Os atrativos do verão podem reservar armadilhas para quem não se cuida. No período de maior calor do ano e praias lotadas, a exposição intensa ao sol acarreta doenças das mais diversas, sendo o câncer de pele uma das mais preocupantes. Só em 2013, o Brasil registrou mais de 130 mil diagnósticos da enfermidade. No Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP), o número é impreciso porque nem todos os casos são notificados, porém, mais de mil pacientes deram entrada no local com os sintomas.
Dermatologista do HCP, Merciene Mendes diz que o uso de protetor solar não deve se restringir apenas aos momentos nas praias e piscinas. “A depender de onde estivermos no nosso dia a dia, devemos renovar o uso do filtro solar a cada três ou quatro horas. Pessoas com predisposição a manchas, como gestantes e adolescentes, em períodos de boom hormonal, têm mais necessidade de um uso mais intenso”, explicou a especialista. Segundo Merciene, para quem não tem muita sensibilidade ao sol, os fatores 15 e 30 são ideais.
##RECOMENDA##Fotoprotetores com fatores de 50, 70 e até 100 são destinados a pessoas com doenças na pele e ou hipersensibilidade. Para estar, há inclusive medicações orais com substâncias destinadas à proteção da pele, bem como à prevenção do envelhecimento cutâneo precoce. “Outra variável é a cor da pele. A pele negra tem mais proteção, por conta da melanina, mas isso não quer dizer que pessoas negras não podem queimar facilmente se expostas ao sol. Há sempre o fator genético”, alerta Merciene para o cuidado ser comum a todos.
Vestuário - Tão importante quanto o uso do protetor solar é a vestimenta. Os tecidos protegem dos raios ultravioletas A e B (sendo este o mais danoso), principalmente os tecidos sintéticos, segundo a especialista. “A tintura, a cor também é outra barreira aos raios ultravioletas. Roupas, chapéus e até mesmo sombreiros devem ser coloridos, mais escuros”. Merciene deixa claro que não há pleno bloqueio da irradiação. Os tecidos sempre absorverão parcela dos raios e sempre estamos expostos, porém em níveis diferentes.
Pessoas que fazem tratamento de pele devem suspender tais atividades até 72 horas antes de se expor ao sol. O ideal é evitar, mas se aquela praia ou piscina com os amigos forem inevitáveis, interromper o uso de esfoliantes é a orientação para evitar consequências desagradáveis. “O mesmo para pessoas com queimaduras. Evitar porque, nestes casos, há mais propensão ainda ao melanoma, o pior tipo de câncer de pele”, informou a dermatologista.
Crianças - Se na idade adulta, quando é mais recorrente os casos de câncer de pele, os cuidados com a pele precisam ser tomados com responsabilidade, para as crianças o zelo deve ser ainda maior. “Horário de criança em praia e piscina é até dez horas da manhã. Até seis meses, não se deve usar fotoprotetor, mas a partir de então as crianças devem usar diariamente, sempre que se for se expor”, explicou Merciene Mendes. Por ser uma doença acumulativa, o câncer de pele é raro em crianças, exceto naquelas já predispostas por alguma enfermidade prévia.