Gritos, aplausos, ansiedade. A final do Master Chef Brasil, da Band, foi muito esperada por todos. Na noite de terça-feira, dia 15, o público descobriu não apenas quem ganhou a disputa, mas quem, além de tudo, se redescobriu dentro do reality. Izabel chegou tímida, meio sem jeito, mas já demonstrava amor pela arte de cozinhar. Saiu de lá uma nova pessoa: mais confiante, segura, focada e o melhor: com o troféu em mãos.
Ela dormiu só duas horas na noite após a vitória e, entre uma entrevista e outra, parou tudo para bater um papo exclusivo com o ESTRELANDO e contar o que aconteceu no pré, durante e pós Master Chef Brasil. Confira!
##RECOMENDA##ESTRELANDO: Na final, a torcida estava claramente do lado do Raul. Como você se sentiu naquele momento?
Izabel: Eu sabia que a torcida dos estúdios estaria do lado dele. O programa é feito em São Paulo e ele também é daqui. Eu sou do Rio de Janeiro e meus amigos não puderam comparecer em peso. As que conseguiram foram ótimas e fizeram uma torcida organizada - esperavam os amigos do Raul parar de gritar e torciam por mim. Foi demais! O Raul é extremamente carismático, eu sabia que ele era o preferido do público, em geral. Mas a magia do Master Chef está exatamente nisso... É um programa de habilidade, ganha quem é o melhor na cozinha.
ESTRELANDO: O que você acha que tem e que faltou no Raul para vencer? Quais qualidades te colocaram na final?
Izabel: O que me colocou na final foi a minha técnica. O Raul é ótimo com temperos, mas nessa final, em específico, os jurados queriam ver o prato mais profissional. E foi aí que eu ganhei.
ESTRELANDO: Quando você embarca para fazer o curso de gastronomia na escola Cordon Bleu, na França? Está ansiosa?
Izabel: Ainda não sei quando começo. Tenho até novembro de 2016 para fazer esse curso. Na teoria, posso escolher uma data, mas a escola, que é disputadíssima, precisa ter disponibilidade. Então, vamos ter que bater as agendas. Enquanto isso, vou estudar francês, porque não falo nada e o curso todo será nesse idioma.
ESTRELANDO: Com qual dos jurados você gostaria de trabalhar?
Izabel: Todos os jurados têm qualidades que admiro muito. O Fogaça é uma inspiração para mim porque mudou de vida e virou um fenômeno na cozinha. A Paola tem uma culinária mais autoral, como a minha, me identifico muito com o estilo dela. Já o Jacquin é uma unanimidade na cozinha... Ele sabe tudo, é uma enciclopédia. Também é o mais parecido comigo porque é gordinho, gosta de comer e beber bem... Gostaria de trabalhar com ele.
ESTRELANDO: O que mudou em você, tanto na personalidade como na técnica culinária, durante o programa?
Izabel: Quanto à personalidade, acho que consegui melhorar minha ansiedade e nervosismo. Já nas últimas três provas deu para perceber que eu estava bem mais tranquila e concentrada no trabalho e menos preocupada com o resultado da prova. Quanto à técnica, aprendi a temperar mais a comida. Antes, eu tinha um pouco de medo do sal, da pimenta, dos temperos de forma geral. Aprendi a ser mais ousada e vi que o segredo é ir quase no limite do tempero, para dar vida ao prato.
ESTRELANDO: Se você tivesse saído logo no começo, para quem iria sua torcida?
Izabel: Eu gostaria que a Sabrina ganhasse, por ser minha amiga. Mas em termos técnicos, fico entre o Raul e o Fernando. O Fernando é muito bom, um excelente cozinheiro. Porém, o Raul tem mais assinatura - os pratos dele têm a cara e a história dele e ele se destacou muito, em vários sentidos. Acredito que foi uma final muito justa.
ESTRELANDO: Você disse que tinha até planos para caso não ganhasse essa disputa. Quais eram?
Izabel: Focar em cozinhar na casa das pessoas, como um personal chef, e ao mesmo tempo estagiar em uma cozinha profissional. Como ganhei o programa, tenho responsabilidades e compromissos com a emissora, por isso não posso fazer outras coisas nesse momento. Ainda quero estagiar em uma cozinha, ao menos 3 vezes por semana, mas agora não mais pelo dinheiro e sim para ganhar experiência.
ESTRELANDO: O que vai fazer com o prêmio de 150 mil reais?
Izabel: Uma parte vai para o meu namorado, pois durante o programa eu parei de trabalhar e foi ele quem me sustentou e apoiou. Ele acreditou em mim e eu sou muito grata. Então, vou reembolsá-lo. O resto vou guardar para investir em um negócio próprio no futuro.
ESTRELANDO: Qual seu maior sonho para quando for uma chef profissional?
Izabel: O menu que apresentei na final do programa é muito próximo do que quero para minha vida, em termos de gastronomia. Quero investir na culinária brasileira. O Brasil tem ingredientes incríveis, que nenhum outro lugar tem. Muitas vezes nos inspiramos na culinária francesa, italiana e etc, e não valorizamos o que temos aqui. Tenho vontade de ter um restaurante com mini porções de pratos clássicos brasileiros repaginados, como rabada, bobó, bolinhos e opções com arroz e feijão.
ESTRELANDO: Fale sobre a escolha do seu menu na final do programa. Saiu como o esperado?
Izabel: Escolhi um menu que, se você somar a lista dos ingredientes, não passa de 100 reais. É preciso valorizar os ingredientes bons e baratos que temos no Brasil, principalmente em tempos de crise, como a que vivemos atualmente. Quero tirar um pouco a gourmetização da comida e voltar para o que realmente importa, com um toque familiar, a comida boa do dia a dia.
ESTRELANDO: Você tem uma produtora de eventos. Vai largar tudo e se dedicar à culinária?
Izabel: Quando me inscrevi no programa eu já queria mudar de vida e me dedicar à gastronomia. Então, conversei com meus sócios, que são também meus amigos de infância. Eles sabem do meu amor pela comida e me apoiaram nessa mudança. O programa me deu a oportunidade que eu queria e precisava. Com ele, pulei várias etapas: conheci chefes importantes que podem me ajudar a conseguir estágios, que se eu fosse tentar por mim mesma, talvez não conseguiria.
ESTRELANDO: Na sua opinião, o que ainda precisa melhorar para ser uma chef?
Izabel: Preciso ter menos medo das pessoas. Eu tento agradar os outros e fico insegura em relação ao que pensam de mim. Tenho dificuldade de dar ordens ou de ser um pouco mais ríspida. Preciso melhorar nesse ponto.