Matheus Santana poderia ter sido campeão mundial júnior dos 100 metros livre no ano passado se não tivesse tido mais uma crise de diabetes, doença contra a qual ele luta desde criança. Ele foi cortado às vésperas da viagem a Dubai, mas a volta por cima veio neste sábado (26), quando se tornou o recordista mundial dos 100 metros livre na categoria júnior ao ser o segundo mais rápido das eliminatórias do Troféu Maria Lenk, em São Paulo, com 48s85. A marca corresponde ao 13º melhor tempo do ano entre os adultos.
Só neste mês a Federação Internacional de Natação (Fina) passou a considerar recordes mundiais juniores. Como parâmetro, tomou os tempos feitos nos mundiais da categoria. Assim, o primeiro recordista foi o norte-americano Caeleb Dressel, campeão em Dubai ano passado com 48s97. O posto, porém, agora é do atleta da Unisanta, tratado como "o novo Cielo".
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"Depois do corte para o Mundial eu fiquei bem chateado. Mas isso me deu muita motivação para continuar treinando e melhorar os tempos. Nadar pra 48s era uma coisa que já estava nas metas do meu treinamento. Errei a passagem, mas consegui voltar forte e estou super feliz por ter conseguido bater o recorde. Hoje a tarde pode melhorar, mas vai ser uma prova muito forte e não posso garantir que vou bater na frente", comentou Matheus, de 18 anos.
As eliminatórias da manhã deste sábado, apesar do tempo frio, tiveram bons tempos e algumas surpresas. Só Marcelo Chierighini (48s72, oitavo do mundo) e Matheus nadaram abaixo do índice para o Pan-Pacífico. Cesar Cielo, do Minas segurou e fez a quarta marca (49s20). Também estão na final Nicolas Nilo Oliveira (Minas), que representou o Brasil ano passado no Mundial, João de Lucca (Pinheiros), campeão norte-americano universitário, e as surpresas Marcos Antônio Macedo (Minas), Leonardo Alcover (Pinheiros) e Vinicius Waked (Unisanta).
Bruno Fratus (Pinheiros), segundo mais rápido do mundo nos 50 metros livre, Nicholas Santos (Unisanta) e Fernando Ernesto (Corinthians) estavam entre os favoritos mas não pegaram nem final B. Alan Vitória, do Botafogo, ficou doente na véspera do Maria Lenk e não está em São Paulo.
OUTRAS PROVAS - Tão forte quanto foi a eliminatória dos 50 metros peito, que aconteceu sem surpresas. Foram quatro tempos abaixo do índice para o Pan-Pacífico: Felipe França (27s44), João Gomes Júnior (27s50), Raphael Rodrigues (27s74) e Felipe Lima (27s90). Mas, para conseguir a vaga para ir em agosto à Austrália é necessário superar o tempo de João Gomes no Open: 27s40. Felipe França, com 27s03, dificilmente será alcançado.
Nos 100 metros livre feminino, Larissa Oliveira (Pinheiros) foi a mais rápida entre as brasileiras, ainda longe do índice, enquanto que nos 50 metros peito, prova não olímpica, Ana Carla Carvalho (Pinheiros) e Juliana Marin (Minas) empataram em 32s02, a dois centésimos do índice.
Para fechar a manhã, nos 200 metros costas, só Katinka Hosszu, húngara do Corinthians, forçou a ponto de bater o recorde do campeonato. Os outros tempos foram bem acima do padrão. No masculino, situação foi a mesma, com liderança de Leonardo de Deus, do Corinthians.