanitária.

O conflito entre as Forças Armadas nigerianas e o Boko Haram matou 35.000 pessoas e deslocou cerca de dois milhões desde 2009.

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