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Lewis Hamilton foi multado pelos comissários da Fórmula 1 por ter cruzado a pista a pé para se dirigir aos boxes depois de colidir com George Russell, seu companheiro de Mercedes, logo nos primeiros instantes após a largada do GP do Catar, no domingo. A multa é de 50 mil euros, mas metade do valor não precisará ser pago caso o experiente piloto de 38 anos não cometa violações da mesma natureza até o fim da atual temporada.

O acidente ocorreu na curva 1, onde Hamilton tentou ultrapassar o parceiro e acabou tocando o carro dele. Os dois foram parar fora da pista, mas Russell teve condições de continuar para cruzar a linha de chegada em quarto lugar. Já o heptacampeão teve de abandonar a prova e atravessou a pista a pé, com a corrida em andamento. "Ele cruzou a pista que estava movimentada neste momento e alcançou a borda interna poucos segundos antes de o carro 63 (Russell) chegar em alta velocidade após sair dos boxes. Ele então continuou a caminhar até finalmente sair da pista", diz o relato dos comissários.

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De acordo com o relatório, Hamilton se desculpou pela imprudência. "Durante a audiência, o motorista do carro 44 se desculpou muito e percebeu que a situação poderia ter sido muito perigosa para ele e também para os pilotos que se aproximavam. Os comissários reforçaram o fato de que cruzar uma pista em movimento pode causar situações extremamente perigosas e os pilotos têm de ser muito cautelosos quanto a isso."

O piloto também pediu desculpas a Russell, logo depois da corrida, com uma publicação em suas redes sociais. "Assisti ao replay e foi 100% minha culpa, e eu assumo total responsabilidade. Peço desculpas à minha equipe e ao George", escreveu. Com o título de Max Verstappen definido no sábado, durante a corrida sprint, resta a briga pela vice-liderança no Mundial de Pilotos. Hamilton está na disputa, em terceiro lugar, com 194 pontos contra 224 do atual vice-líder Sergio Pérez, da Red Bull.

A sexta-feira foi o dia da apresentação de um dos carros mais aguardados para a temporada 2022 da Fórmula 1. Em Silverstone, na Inglaterra, a Mercedes, atual octocampeã do Mundial de Construtores, mostrou o seu modelo W13 que será usado neste ano e a grande novidade é a volta da cor prata como predominante em sua pintura. É o retorno da "Flecha Prateada", como era conhecida a equipe, depois de dois anos usando o preto como forma de apoiar as causas antirracistas.

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"Desde que o trabalho no W13 começou, vi um entusiasmo no nosso time como nunca antes, graças à quantidade de oportunidades que o regulamento técnico oferece", disse Toto Wolff, chefe da equipe, durante a apresentação. "Perto do fim do ano, quando o projeto de construção do carro realmente tomou forma, senti uma grande paixão em toda a organização, não só na arena técnica, mas também nas nossas bases em Brackley e Brixworth (ambas na Inglaterra), que abraçaram uma mentalidade de 'podemos fazer isso'", completou.

"Nos saímos muito bem durante a última grande mudança de regulamento para a era híbrida e tivemos uma boa performance quando passamos de carros mais estreitos para carros mais largos em 2017. Apesar de termos um bom histórico de pista, a minha mensagem é clara: não podemos depender do sucesso passado para a performance deste ano, mas podemos depender do nosso pessoal, da nossa cultura, nossa estrutura e da nossa mentalidade para fazermos o melhor trabalho possível em 2022", disse Wolff.

Principal piloto da equipe, o britânico Lewis Hamilton não escondeu o entusiasmo com o novo carro, ressaltando que as mudanças podem promover um campeonato bastante imprevisível. "Parece-me impressionante, como sempre. Como mudou. Agora temos que evoluir durante a temporada, mas é um dos momentos mais emocionantes dos últimos anos para mim. Como se fosse o primeiro dia. Vamos ver se é uma obra-prima. Eu os vi trabalhar, mas o mais emocionante é que ninguém sabe o que os outros vão trazer, o que os outros fizeram, então você tem que aproveitar um ano espetacular", afirmou.

As mudanças no regulamento deveriam ter entrado em vigor em 2021, mas foram adiadas para esta temporada devido à pandemia de covid-19. Indo para a 16.ª temporada da carreira, Hamilton mostrou entusiasmo com a chegada de um novo momento para o Mundial e ansioso para assumir o volante do W13.

