Tópicos | focos de incêndio

De acordo com um estudo realizado por 30 pesquisadores de diferentes instituições, aproximadamente 17 milhões de vertebrados morreram no ano de 2020, em decorrência das queimadas no Pantanal, bioma localizado na divisa dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que corresponde a 2% do território brasileiro.

A pesquisa é baseada no uso da “técnica de amostras de distâncias em linhas”, ou seja, os pesquisadores percorreram mais de 114 quilômetros de trilha, entre o início de agosto e metade de novembro de 2020, com as áreas sendo vasculhadas em até 72 horas depois do início do fogo causado pelos focos de incêndio.

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Dentre as maiores vítimas deixadas pelas queimadas, estão as pequenas cobras, em específico, as aquáticas. Ao todo, foram 9 milhões, número que corresponde a 60% de todos os animais mortos. O motivo pelo qual o número abrange esses répteis, é devido à baixa capacidade de locomoção, que acaba dificultando a fuga no momento do incêndio.

Vale lembrar que 17 milhões de mortes de animais é uma estimativa que pode estar aquém do que realmente aconteceu já que, durante o trajeto, os pesquisadores não consideraram encontrar carcaças dentro de tocas ou espaços ocos nas árvores, além de pequenos vertebrados que podem ter sido dizimados com as queimadas sem deixar registro.

Quando a conta considera ainda  os bichos que  sofreram sequelas com as queimadas, a estimativa aumenta para mais de 65 milhões de animais vertebrados afetados no Pantanal, além de outros 4 bilhões de invertebrados. Os dados são do artigo científico “Pantanal está pegando fogo e só uma agenda sustentável pode salvar a maior área úmida do mundo”.

Apenas nos primeiros 14 dias de outubro o Pantanal registrou 2.536 focos de incêndio no bioma, segundo pior número para o mês desde 1998, quando dados passaram a ser contabilizados.

As informações são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A tendência é de que outubro de 2020 supere a pior marca já registrada para o mês, que ocorreu em 2002, com 2.761 focos de incêndios no Pantanal.

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Em apenas duas semanas o registro de incêndios no bioma superou o total contabilizado em todo o mês de outubro de 2019, que teve 2.430 focos. O ano de 2020 acumula o maior número de queimadas na região.

Em setembro, o Pantanal teve o maior número de incêndios para um mês na história. Além disso, a região teve em 2020 o pior julho e o segundo pior agosto em relação à quantidade de queimadas.

As queimadas no bioma, agravadas pela maior seca em 47 anos, estão causando grande devastação e ameaçam santuários de animais como a onça pintada. Na Amazônia, também tem sido registrados recordes de incêndios e desmatamento.

Teoria do 'boi bombeiro'

A questão, além de prejuízo em si para os biomas, tem causado problemas internacionais para o Brasil, como ameaças para a concretização do acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

Em audiência pública no Senado, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que as queimadas no Pantanal seriam menos intensas caso houvesse mais gado no bioma, pois os animais comeriam o capim seco e inflamável. A teoria também foi defendida pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Da Sputnik Brasil

Desde o início do ano até o mês de agosto, a região do Pantanal, no centro-oeste brasileiro, tem sido alvo de queimadas. Até o dia 20 deste mês, foram detectados mais de oito mil focos, o maior número registrado desde 1998, quando as queimadas começaram a ser computadas. As informações são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e representam um aumento de 205% em relação ao ano passado.

O clima seco na região é um dos fatores que faz o fogo progredir, mas as ações humanas, como o hábito de atear fogo nas pastagens, são consideradas o principal catalisador das queimadas, visto que o centro-oeste brasileiro se destaca pela atividade agropecuária, tendo os municípios como Poconé e Corumbá (no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, respectivamente) com maiores números de focos de incêndio.

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De acordo com o líder local do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Júlio Cesar Sampaio, o mês de agosto costuma ser marcado por um longo período sem chuva, porém, locais que ainda deveriam estar inundados da chuva de outros meses secaram. O rio Paraguai, principal afluente da região, costuma alcançar 5,6 metros de média durante o período de cheias. O valor registrado em junho pela Marinha do Brasil foi de menos da metade, apenas 2,1 metros.

O incêndio que atinge desde o último sábado (17) o centro de Portugal continua ativo em quatro focos nos distritos de Leiria e Coimbra. No entanto, as perspectivas são favoráveis após o controle de 70% das chamas nas últimas horas, segundo dados da Proteção Civil.

Após os progressos registrados durante a madrugada desta terça-feira (20), dois mil bombeiros, apoiados por meios terrestres e aéreos, trabalham para reduzir o incêndio.

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No último balanço oficial, o número de mortos está em 64 e os feridos são 62 no município de Pedrogão Grande, onde se iniciaram as chamas no sábado, aparentemente pelo impacto de um raio em uma árvore seca, segundo a Polícia Judicial.

Hoje cedo, as equipes reestruturaram o plano de ação, mais otimista que ontem, porém, elas seguem cautelosas pelas condições meteorológicas, que podem complicar as tarefas de extinção.

O Instituto Português do Mar e Atmosfera prevê para hoje temperaturas em torno de 39 graus e ventos moderados nas áreas afetadas dos distritos de Leiria e Coimbra.
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou ontem para que se concentrem os esforços em combater o fogo, em vez de discutir as causas e suas possíveis responsabilidades.

"A prioridade agora é o combate ao incêndio e o apoio às vítimas e seus familiares", disse o presidente, acrescentando que "depois teremos todo o tempo do mundo" para debater outros assuntos.

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