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A Polícia Civil de Pernambuco deu detalhes, na manhã desta quarta-feira (29), de uma operação que desarticulou um grupo criminoso formado, em sua maioria, por policiais. De acordo com informações das autoridades, a organização cobrava dinheiro para liberar veículos e mercadorias roubadas de caminhões. Dessa forma, as vítimas apenas recuperavam seus bens se pagassem valores aos policiais envolvidos no esquema. O grupo atuava em Caruaru, no Agreste do Estado.

Em coletiva de imprensa realizada nesta manhã, o chefe de Polícia Joselito Kherle do Amaral revelou que o grupo é formado por quatro pessoas, sendo três policiais civis e um indivíduo que se passava por policial. Esse rapaz é parente de um dos agentes acusados. De acordo com Joselito, eles atuavam no plantão da Delegacia de Caruaru; quando as vítimas chegavam para prestar queixas de roubos de carros, caminhões ou cargas, eles não registravam as ocorrências, mas saíam em diligências para recuperar os bens. Quando recuperavam os objetos roubados, exigiam dinheiro das vítimas para devolvê-los.

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Segundo o chefe de Polícia, uma das vítimas denunciou o grupo criminoso há um ano. Nesse período, foi identificado o alto poder aquisitivo dos policiais acusados que, de acordo com Joselito, é incompatível com os salários recebidos por eles. No decorrer das investigações, outras inúmeras vítimas formalizaram denúncias, porém, o chefe de Polícia ainda não tem a informação concreta sobre quantas pessoas foram lesadas. Acerca dos valores cobrados pelos acusados para devolver os bens, os investigadores suspeitam que são semelhantes aos preços de mercado dos próprios objetos.

“A maioria dos roubos era de carga. Eles cobravam pela devolução dos bens. A vítima era punida duplamente, porque passava por um assalto e em seguida era vítima novamente da extorsão. Pelo valor e montante patrimonial deles, acredito que há muitas vítimas. Os valores cobrados eram altos! Quanto vale um caminhão? Daí você tem uma noção do valor. Encontramos até um depósito em Caruaru que pertence a eles com vários veículos. A gente está fazendo vistoria para ver o que é lícito e o que é roubado. Até agora, seis veículos foram apreendidos, entre caminhões e caminhonetes”, detalhou o chefe de Polícia.

A ação policial foi batizada de “OPERAÇÃO BIS IN IDEM”. Segundo Joselito, o termo vem do latim e exemplifica o fato de as vítimas serem punidas duas vezes: roubos e extorsão cometida pelos policiais. Entre os crimes atribuídos aos acusados estão corrupção passiva, concussão, lavagem de dinheiro, receptação criminosa e usurpação de função pública, esse último em relação ao homem que se passava por policial civil. 

Além dos três policiais civis envolvidos e do parente de um deles, há a suspeita da participação de um policial militar. Foi solicitada e decretada a condução coercitiva do PM. Outro ponto investigado é a possível participação dos envolvidos nos roubos dos bens das vítimas, além de interação com outros profissionais da segurança pública.

As identidades dos acusados devem ser reveladas nesta quinta-feira (30), em nova coletiva de imprensa. Os detalhes desta quarta-feira foram apresentados na sede do Grupo de Operações Policiais (GOE), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife. A maioria das prisões aconteceu em Caruaru, onde os próprios acusados são lotados, no entanto, há investidas em municípios vizinhos para a tentativa de identificação de demais suspeitos, como Gravatá e Garanhuns. Boa parte dos roubos também acontecia nessas cidades. 

O chefe de Polícia ainda adiantou que existem elementos consistentes para a expulsão dos acusados da Polícia Civil. Por enquanto, eles serão encaminhados ao Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife; também serão ouvidos pelos investigadores. A seguir, Joselito Amaral faz um resumo da operação:

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