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A indústria de fundos de investimento imobiliários, os FIIs, teve forte aquecimento neste ano. Puxado pelo ciclo de corte do juro (Selic), que caiu para 4,5% ao ano, o setor se beneficiou com a queda nas taxas para financiamento imobiliário e com a migração de investidores que buscam alternativas à renda fixa.

As novas emissões desses fundos levantaram mais de R$ 34 bilhões em captações até novembro, ante R$ 11 bilhões em 2018. Só as pessoas físicas ficaram com 52,8% das novas cotas, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

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Especialistas, porém, alertam para riscos em 2020. Com tanto crescimento em um ano, é esperada uma oscilação maior nos fundos imobiliários daqui para frente, sem desconsiderar uma correção em determinados fundos que adquiriram "muita gordura" em 2019. Segundo levantamento da Economática, dos 100 fundos com maior liquidez, 85% operam em alta, boa parte acima de 10% de rendimento de um ano para outro. Esse dado, na opinião dos gestores do mercado financeiro, sugere que haverá movimento de correção em 2020.

"Em média, os fundos vinham com oscilação de 10% de um ano para outro, em anos muito positivos. Crescimentos maiores que isso, mesmo em 2019, não se justificam, já que não houve ganho de patrimônio líquido que sustente tamanha valorização", diz o gestor de um grande banco multinacional, que preferiu não se identificar.

Ibovespa

A animação com FIIs ficou explícita no crescimento do Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix). Com alta de 29,7%, chegou a passar, em alguns momentos, o Ibovespa, cesta com as principais ações negociadas na Bolsa.

"O segmento de FIIs que teve a maior valorização foi o de ativos logísticos, com alta de mais de 50%, se ajustarmos o indicador aos dividendos distribuídos", diz Anita Scal, sócia da área de investimentos imobiliários da Rio Bravo.

Se comparada à valorização que os imóveis que dão lastro aos FIIs tiveram neste ano, porém, a alta dos fundos pode parecer exagerada. De um ano para cá, os preços subiram, na média, 0,7%, segundo levantamento do coordenador do Laboratório de Finanças do Insper, Michel Viriato, feito a pedido do jornal O Estado de S. Paulo. "Os preços dos imóveis demoram a reagir. Os donos não baixam facilmente e, assim, quando há recuperação econômica ainda estão quase no mesmo patamar pré-crise. Dessa maneira, a valorização será menor que a de fundos que se desvalorizaram durante a crise."

Viriato diz que a liquidez dos fundos e as vantagens dos cotistas não arcarem com custos da vacância dos imóveis - como água, luz e condomínio - e ainda receberem dividendos com isenção de Imposto de Renda são fatores essenciais para a maior valorização desse investimento.

Mesmo assim, ele não vê para os próximos meses crescimento tão acentuado quanto o deste ano. "Ainda vejo dois anos de alta, mas como o crescimento neste ano foi muito forte, nos próximos deve ser algo entre 10% a 15%, e abaixo do Ibovespa."

A especialista em fundos imobiliários do Itaú BBA, Larissa Nappo, explica que FIIs são o primeiro passo de muitos investidores para fora da renda fixa. "Eles são atrativos pela isenção de IR e o acesso de fluxo de caixa, pois são obrigados a distribuir aos cotistas 95% dos dividendos." Para ela, correções pontuais de alguns fundos podem ocorrer em 2020 mas, no geral, ela espera continuidade no crescimento. "Como o principal fator de alta, que é o patamar de juros, deve continuar, vejo um cenário ainda favorável."

O sócio-diretor da Valora Investimentos, Alessandro Vedrossi, diz que o reajuste esperado para os aluguéis, motivado pela redução de imóveis vagos, pode motivar novas altas para a categoria. "Os preços estavam depreciados. Ainda há espaço para subir." Mas, por ser um contato inicial com um tipo diferente de produto financeiro, vale a pena o investidor prestar atenção em algumas dicas.

"É importante saber no que se está investindo. Quais são os ativos do fundo, os imóveis? Como é a vacância? Como foram os últimos dividendos? Se for um fundo de papéis de dívidas do setor imobiliário é preciso avaliar a classificação de risco e compará-la com a valorização que prometem", diz Daniel Chinzarian, analista de fundos imobiliários da Guide Investimentos.

Ele também chama atenção para o risco de comprar FIIs com um só imóvel e um inquilino. Num curto prazo pode render acima da média, "mas se o inquilino sair, pode penalizar o cotista". Além disso, é bom evitar fundo novo e buscar os estabelecidos, com dados para serem analisados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Banco Central estuda a possibilidade de permitir que os bancos utilizem índices de inflação, como o IPCA, como referência para o reajuste das parcelas do crédito para compra da casa própria em operações do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). O índice de inflação seria um substituto da Taxa Referencial (TR), hoje usada como indexador em todas as operações do SFH. A expectativa do setor é de que a mudança possa abrir espaço para juros menores nos novos contratos.

Atualmente, quem financia imóvel pelo SFH paga uma taxa de juros fixa, cujo limite é de 12%, mais a TR, que atualiza o saldo devedor. Como o valor da TR hoje é zero, o mutuário da casa própria paga, na prática, apenas o valor fixo. Os dados mais recentes do Banco Central mostraram que a taxa média de juros cobrada em financiamentos imobiliários fechados em maio foi de 7,7% ao ano neste caso. Quem financiou o imóvel a taxas de mercado (fora do SFH) teve acesso a um juro médio de 9,2% ao ano.

