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A Polícia Federal (PF) cumpre mandados de busca e apreensão, nesta segunda-feira (29), em Minas Gerais como parte da investigação do inquérito que apura um suposto esquema de candidaturas-laranjas do PSL nas eleições de 2018. A sede do partido em Belo Horizonte é alvo dos agentes federais.

As investigações apontam que o ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro (PSL), Marcelo Álvaro Antônio, seria o líder desse esquema. Ele é presidente do PSL no Estado. Apesar disso, há informações de que ele não é alvo direto das ações desta segunda. A PF cumpre sete mandados.

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A Justiça de Minas Gerais investiga, desde fevereiro, as eventuais irregularidades no repasse das verbas do Fundo Especial de Financiamento de Campanha pelo PSL para ao menos quatro candidatas. Elas receberam um montante expressivo para bancar suas candidaturas, mas votações pouco expressivas.

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Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu o prosseguimento da investigação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), em primeira instância, conforme antecipou a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo.

Alvo de investigação da Procuradoria Regional Eleitoral sobre candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais, Álvaro Antônio entrou com uma reclamação para que a apuração seja encaminhada ao STF.

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Em um parecer de apenas quatro páginas, Raquel Dodge destacou que o caso não se enquadra no novo entendimento do foro privilegiado. Em maio do ano passado, o STF restringiu o alcance do foro para os crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo.

"Os fatos em análise, mesmo tendo ocorrido durante o mandato de deputado federal do reclamante, são totalmente estranhos ao exercício do mandato, pois envolvem situações exclusivamente de cunho eleitoral, associadas apenas ao pleito eletivo de 2018", destacou Raquel Dodge.

"Assim, não subsiste o foro por prerrogativa de função do Supremo Tribunal Federal para este caso, afastando-se, consequentemente, a atribuição da Procuradora-Geral da República para atuar no feito", completou a procuradora. O relator da reclamação apresentada por Álvaro Antônio é o ministro Luiz Fux.

Em meio às suspeitas de envolvimento no uso de candidaturas laranja na última eleição, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, desistiu de ir a uma reunião com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão. O cancelamento ocorreu após Álvaro Antônio ter uma rápida reunião com o presente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, por volta das 14h.

Segundo a agenda do presidente, o encontro durou apenas 15 minutos, mas o motivo não foi informado. Questionada sobre o assunto da reunião entre o ministro e Bolsonaro, a assessoria de imprensa do Planalto disse que a Lei de Acesso à Informação determina que a pauta pode ser informada em até 48 horas.

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A assessoria de imprensa do Ministério do Turismo não soube informar o motivo do ministro não ter comparecido ao encontro com Mourão. Na agenda do vice, constava a presença do Deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG); Vilmar de Melo Barcelos, Prefeito de Brumadinho (MG); Duarte Eustáquio Júnior, Prefeito de Mariana (MG); e do ministro do Turismo. O encontro começaria às 16h. Os três outros convidados já chegaram. Segundo o ministério do Turismo, o ministro enviará um representante.

Nesta quarta, o jornal Folha de S.Paulo mostrou mensagens apresentadas pela aposentada Cleuzenir Barbosa, ex-candidata do PSL em Minas Gerais, e um assessor do ministro do Turismo, mostrando cobrança de devolução da verba pública de campanha, que deveria ser depositada a outra empresa ligada a um dos assessores do político. Álvaro Antônio era presidente do diretório estadual do PSL no Estado não época.

A pedido da Procuradoria Regional Eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) suspendeu nesta terça-feira, 19, o processo de prestação de contas de Cleuzenir Barbosa, candidata a deputada estadual pelo PSL-MG nas eleições de 2018. Cleuzenir denunciou ao Ministério Público o uso de candidatas laranjas pelo partido.

Segundo Cleuzenir, o esquema seria liderado pelo grupo político do atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, deputado federal eleito para segundo mandato e presidente estadual da sigla. Ao jornal Folha de S. Paulo, a ex-candidata disse que o atual ministro "sabia" do esquema denunciado por ela.

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Ao MP, Cleuzenir relatou ter sido pressionada pelo grupo do atual ministro a desviar recursos do Fundo Eleitoral para efetuar despesas que não eram de sua campanha. Segundo ela, a suspensão da análise de suas contas é "normal" dentro de um processo de investigação. "Não tenho nada a temer."

Na decisão, o juiz relator da ação, João Batista Ribeiro, afirmo que o procurador regional eleitoral informou a existência de procedimento para apurar "fatos que podem, em tese, constituir crime e ter implicações nessa prestação de contas". Com isso, segundo o magistrado, "impõe-se a suspensão desse processo para aguardar o deslinde dos procedimentos instaurados pelo Ministério Público Eleitoral".

Outros

Este é o segundo processo de candidatos do PSL de Minas suspenso por causa de investigação do Ministério Público. O primeiro foi em 13 de fevereiro, e atingiu as contas da candidata a deputada federal Débora Gomes. Há pedidos para suspensão de análise de contas eleitorais de outras três candidatas: Naftali Tamar, Lílian Bernardino e Camila Fernandes - nenhuma delas se elegeu.

Nesta terça, o Ministério Público de Minas enviou intimações a 20 pessoas, entre candidatos e colaboradores do ministro Marcelo Álvaro Antônio para que prestem depoimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) anunciou em sua conta no Twitter que o PSOL solicitou a convocação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro, para que ele preste explicações à Câmara sobre as suspeitas de candidaturas laranjas pelo PSL de Minas Gerais, presidido pelo atual ministro durante o período eleitoral.

"O ministro e o governo devem explicações à sociedade", escreveu Freixo.

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Em outro tuíte, o deputado citou reportagem da Folha de S. Paulo, na qual uma ex-candidata do PSL mineiro afirma que Marcelo Álvaro sabia de esquema do partido para lavar dinheiro público destinado ao PSL.

"Bebianno caiu, mas o laranjal continua forte no governo", tuitou Freixo.

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