Tópicos | Grand Slam de Tyumen

Depois de ter um resultado apenas regular nos Jogos Pan-Americanos, fazendo menos finais e ganhando menos medalhas de ouro do que há quatro anos, o judô brasileiro decepcionou no primeiro dia do Grand Slam de Tyumen (Rússia), neste sábado (18). Quatro atletas foram ao tatame, todos reservas, mas nenhum chegou nem perto do pódio no evento internacional mais importante antes do Mundial. Curiosamente, todos tiveram russos pela frente na estreia.

O melhor resultado foi de Ketleyn Quadros. Medalhista olímpica na categoria até 57kg, ela subiu de peso para fugir do confronto contra Rafaela Silva por uma vaga no Rio-2016 e segue sem grandes resultados. Neste sábado, foi apenas a sétima colocada em Tyumen, ainda que tenha enfrentado adversárias de peso.

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Venceu a russa Pari Surakatova (24.ª), na estreia, também a holandesa Anicka van Emden (sexta do ranking mundial), e depois perdeu, nas quartas de final, para Tserennadmid Tsend-Ayush (28.ª), da Mongólia. Na repescagem, foi eliminada por Anna Bernholm (25.ª), da Suécia.

Os demais brasileiros decepcionaram. Bronze na Universíada, há duas semanas, Phelipe Pelim (até 60kg) estreou vencendo o russo Savva Karakiziidi, mas na sequência perdeu para Aibek Imashev, do Casaquistão, número 25 do mundo. O brasileiro é o 55.º, quarto melhor do País.

Marcelo Contini, reserva da categoria até 73kg, a única na qual o Brasil não foi ao pódio no Pan, tinha a chance de mostrar que ainda briga com Alex Pombo para ir à Olimpíada. Mas perdeu na estreia para Uali Kurzhev, da Rússia, número 54 do mundo - Contini é o 38.º.

Jéssica Pereira, revelada por Flávio Canto no Instituto Reação, no Rio, estreou na categoria até 52kg vencendo Aigul Tashtimirova, da Rússia, mas na sequência perdeu para Gili Cohen, de Israel, nona melhor do mundo. A brasileira de 20 anos, na categoria de Erika Miranda, está sendo preparada para 2020.

O Brasil vai ao tatame no domingo com três atletas que ainda sonham em disputar os Jogos do Rio. Duas vezes medalhista olímpico, Leandro Guilherio tem o que parece ser sua última chance de mostrar serviço e seguir na corrida contra Victor Penalber na categoria até 81kg. Rafael Buzacarini compete na categoria até 100kg, enquanto Rochele Nunes tenta mostrar força no peso pesado feminino (+78kg) - é a única desta equipe que vai ao Mundial. Além deles, competem Samanta Soares (até 78kg) e Eduardo Bettoni (até 90kg), reservas de Mayra Aguiar e Tiago Camilo, respectivamente.

Em uma performance histórica, a seleção brasileira de judô encerrou a sua participação no Grand Slam de Tyumen com 10 medalhas conquistadas, sendo cinco de ouro, duas de prata e três de bronze. Somente neste domingo, segundo e último dia de competição na Rússia, o Brasil foi quatro vezes ao pódio, sendo que faturou três títulos (Mayra Aguiar, Rafael Silva e Victor Penalber) e um terceiro lugar (Maria Suelen Altheman).

No sábado, o Brasil já tinha conquistado seis medalhas em Tyumen, cidade que passou a receber o Grand Slam na Rússia depois de dois anos seguidos em Moscou. Foi ouro com Sarah Menezes (até 48kg) e Charles Chibana (até 66kg), levou prata com Felipe Kitadai (até 60kg) e Marcelo Contini (até 73kg) e faturou bronze com Alex Pombo (até 73kg) e Erika Miranda (até 52kg).

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Neste domingo, o destaque brasileiro foi Mayra Aguiar, que está voltando a competir após ficar sete meses em recuperação de cirurgia no cotovelo esquerdo e no joelho direito. Comprovando seu talento, ela conquistou o título na categoria até 78kg. O Brasil ainda foi ouro com Rafael Silva (acima de 100kg) e Victor Penalber (até 81kg), além de levar bronze com Maria Suelen Altheman (acima de 78kg).

No final, o Brasil ficou atrás apenas do Japão no quadro de medalhas do Grand Slam de Tyumen - os japoneses somaram cinco de ouro, três de prata e seis de bronze. E também mostrou estar em ótima forma para o Mundial de Judô, que acontecerá de 25 a 31 de agosto, em Chelyabinsk, também na Rússia.

"Foi nosso melhor resultado (em um Grand Slam) e fico imensamente feliz de ver um sonho realizar: ficar à frente do Japão no quadro de medalhas do masculino (foram três de ouro para o Brasil, contra duas dos japoneses). Essa evolução vem sendo construída há alguns anos e é fruto de muito trabalho", comemorou o gestor técnico da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Ney Wilson.

"Claro que Campeonato Mundial é sempre diferente, mas não tenho dúvidas de que estamos no caminho certo para ter um bom desempenho em agosto, novamente na Rússia. Nosso principal objetivo, porém, são os Jogos do Rio em 2016. E esse resultado a dois anos da Olimpíada nos dá confiança e continuar evoluindo até lá", completou Ney Wilson.

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