Nesta quarta-feira (8), é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e, para celebrar, nada melhor do que mostrar a força empreendedora que só tem aumentado no meio feminino. A história de Maria Vitória Siqueira, de 23 anos, traz uma inspiração para muitas mulheres, e deixa o recado de que não existem dificuldades que superem a força feminina de se reinventar e enfrentar desafios.
Fundadora da Sempre Juntas doceria, em 2019, a jovem decidiu empreender, levada pela dificuldade financeira que a obrigou a trancar o curso superior de arquitetura, em Caruaru, Agreste de Pernambuco. Assim, Vitória voltou para a casa dos pais, em Paulista, Região Metropolitana do Recife, que estavam desempregados na época e viram no empreendimento uma forma de sair das dificuldades.
##RECOMENDA##Hoje, Vitória tem uma história de sucesso para contar como empreendedora, mas nem sempre foi assim. Um dos desafios que a jovem teve que superar foi a falta de credibilidade por ser jovem. Em feiras de empreendedorismo que participava, Vitória relata que muitas vezes ouvia comentários questionando o fato da empreendedora estar trabalhando ao invés de estudando.
“Até ano passado, quando eu fui sozinha pela primeira, sem ajuda de ninguém, pessoas simplesmente nem me olhavam, às vezes até perguntavam por que eu não estava na escola ao invés de estar trabalhando, simplesmente porque não acreditavam na minha capacidade real de ter uma empresa”, afirmou.
Vitória ressalta que o seu empreendimento foi o que manteve sua casa financeiramente por um bom tempo. Pois, através dele que ela conseguiu ajudar seu pais enquanto estavam desempregados.
Como empreendedora, a doceira teve na sua mãe a inspiração, já que desde criança a via produzindo bolos e doces caseiros para vender.
“Eu levo muito a sério a questão do empreendedorismo feminino, até minha mãe sempre foi uma mulher empreendedora e nunca me deixou olhar para trás, e por causa disso, nunca tive o pensamento de que eu não podia fazer algo, e quando eu paro, olho para trás e vejo tudo que eu já fiz, aonde eu cheguei com tão poucos recursos, eu fico orgulhosa da minha trajetória”, afirmou.
Além de jovem, Vitória sente na pele a desigualdade de gênero que ainda é vista na sociedade. A mulher relata que, quando vai a feiras de empreendimento apresentar seus produtos acompanhada de seu namorado, muitas pessoas querem atendimento exclusivamente com ele por acreditarem que ele, por ser homem, é quem está à frente da empresa.
“Eu sinto na pele a diferença que ainda é feita entre homens e mulheres. Nas feiras que participo, e vou com meu namorado, que apesar de ser dois anos mais novo que eu, mas ainda assim acontece de muitas só quererem o atendimento dele, tratar os assuntos com ele, pelo fato de ele ser homem, as pessoas acreditam que ele esteja à frente da empresa e não eu que sou mulher”, pontuou.