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Duas vezes vice-campeão mundial de judô (2010 e 2011), Leandro Cunha vai ter de bancar do bolso a sua campanha olímpica. O atual campeão dos Jogos Pan-Americanos decidiu mudar de categoria no ano passado, saindo do meio-leve (até 66kg) para o leve (até 73kg), ficou fora da seleção brasileira durante todo o ano de 2014 por uma falha de inscrição e foi surpreendido com a informação de que sequer foi convidado para lutar a última seletiva olímpica brasileira, em dezembro, na Urca, no Rio.

O Brasil tem uma vaga por categoria na Olimpíada e o judoca a utilizá-la será escolhido pelo ranking mundial. Para pontuar, é preciso competir. Para competir, é necessário estar na seleção. Para estar na seleção, tem de passar pela seletiva.

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"É uma coisa política. O critério tem que ser para todos. Pelo que eu já conquistei pela seleção, eu acho que tinha que estar lá", diz Leandro. "Eles (da Confederação Brasileira de Judô) não explicam muito. Eles liberam a lista. Os critérios que eles usam não são muito explícitos", reclama o judoca de 34 anos.

Os critérios da CBJ para a seleção brasileira para todo o ciclo olímpico valem desde 2012. Os atletas que estão entre os 22 melhores do ranking mundial no masculino e entre as 14 primeiras do mundo no feminino têm lugar cativo na seleção, assim como os medalhistas olímpicos.

Quem não se mantiver na seleção de um ano para o outro, os campeões brasileiros adulto, sub-23 e sub-21 e do Troféu Brasil têm vaga garantida na seletiva, completada com judocas indicados pela comissão técnica. Atleta olímpico do Brasil nos Jogos de Londres, em 2012, Leandro Cunha não se encaixou em nenhuma das opções. Não ganhou nem mesmo convite por méritos técnicos. Assim, se a CBJ mantiver seus critérios, Leandro Cunha está fora da seleção até os Jogos de 2016, no Rio - a seletiva deste ano é a última até a Olimpíada. O Brasil tem vagas em todas as categorias e o judoca a utilizá-la será escolhido com base no ranking mundial.

Desde 2012, a cada ano, três atletas compõem a seleção em cada categoria (em alguns casos, abre-se exceção para mais ou menos, de acordo com o nível técnico dos concorrentes). São esses cerca de 45 judocas que recebem apoio financeiro da CBJ e ficam aptos a participar dos principais eventos do Circuito Mundial. Afinal, é a CBJ que inscreve os atletas nesses torneios - só os Opens, que distribuem poucos pontos, são abertos a qualquer judoca.

Leandro Cunha saiu da seleção porque despencou no ranking mundial em 2013, ano em que somou apenas 46 pontos e foi ao pódio uma única vez. No fim da temporada, por direito, foi considerado apto a disputar a seletiva da seleção, ainda que tivesse optado por mudar de categoria. O problema foi que, após 12 temporadas no Pinheiros, ele voltou para São José dos Campos. A transferência não foi concluída a tempo e, sem clube, com problemas de inscrição, ele não pôde lutar a seletiva e ficou fora da seleção.

Mesmo assim, a CBJ permitiu que Leandro Cunha participasse de dois Grand Prix (evento de terceiro nível no Circuito Mundial, atrás de Mundial/Olimpíada/Masters e dos Grand Slam). Leandro lutou em Zagreb (Croácia) e Havana (Cuba), custeando as viagens do bolso. Nas duas competições, ficou em sétimo, perdendo nas quartas de final e na primeira luta da repescagem - ele alega que estava se adaptando ao peso. Não convenceu a CBJ a voltar a convocá-lo.

A situação não desanima o judoca. "Vou ter de pagar para eles liberem para eu ir pra uma das etapas. É subir no pódio. Em termos de resultado eu tenho condições", acredita o atleta, que completa: "Eu só quero que eles abram espaços. Eles têm de dar essa chance para mim. Eles não fecharam porta e espero que isso não aconteça".

Ele conta que mudou de peso por conta da nova regra, que exige a pesagem na véspera da luta e que obriga dois judocas por categoria a irem à balança, por sorteio, também no dia de lutar, podendo passar apenas 5% do limite. Com isso, ficou difícil para Leandro, que costumava pesar até 71kg, cinco quilos a mais do que a categoria. Na até 73kg, ele fica confortável.

A decisão coincidiu também com um momento em que Charles Chibana se confirmava como grande promessa do judô brasileiro - hoje ele lidera o ranking mundial na categoria até 66kg. Enquanto isso, entre os leves, o Brasil não tem nenhum judoca de destaque. Os melhores no ranking são Alex Pombo (17.º) e Marcelo Contini (22.º) - os dois foram dispensados da seletiva. Bruno Mendonça, que disputou o Mundial do ano passado, subiu de categoria e está tentando a sorte na até 81kg.

Como não está entre os 20 melhores do ranking mundial, Leandro Cunha não recebe o Bolsa Pódio, do governo federal. Ele, porém, segue contemplado com a faixa mais alta do Bolsa Atleta (R$ 3,1 mil), por ter ido aos Jogos de Londres. O judoca é atleta da equipe da Prefeitura de São José dos Campos (SP) e 3º sargento do Exército Brasileiro. Ainda assim, procura patrocínios para bancar as possíveis viagens na campanha olímpica.

