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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) promoverá uma campanha nacional para alertar sobre a importância do controle das infecções hospitalares. A campanha Cirurgias seguras: prevenção de infecções de sítio cirúrgico acontece por ocasião do Dia Nacional de Prevenção das Infecções Hospitalares, celebrado todos os anos no dia 15 de maio.

Com a redução de casos de Covid-19 e, consequentemente, das internações no país, as cirurgias eletivas voltaram a ser realizadas, com uma demanda represada desses procedimentos. Nesse cenário, a Anvisa considera ainda mais importante conscientizar os gestores e os profissionais da saúde, bem como a população, sobre a necessidade de implementar ações de prevenção e controle das infecções cirúrgicas.

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Durante os próximos dias, os serviços de saúde são estimulados pela Anvisa a desenvolver campanhas de comunicação social e ações educativas. O objetivo é aumentar a consciência da população sobre o problema representado pelas infecções hospitalares e a necessidade de seu controle.

Na próxima segunda-feira (16), a agência promoverá um seminário virtual sobre o tema, às 10h, com o Dr. Luiz Carlos Von Bahten, do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, e com a Dra. Viviane Maria de Carvalho Hessel Dias, presidente da Associação Brasileira dos Profissionais em Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar. Os interessados deverão acessar, no dia e hora marcados, o link.

No Brasil, desde 1999, a Anvisa é o órgão responsável pelas ações nacionais de prevenção e controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Iras), exercendo a atribuição de coordenar e apoiar tecnicamente as Coordenações Distrital, Estaduais e Municipais de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde.

Em 2021, a agência lançou um Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde para o período de 2021 a 2025. A finalidade é reduzir em todo o país a incidência de infecções hospitalares, implementando práticas de prevenção e controle de infecções baseadas em evidências.

De acordo com a Anvisa, pesquisas mostram que quando os serviços de saúde e suas equipes conhecem a magnitude do problema das infecções e passam a aderir aos programas para prevenção e controle dessas infecções, pode ocorrer uma redução de mais de 70% de algumas infecções como, por exemplo, as infecções da corrente sanguínea.

Prevenção

Dentre as medidas importantes para garantir uma cirurgia segura, estão:

- Higiene adequada das mãos pelos profissionais de saúde, seguindo a técnica correta, seja na antissepsia ou preparo pré-operatório das mãos com água, seja na antissepsia cirúrgica das mãos com produto à base de álcool;

- Utilização de antissépticos que contenham álcool, associados a clorexedina ou iodo, no preparo da pele do paciente antes da cirurgia;

- Orientação a pacientes e familiares sobre as principais medidas de prevenção de infecção do sítio cirúrgico, como a higiene das mãos e cuidados com curativos e drenos;

- Manutenção da normotermia (temperatura considerada normal do corpo humano) em todo o perioperatório, ou seja, em todo o tempo relacionado ao ato cirúrgico.

A redução das ocorrências de infecção hospitalar influencia diretamente a vida dos pacientes e os custos das unidades, afirma o Ministério da Saúde. Segundo a pasta, o projeto tem o objetivo de salvar 8,5 mil vidas nas UTIs dos hospitais públicos e também reduzir os gastos das internações em até R$ 1,2 bilhão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde (Iras) são os eventos adversos que mais matam nos serviços de saúde no mundo.

Em Santo André, na Grande São Paulo, uma das UTIs do Hospital Estadual Mário Covas recebeu o treinamento e já está há seis meses sem casos de infecção por ventilação mecânica e há cinco meses sem registros de infecções do trato urinário nem sanguíneas, segundo Rodrigo Brolo, gerente de qualidade e processos do hospital. O resultado é expressivo. "No ano passado, tivemos entre duas e três por mês", conta.

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Enfermeira da UTI, Daniele Alves Scatolin, de 35 anos, trabalha no hospital há nove meses e diz que se sentiu premiada com a capacitação. "O treinamento me ajudou muito, porque a gente percebeu que não precisa de tecnologia para envolver a equipe, mas sim comprometimento. Falo que recebi um troféu, não só como profissional, mas como pessoa. A gente pode fazer o melhor para dar assistência segura para o paciente. O bom de ter hospitais de ponta é a troca de experiências e o aprendizado. É possível fazer a diferença no SUS."

A enfermeira do controle de infecção hospitalar do hospital Gisele Ribeiro, de 34 anos, diz que os profissionais estão mais atentos. "Os nossos recursos são os básicos, mas, agora, temos uma equipe atenta aos pequenos detalhes, como cobrar a higiene das mãos de todos."

Padronização. No Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal (RN), o conhecimento já está sendo replicado entre os alunos de Medicina. "Temos uma grande presença de estudantes e residentes", diz a médica cardiologista intensivista Eliane Silva, de 51 anos, que trabalha no local há 20 anos. Ali, a revisão nas práticas também é passada para os familiares. "Existe uma maneira correta de lavar as mãos, com tempo de fricção, e a gente sabe que a prática tem de ser feita por quem visita." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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