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O SFH já possui um custo mais baixo por utilizar recursos da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Além disso, o sistema possui limites para o juro cobrado e para o valor do imóvel a ser adquirido - hoje de até R$ 1,5 milhão.

A proposta em estudo no BC é permitir que os bancos utilizem, no lugar da TR, um índice de preços para reajustar o saldo devedor. Isso valeria para os novos contratos e poderia ser feito, por exemplo, por meio do IPCA - a referência oficial para a inflação no Brasil - ou o IGP-M, usado em contratos de aluguel.

Agenda

A possibilidade está sendo avaliada em um dos 14 grupos de trabalho criados no BC para impulsionar a agenda BC#, de modernização do sistema financeiro. Após a formulação do estudo, a questão ainda precisará ser levada para aprovação no Conselho Monetário Nacional (CMN), que conta com representantes do BC e do Ministério da Economia.

A expectativa do setor imobiliário é de que a adoção de índices de preços no SFH abra espaço para que os bancos cobrem juros menores do mutuário.

"Hoje, em um contrato com TR e juro de 8,5%, existe um componente de inflação, que está por volta de 3,5% ou 4,0%. Em um contrato indexado ao IPCA, isso deixará de existir, porque haverá o ajuste todo ano", avaliou o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Basilio Jafet. "Na primeira hipótese, o custo está meio que "prefixado". Na segunda, o ajuste é feito pela inflação."

Para Jafet, é importante que haja alternativas no mercado, para que o cliente de banco possa escolher a melhor opção. "A mudança vai aumentar o volume, vai gerar mais negócios e criar um mercado maior."

O diretor executivo da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, acredita que a adoção do IPCA levará, de fato, à redução dos juros cobrados nos novos contratos. Mas afirma, no entanto, que o uso da inflação como indexador traz um risco adicional ao mutuário. "Se tivermos uma crise interna ou externa, em que a inflação sobe muito, estes contratos terão um reajuste tão forte que poderão ficar impagáveis", alerta.

Bancos

Em julho do ano passado, uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) deu o primeiro passo na flexibilização das condições, ao abrir a possibilidade de os bancos indexarem os contratos imobiliários a índices de preços no caso de operações que estão fora do SFH - ou seja, aquelas voltadas para imóveis de maior valor, com juros mais elevados.

Entre os cinco maiores bancos no País (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander), por enquanto nenhum deles oferece linhas assim.

A Caixa e Santander afirmam que o uso de indexadores ligados à inflação está em estudo. Já o Itaú Unibanco disse que, no momento, não há previsão de mudanças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As bolsas norte-americanas devem abrir em alta nesta terça-feira, 25, sinalizam os índices futuros, enquanto os investidores aguardam indicadores sobre o mercado imobiliário, confiança dos consumidores e o índice de atividade regional do Federal Reserve de Richmond. A tendência de alta também foi sustentada por comentários feitos mais cedo pelo presidente da distrital do Fed na Filadélfia, Charles Plosser. Às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro subia 0,51%, o S&P 500 tinha alta de 0,43% e o Nasdaq ganhava 0,40%.

Em entrevista à CNBC, Plosser disse que o banco central norte-americano não mudou sua política para as taxas de juros e que a reação dos mercados na semana passada ao discurso da presidente da instituição, Janet Yellen, foi "surpreendente". Plosser, que vota nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) neste ano, deverá voltar a falar após o fechamento dos mercados. Além de Plosser, os investidores também deverão acompanhar os comentários do presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, que não tem poder de voto no Fomc deste ano. O dirigente deverá começar a falar no final da tarde desta terça-feira.

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Entre os indicadores agendados para hoje, o Departamento do Comércio deverá informar os números de vendas de moradias novas de fevereiro e o Conference Board publicará o índice de confiança do consumidor de março. Além disso, o Fed de Richmond anunciará o índice de atividade regional. Os três dados serão publicados às 11h (de Brasília).

Há pouco, a S&P/Case-Shiller informou que os preços das moradias nas 20 maiores cidades subiram 13,2% em janeiro ante o mesmo mês de 2013, levemente abaixo da previsão de alta de 13,5%. Já os preços das moradias em 10 cidades avançaram 13,5% na mesma base de comparação. O indicador não teve reação imediata do mercado.

Com a alta nos índices futuros, as bolsas de Nova York também caminham para uma recuperação ante sessões anteriores. Depois de alcançar o nível intradia mais alto de todos os tempos na sexta-feira, o índice S&P 500 perdeu 0,8% nas últimas duas sessões. O recuo de segunda-feira, 24, foi pressionado por uma fraqueza no setor de biotecnologia.

Para Colin Cieszynski, analista sênior de mercado da corretora CMC Markets, a negociação volátil reflete a indecisão entre os investidores, enquanto digerem a melhora recente nos dados econômicos e alguma incerteza sobre o curso da política do Federal Reserve. Ele acredita que esta indecisão pode manter o mercado volátil dentro de uma faixa relativamente estreita nas próximas semanas e possivelmente meses.

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