Eduardo Katsuhiro Barbosa, Fernando Martins, Gabriel Mendes, Igor Pereira, João Pedro Macedo, Lincoln Neves e Luanh Saboya vão disputar a seletiva na categoria de Leandro Cunha. Contra Fernando (Minas), Gabriel (Flamengo), Igor (Reação) e João Pedro (Sogipa) há a possibilidade de confrontos no Grand Prix Interclubes, que acontece neste fim de semana, em Belo Horizonte.

Mais dois brasileiros irão estrear no judô neste domingo (29), Leandro Cunha, na categoria 66 kg e Érika Miranda, nos 52 kg, depois do Brasil conseguir duas medalhas na modalidade no primeiro dia de competição, com Sarah Menezes e Felipe Kitadai.

Érika ficou fora da última Olimpíada, em Pequim, por causa de uma contusão e foi substituída por Andressa Fernandes. A brasileira tem medalha de prata na categoria no Pan-americano de Guadalajara e pode conquistar medalha para o Brasil.

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Já Leandro Cunha, de 31 anos, que é vice-campeão mundial de Judô em Tóquio 2010 e Paris 2011, também representou o país no Pan de 2011 e conquistou a medalha de ouro na categoria.

As brasileiras conquistaram duas medalhas de bronze no primeiro dia do Masters de Judô, que está sendo realizado na cidade de Almaty, no Casaquistão, e reúne os 16 melhores lutadores de cada categoria. Sarah Menezes (até 48kg) e Rafaela Silva (até 57kg) venceram dois combates, mas perderam nas semifinais neste sábado, garantindo ambas a terceira colocação.

O resultado renderá 160 pontos para as brasileiras no ranking mundial, que definirá os judocas classificados para a Olimpíada de Londres. Com o bronze, Sarah Menezes repetiu o desempenho do Masters de 2011, que foi realizado em Baku, no Azerbaijão, quando também parou nas semifinais.

Sarah Menezes, terceira colocada no ranking, estreou com vitória sobre a romena Alina Dumitru, que está em sexto lugar na lista. Depois, superou a casaque Alexandra Podryanova, número 44 do mundo, que foi convidada pela organização. Nas semifinais, porém, perdeu por um wazari para a japonesa, que está na segunda posição no ranking.

Rafaela Silva avançou até as semifinais com vitórias sobre Kifayat Gasimova, do Azerbaijão e número 13 do ranking, e Sarah Loko, da França, que ocupa o 18º lugar na lista. Sétima do ranking, a brasileira perdeu nas semifinais para a japonesa Kaori Matsumoto, que lidera a lista da categoria.

Os outros brasileiros que competiram neste sábado não tiveram bom desempenho. Entre as mulheres, Erika Miranda (até 52kg) perdeu para a japonesa Yuka Nishida e Mariana Silva (até 63kg) foi superada pela holandesa Anicka van Emden.

Entre os homens, o Brasil não conseguiu sequer uma vitória neste sábado. Felipe Kitadai (até 60kg) só estreou na segunda rodada, mas perdeu para o russo Arsen Galstyan. Leandro Cunha (até 66kg) foi derrotado pelo também russo Alim Gadanov. Já Bruno Mendonça (até 73kg) foi eliminado pelo ucraniano Volodymyr Soroka.

O Masters de Judô prossegue neste domingo com a participação de sete judocas brasileiros: Tiago Camilo (até 90kg), Hugo Pessanha (até 90kg), Luciano Correa (até 100kg), Rafael Silva (mais de 100kg), Daniel Hernandes (mais de 100kg), Mayra Aguiar (até 78kg) e Maria Suelen Altheman (mais de 78kg).

O Brasil se classificou nesta sexta-feira para três das quatro finais do judô nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Leandro Cunha (até 66kg), Bruno Mendonça (até 73kg) e Rafaela Silva (até 57kg) venceram seus combates e vão tentar a conquista da medalha de ouro ainda neste noite. Katherine Campos (até 63kg) buscará o bronze após perder nas semifinais.

Vice-campeão mundial neste ano, Leandro Cunha estreou em Guadalajara com vitória sobre o canadense Sasha Mehmedovic. A arbitragem desta luta foi confusa, com dois ippons do brasileiro sendo invalidados. No terceiro, ele garantiu a sua vitória. Em seguida, Cunha derrotou o mexicano Francisco Carreon por ippon. Na final, ele vai lutar contra o norte-americano Kenneth Hashimoto.

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Bruno Mendonça abriu a participação com vitória por yuko sobre o chileno Fernando Salazar. Depois, superou o canadense Nicholas Triton por ippon para se garantir na final do Pan. O adversário do brasileiro na disputa da medalha de ouro será o cubano Ronald Girones.

Rafaela Silva, que foi vice-campeã mundial neste ano, estreou em Guadalajara com vitória sobre a canadense Joliane Melançon por ippon. Depois, superou a colombiana Yadinis Amaris por waza-ari. Na decisão, a brasileira vai encarar a cubana Yurisleidys Lupete.

Já Katherine Campos vai buscar a medalha de bronze na repescagem. A brasileira iniciou a participação no Pan com vitória sobre a porto-riquenha Jessica Garcia por yuko. Nas semifinais, porém, perdeu para a mexicana Paloma Acosta e assim tentará o bronze ainda nesta noite.

Com esses resultados, o judô brasileiro segue com chances de concretizar o objetivo de conquistar medalhas nas 14 categorias do Pan de Guadalajara. Nos dois primeiros dias de competição, o País conquistou três ouros, uma prata e três bronzes.

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