O policial militar reformado Fabrício Queiroz (PTB), aliado de Jair Bolsonaro (PL) e família, relatou, em entrevista à Veja, que tem sido tratado como um “leproso” pelo antigo clã presidencial e se queixou de não ter recebido suporte dos ex-amigos para sua campanha à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em 2022. O militar também afirmou que pretende disputar o cargo de vereador da capital carioca nas eleições de 2024, mas que não conta mais com o apoio da família.
Além do espaço que ocupou na polícia, Queiroz ficou conhecido nacionalmente pelo envolvimento no caso das rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL-RJ). “Os Bolsonaro são do tipo que valorizam aqueles que os trai”, afirmou o ex-militar. “Bolsonaro não me ajudou em nada na minha campanha a deputado estadual em 2022. Nem na urna em que ele vota eu tive voto. Se ele sinalizasse favoravelmente à minha candidatura, hoje eu seria deputado”, lamentou, ao relembrar que, mesmo assim, fez campanha para o amigo na disputa presidencial de 2022.
##RECOMENDA##Queiroz chegou a comparar a postura de Bolsonaro com a do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que saudou os aliados no discurso de vitória. “Lula, assim que ganhou a eleição, foi para a Avenida Paulista em seu primeiro discurso. Do seu lado, estavam José Guimarães, Lindbergh Farias, e vários outros acusados por crimes. Para a família Bolsonaro, eu sou um leproso”, disparou.
No ano passado, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj concorreu a uma vaga no legislativo estadual pelo PTB, partido de Roberto Jefferson, mas sem sucesso. Obteve apenas 6,7 mil votos. Por conta disso, decidiu tentar a candidatura a vereador em 2024.
Ele explicou que quer aproveitar esse capital político e disse que ainda não decidiu por qual legenda vai lançar a candidatura. Sua única certeza é que será um partido de direita que lhe dê mais estrutura e mais chances de vencer. “Alguns já me procuraram. Mas ainda estou vendo com minha equipe”, contou Queiroz, ainda filiado ao PTB.