Basta uma chuva mais forte para causar um grande transtorno aos moradores de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. A Avenida Aniceto Varejão é um dos pontos críticos do bairro. Pedestres têm que se aventurar no meio da pista, com água na altura do joelho.
O vigilante Cícero José da Silva sentiu na pele o perigo. Os carros passavam muito próximo a ele, enquanto o mesmo tentava arrumar a corrente da bicicleta, que soltou com a força da água. “Já é a terceira vez que ela (corrente) se solta. E os carros não querem nem saber, passam bem pertinho mesmo. Mas não tenho o que fazer, pois preciso dela para voltar para casa”, ressalta o vigilante.
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A dona de casa Isabela Carla enfrentou a água com a filha de seis meses nos braços. Segundo a moradora, o problema é recorrente. “Toda vez que chove temos que arriscar nossas vidas, pois existe muito bueiro aberto por aqui. É sempre a mesma coisa e a Prefeitura não faz nada”.
Aos 80 anos, dona Gesilda Silva precisou esperar a água baixar para retornar a sua casa. A idosa preferiu esperar a filha ir buscá-la com medo de sofrer um acidente. “É perigoso andar sozinha nesta situação. As canaletas estão entupidas e para completar o desnível nas calçadas é grande, podendo ocasionar a queda de quem passa", disse a idosa.
Um motorista de ônibus, que preferiu não se identificar, comentou que o alagamento acaba sendo prejudicial ao seu trabalho e para ajudar a população, ele acaba infringindo algumas determinações da empresa. “A chuva também prejudica a nós, motoristas, porque temos que ficar ainda mais atentos para não cair dentro de um buraco ou causar acidentes. Mas quem sofre mesmo é o pedestre, pois muitos colegas não entendem a situação do povo, que não tem condições de esperar na parada porque está tudo ilhado. Já eu me coloco na situação do outro e tento ajudar como posso”, lamentou.
Para não danificar o carro, alguns motoristas interrompem a viagem para não enfrentar o alagamento. Há mais de uma hora estacionado por conta da forte chuva, o maitre Claudio de Castro afirmou que só irá seguir para o trabalho quando a água baixar. “Eu prefiro passar quase duas horas esperando, que tentar passar e quebrar o carro. É melhor perder tempo, que ganhar prejuízo”, finalizou.
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