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Presidente da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), está encorajando seus colegas a seguirem o exemplo do Rio de Janeiro a buscarem na Justiça o cumprimento da lei que altera o indexador das dívidas dos municípios. Nessa terça-feira, 23, a 30.ª Vara Federal concedeu liminar que permite a redução da cobrança. Com a decisão, o saldo devedor do Rio passa de R$ 6,2 bilhões para R$ 1,2 bilhão.

"A Frente de Prefeitos não tem a personalidade jurídica que permita que isso aconteça, mas estamos incentivando que 180 cidades entrem na Justiça. São cidades que concentram o grosso da população, e é nas cidades que o cidadão busca o atendimento de suas demandas, como mobilidade, educação, saúde", avalia. Além do Rio, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Recife, Natal, João Pessoa, Cuiabá e Vitória fazem parte do grupo de municípios que esperam ser agraciados pelo novo cálculo de renegociação da dívida aprovado pelo Congresso, mas que precisa ser regulamentado pela presidente Dilma Rousseff.

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Para Fortunati a busca pelo recurso judicial está além de disputas políticas. "Das 180 cidades, 81 têm mais de 100 mil habitantes. Trinta e cinco são governadas pelo PSDB, 33 ligadas ao PMDB e 31 ao PT. Isso mostra que não é uma questão partidária", disse.

Aprovada em novembro do ano passado, a lei que renegocia a dívida altera o indexador. Com isso, o índice de refinanciamento passa a ser corrigido pela taxa Selic ou pelo IPCA, o que for menor, mais 4% ao ano. Sem a legislação, as dívidas continuam corrigidas pelo IGP-DI mais 6% ou 9% ao ano. "É um contrassenso que o governo vai ao mercado cobrando juros da Selic, e aos municípios com juros exorbitantes. O papel do governo não é o de agente financeiro", explica o presidente da Frente de Prefeitos.

Nota

Nesta quarta, a FNP divulgou nota de apoio à aprovação pela Câmara do projeto de lei que permite a renegociação imediata das dívidas de Estados e municípios com a União. O texto ainda precisa ser aprovado pelo Senado. A entidade defende a renegociação dos valores a serem pagos e afirma que a medida proporcionará reequilíbrio nos contratos.

A nota também cobra a alteração no indexador das dívidas prevista na Lei Complementar 148/2014, até hoje não regulamentada pelo governo federal. A mudança, conforme a nota "é uma das reivindicações da Carta dos prefeitos e prefeitas da FNP aos candidatos à Presidência da República, divulgada em setembro passado. Há mais de uma década, a renegociação dessas dívidas é uma bandeira de luta da FNP pelo equilíbrio federativo e responsabilidade fiscal".

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