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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) "passou pano" para os atos de violência que ocorreram neste domingo, 8, em Brasília. Para Padilha, qualquer pessoa que "não repudia de forma veemente é alguém que não tem apreço pela democracia". No final de semana, apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios públicos e históricos do Congresso Nacional, Superior Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto.

"A declaração do senador eleito Sérgio Moro é uma demonstração disso (de passar pano). Não repudiar de forma veemente os atos terroristas cometidos ontem (domingo), quem não repudia de forma veemente é alguém que não tem apreço pela democracia ou não tem percepção da gravidade do que vivemos ontem", disse em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura de SP.

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O ministro ainda defendeu que os políticos que insistirem em apoiar tais atos de violência serão isolados politicamente. "Qualquer parlamentar que venha incitar atitudes como a de ontem, venha colaborar e incentivar atitudes como a de ontem serão devidamente isolados politicamente", afirmou.

Em resposta, Moro afirmou que repudiou os fatos "desde o início da violência" e que defende, desde o final das eleições, que "oposição ao novo Governo deveria seguir o caminho da lei e do respeito às instituições".

"A declaração do Ministro Padilha busca ocultar as falhas do Governo atual em prevenir os ataques. Por que a Força Nacional não foi afinal colocada de prontidão na Praça dos Três Poderes já que tinham informações de inteligência?", disse.

No domingo, um pouco antes dos atos violentos começarem, o ex-juiz afirmou também em rede social que o novo governo Lula estava "mais preocupado em reprimir protestos e a opinião divergente do que em apresentar resultados". "De volta o loteamento político irrestrito de ministérios e estatais. Tudo em prol de uma misteriosa "reconstrução" sem qualquer rumo. Não é um bom começo", disse.

Posteriormente, com o início das invasões, Moro voltou às redes sociais para se posicionar novamente: "A oposição precisa ser feita de maneira democrática, respeitando a lei e as instituições", disse.

Em meio ao impacto da invasão e depredação, por bolsonaristas, das sedes dos três Poderes, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou na manhã desta terça, 10, que é necessário 'combater firmemente o terrorismo'.

"Temos que combater firmemente as pessoas antidemocráticas, que querem dar o golpe, que querem regime de exceção. Não é possível conversar com essas pessoas de forma civilizada", declarou, durante a posse do delegado Andrei Rodrigues, novo diretor-geral da Polícia Federal.

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"Essas pessoas não são civilizadas", seguiu. "Basta ver o que fizeram com o Palácio do Planalto, com o Congresso Nacional e, com muito mais raiva e ódio, com o Supremo Tribunal Federal".

A declaração arrancou aplausos da plateia, formada em sua maioria por delegados da PF. Poucos minutos antes, o ministro do Supremo foi elogiado pelo novo chefe da corporação por sua 'coragem e determinação'. Foi qualificado como 'defensor da democracia'.

Alexandre foi enfático ao reconstituir a invasão e a depredação por bolsonaristas das dependências do Congresso, do Supremo e do Planalto. Também avisou que 'não há apaziguamento das instituições', em referência às responsabilizações dos envolvidos nos atos golpistas - 1,5 mil foram detidos.

O ministro relembrou de uma outra operação 'contra o terrorismo', em 2016, traçando um paralelo com a ofensiva realizada nos últimos dias. Segundo Alexandre, a prisão de centenas de baderneiros 'necessária para garantir a democracia, para mostrar que não há apaziguamento das instituições'.

"As instituições não são feitas de mármore, de cadeiras e mesas. Elas são feitas de pessoas, de coragem, de cumprimento da lei. Não achem, esses terroristas, que até domingo faziam baderna e crimes, e agora reclamam que estão presos, querendo que a prisão seja uma colônia de férias, não achem que as instituições irão fraquejar."

O magistrado garantiu que o Judiciário, com apoio da Polícia Federal e de outras instituições, vai punir 'todos os responsáveis' pelos atos golpistas de domingo, 8. Ele apontou não só para os que praticaram as cenas de violência e quebra quebra, mas também os que 'planejaram, financiaram e incentivaram, por ação ou omissão'.

O governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou que irá cumprir a decisão judicial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e anunciou a aplicação de multas de R$ 100 mil por hora para cada veículo que esteja bloqueando as estradas no Estado. De acordo com o governador, caso não sejam cumpridas as medidas, será feito o uso da força pela Polícia Militar e até eventuais prisões.

Em entrevista à imprensa nesta terça-feira (1º) o governador afirmou que optou-se pelo diálogo e negociação com os manifestantes. No entanto, com a decisão de Moraes e o desrespeito às medidas, "as negociações se encerram". "Não vamos admitir obstrução de vias em São Paulo", declarou o tucano, que afirma que os pontos que se identificam bloqueios já há um acionamento da polícia.

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Segundo o governador, havia cerca de 90 pontos de manifestação por volta das 10h30 e 40 foram desobstruídos, citando o desbloqueio da via de acesso ao Aeroporto de Guarulhos. "Até agora temos sido bem sucedidos nessa negociação com a dispersão desses distúrbios", declarou. "Vamos avançar em outras áreas importantes aqui na cidade de São Paulo e nas principais rodovias do Estado", disse.

Resultado das eleições

O governador fez um apelo para que as manifestações se encerrem. De acordo com ele, o Estado respeita o resultado das urnas e, por isso, não serão admitidos protestos contra o pleito. "As eleições acabaram, vivemos em um País democrático, São Paulo respeita o resultado das urnas e nenhuma manifestação vai fazer com que a democracia do Brasil retroceda", e emendou: "Não vai ser manifestação ou baderna que vai fazer com que a sociedade não reconheça o resultado das urnas."

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