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Vinte e quatro grupos e associações de moradores, pescadores e produtores rurais que afirmam ser afetados pelos empreendimentos de Eike Batista em Minas Gerais e no Rio de Janeiro divulgaram nesta quarta-feira, 11, uma carta com denúncias ao empresário. O documento, intitulado Carta do Açu, faz denúncias sobre os impactos dos empreendimentos do Porto do Açu, da LLX, e do projeto Minas-Rio, da MMX, nas comunidades de São João da Barra, no norte fluminense, e de Conceição de Mato Dentro, em Minas Gerais.

Segundo o documento, os atingidos se reuniram nos meses de maio e agosto em um "intercâmbio de resistências" para discutir os impactos dos projetos nas comunidades. O encontro teve a participação de pesquisadores do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (Gesta/UFMG), da Universidade Federal Fluminense em Campos dos Goytacazes e da Associação dos Produtores Rurais do Município de São João da Barra - Asprim.

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Na carta, o grupo denuncia "inaceitáveis danos e violações de direitos" ocorridos nos municípios pelos empreendimentos. O grupo afirma que integrantes do movimento foram seguidos e monitorados por representantes da empresa e que o empreendimento tem mascarado os danos e impactos ambientais nos Estados de Minas e Rio.

"Não constam dos EIA-RIMAs os impactos conexos mina-mineroduto-porto e os efeitos do empreendimento no estado vizinho do Espírito Santo - área costeira, poluição, óleo, poluição sonora marinha, erosão do solo marinho", afirmam os grupos.

Ainda segundo os movimentos sociais, os responsáveis pelo empreendimento "recusam reconhecer a amplitude do universo de comunidades atingidas" e que os proprietários rurais nas regiões próximas aos empreendimentos sofreram "pressões e formas diversas de coação" e "despejos violentos". A carta também questiona os processos de reassentamento que estariam violando "a dignidade e o bem-estar de grupos vulneráveis".

Assinam a carta 24 movimentos sociais da região, como as associações Atingidos pelo Projeto Minas - Rio, o grupo Unidos por Conceição (Unicon), a Associação dos Produtores Rurais e Imóveis do Município de São João da Barra (Asprim), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre outros. O grupo afirma que o objetivo do documento é chamar "a sociedade brasileira a se indignar com essa situação de arbítrio, de modo a impedir a continuação de todos esses crimes".

Procurado, o grupo EBX informou que irá averiguar as denúncias para se manifestar sobre o assunto.

Na concentração do protesto, houve um principio de confusão na Avenida Agamenon Magalhães, onde estão reunidas cerca de três mil pessoas na tarde desta quinta-feira (20). O motivo foi um grupo que tentou erguer a bandeira de um partido político, mas os manifestantes exigem um movimento apartidário e dizem que a única bandeira a ser levantada é a do Brasil. “É por causa desses políticos que a gente vem sofrendo. Nossa bandeira aqui é a brasileira”, afirmou Leonardo Souza. 

Grávida de seis meses, Daniela Rodrigues, de 36 anos, disse que não deixaria de ir ao protesto. “Estou querendo uma vida melhor para quem vai nascer. Não tenho medo que aconteça algo mal comigo. Se Deus quiser, vai ocorrer tudo bem”, relatou.

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O acesso à Avenida Conde da Boa Vista, uma das principais do Recife, já foi bloqueado pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU). Quem vem da Benfica ou da Caxangá, na altura do Internacional, tem que dobrar à direita para acessar Rua Henrique Dias, e depois chegar à Avenida Agamenon Magalhães.

Com informações de Nathan Santos

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