"Eu acho que será emocionante assistir essa nova era de carros, nunca vimos uma cobrança tão alta, tão grande de tantas maneiras. Tem sido muito interessante ver os designers e todo mundo se unindo para encontrar as maneiras de criar uma obra-prima e não temos ideia de como isso vai funcionar", comentou Lewis. "Demos algumas voltas no simulador, mas nos certificamos de obter a correlação certa. Eu acho que o George sai primeiro hoje, acho que vou sair depois dele", completou.

No ano passado, apesar de não ter conseguido comemorar o título de pilotos, a Mercedes terminou 28 pontos na frente da Red Bull, que foi a vice-campeã entre os construtores, mas comemorou a conquista inédita do holandês Max Verstappen.

Os três pilotos ingleses do atual grid da Fórmula 1 - o heptacampeão mundial Lewis Hamilton, Lando Norris e George Russell - anunciaram nesta sexta-feira que farão parte do boicote organizado pela comunidade do futebol da Inglaterra às redes sociais durante este fim de semana. O ato vem a reboque de uma série de ataques racistas a figuras do esporte e o entendimento de que as companhias donas das redes sociais não atuam de maneira convincente para conter os abusos.

A organização do boicote veio em uma manifestação entre todos os órgãos que regem o futebol e as ligas de futebol do país, masculina e feminina, além dos sindicatos de jogadores e árbitros. Além de uma multidão de clubes e jogadores anunciarem individualmente a participação, também entraram no boicote os maiores órgãos do críquete, rúgbi, ciclismo e até da imprensa e patrocinadores na Inglaterra e restante do Reino Unido. O boicote consiste em um desaparecimento das redes sociais entre a tarde desta sexta-feira e a manhã de segunda.

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Hamilton já havia dito na entrevista coletiva oficial da FIA, na quinta-feira, que estava considerando participar do boicote, mas uma postagem no Instagram sacramentou a decisão. "Em solidariedade com a comunidade do futebol, eu ficarei em silêncio nos meus canais nas redes sociais neste fim de semana. Não há lugar em nossa sociedade para qualquer tipo de abuso, online ou não. Há muito tempo é fácil para um pequeno grupo postar ódio por trás de suas telas", escreveu.

"Ao passo que um boicote não resolva o problema da noite para o dia, temos que pedir a mudança que precisamos, ainda que pareça uma tarefa quase impossível. O esporte tem o poder de nos unir. Não vamos aceitar o abuso como parte do esporte, mas sejamos nós a fazer a diferença para as gerações futuras", concluiu o piloto da Mercedes.

Mais jovens, Norris e Russell também anunciaram participação. "Estou ao lado do boicote das redes sociais neste fim de semana. Todo mundo tem problemas com abusos nas redes sociais em algum momento, e as companhias precisam fazer mais para conter esse movimento. Se esconder atrás do teclado não é aceitável. Já deu", afirmou o piloto da McLaren.

Já Russell postou um breve vídeo para se manifestar a favor do boicote. "Estou ao lado do boicote das redes sociais neste fim de semana. Creio que seja importante fazer isso, porque há muito abuso virtual, ódio, negatividade e racismo. Sinto que é nosso trabalho levantar a questão da forma que for possível não apenas no esporte, mas em todos os caminhos da vida. Não importa se você é jovem ou qual sua história, apenas espalhe positividade e seja legal com os outros. Penso muito sobre isso e sinto que era meu dever fazer parte desta causa. Espero que gostem da minha opinião e, espero, que possamos todos realizar uma mudança", disse.

Ainda na quinta-feira, o australiano Daniel Ricciardo, da McLaren, foi outro que se disse simpático ao boicote, mas não chegou a confirmar que participará. A Fórmula 1 falou sobre, mas evitou se comprometer a fazer parte do ato.

"A F1 está totalmente comprometida a combater qualquer forma de discriminação, online ou não. Estamos ao lado das ações da Premier League e outras entidades esportivas e atletas ao sublinhar que mais precisa ser feito para erradicar o abuso online que recebemos diretamente. Continuamos trabalhando em todas as plataformas e em nosso público para promover o respeito e os valores positivos, além de colocar um fim no racismo", escreveu a categoria.

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