Tópicos | Massacre de Trelew

O nome de Mariano Soso já está na ponta da língua do torcedor do Sport. Entretanto, nem todos sabem das várias facetas do argentino, oficializado nessa terça-feira (5) como novo técnico do Leão para a temporada de 2024. Soso, inclusive, deve desembarcar na capital pernambucana ainda nesta semana para conhecer o elenco que terá à disposição.

O LeiaJá preparou um perfil sobre o treinador rubro-negro, que vê a equipe pernambucana como uma espécie de "porta de entrada" para o Brasil, onde os argentinos costumam ter sucesso. Ou pelo menos, se puxarmos por um recorte mais recente.

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Família, ditatura e militância

A militância é uma das principais facetas de Mariano Soso fora das quatro linhas. Nascido em Rosário, terra de Lionel Messi e Diego Armando Maradona, em 1981, o treinador é de uma família de ativistas, que foi vítima direta da ditadura cívico militar na Argentina na década de 1970. Sua mãe, Alicia Lesgart foi por muito tempo uma líder dos direitos humanos no país portenho.

Em 1972, Susane Lesgart, prima de Alicia, foi uma das vítimas fatais do Massacre de Trelew, chacina que deixou 16 mortos, entre guerrilheiros e ativistas. Na ocasião, 19 presos foram obrigados sair de suas celas e parar em fila no corredor, onde foram metralhados à queima-roupa na base aeronaval Almirant Zar, na Patagônia austral.

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Ingresso nos gramados

Como boa parte dos nativos em Rosário, Mariano Soso nasceu com o sonho de se tornar jogador de futebol. Ele atuou nas categorias de base do Newell's Old Boys-ARG até os 12 anos de idade, quando recebei a notícia que não seria aproveitado no clube. Foi aí que Soso largou a bola por hora e foi trabalhar como assistente social.

O convite para retornar às quatro linhas veio quando Claudio Vivas, auxiliar de Marcelo Bielsa, lembrou de Soso. Na base do Newell's, surgiram as primeiras oportunidades como treinador, ainda em equipes de categorias inferiores.

Início como treinador e filosofia de jogo

Somente em 2015, já no Real Garcilaso-PER, Soso comandou seu primeiro time profissional, após empilhar funções de auxiliar técnico. Pelo Garcilaso, que hoje é chamado de Cusco FC, conseguiu ter bons números, feito que lhe renderia um contrato com o também peruano Sporting Cristal no ano subsequente.

Por lá, o treinador conseguiu ter feitos marcantes, faturando o título do Campeonato Peruano logo em seu primeiro ano na equipe de Lima. Comandou os celestes em 54 jogos naquela temporada, com 23 vitórias, 15 empates e 16 derrotas, com um aproveitamento de 51% dos pontos disputados, além de imprimir sua principal faceta: a filosofia de jogo.

O sistema tático mais utilizado por Mariano Sosa, segundo o renomado site TransferMarket, é o 4-3-3 ofensivo. Foi com essa formação, inclusive, que o Leão conseguiu ter seu melhor desempenho na temporada de 2023, especialmente no primeiro semestre.

Consolidação como técnico

O bom trabalho de Soso no Garcilaso despertou o interesse de um clube de maior porte, o Sporting Cristal. Soso voltaria ao seu país natal em 2017 para comandar o Gimnasia La Plata. Dessa vez, contudo, teve passagem discreta, com quatro vitórias, um empate e sete derrotas nos 12 jogos que comandou o time, com um aproveitamento de apenas 36%.

Soso conseguiria se recuperar no clube seguinte, o Emelec-EQU, classificando a equipe na fase de grupos da Libertadores da América de 2019. Pelo clube de Guayaquil, foram 44 partidas disputadas, com 19 vitórias, 12 empates e 13 derrotas.

Após a boa passagem pelo Emelec, Soso retornou à Argentina para defender o Defensa Y Justiça, clube no qual ficou por apenas 18 jogos, até pedir demissão. Em 2020, comandou o San Lorenzo, permanecendo até 2021, passando também pelo O’Higgins-CHI, até chegar em sua última equipe, o Melgar-PER.

Pelo time de Arequipa, ficou com o vice-campeonato peruano de 2023. Ao todo, estava à beira do gramado em 38 ocasiões, com 18 vitórias, 13 empates e sete derrotas, totalizando um aproveitamento de 57%, além de classificar o Melgar à Libertadores de 2024.

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