No penúltimo dia de palestras e debates do Festival Recifense de Literatura, A Letra e A Voz, o estudioso e escritor Luís Augusto Fischer (RS) e o pernambucano Luís Reis discutiram sobre a obra e os modos de trabalho de Nelson Rodrigues, grande homenageado do Festival.
Dramaturgo, jornalista, cronista, ensaísta. Nelson passeou com tranquilidade sobre as maneiras de escrever e marcou a história da literatura e do teatro brasileiro pela espontaneidade e liberdade com que escrevia. Tinha o poder de ser sincero e encantador e sua obra é inspiração para estudiosos. “Quem mais dizia o que ele dizia, de onde ele tinha força para dizer aquilo?” questiona Luís Augusto Fischer, que em 2009 lançou Inteligência com dor – Nelson Rodrigues Ensaísta.
##RECOMENDA##Para Fischer, Nelson não se encaixa no conceito de cronista “A crônica brasileira gosta de falar de amenidades, Nelson falava das durezas”, explica o estudioso. Nas obras de Nelson, no teatro ou nos jornais, os temas que eram vistos como tabu pareciam ser seus prediletos, o que o diferenciou de qualquer outro escritor de seu tempo.
“Ele foi o primeiro ensaísta no teatro”, explica o pernambucano Luis Reis, que acredita que Nelson se destaca também por não ter apenas escrito para o teatro, mas por tê-lo abordado enquanto temática.
Durante a palestra, os posicionamentos políticos e críticos do autor, bem como suas ousadias, entraram em pauta e garantiram encantamento e risadas de quem estava na plateia. A 10ª edição do Festival A Letra e A Voz acaba neste domingo (26).