A Igreja Católica francesa é alvo de nova investigação sobre agressão sexual, após a justiça decidir investigar uma sinalização da diocese de Paris sobre seu ex-arcebispo Michel Aupetit, informou o Ministério Público nesta terça-feira (3).
A Justiça francesa abriu, em dezembro, uma investigação por agressão sexual de vulnerável, segundo o Ministério Público de Paris, confirmando uma informação do canal de televisão BFMTV.
Segundo o canal, o ex-arcebispo manteve uma relação com uma pessoa que era objeto de uma medida de proteção judicial.
Uma fonte próxima ao caso explicou que a investigação examina "trocas de e-mails" entre o religioso e uma mulher, cujo consentimento deverá ser estabelecido em função de seu estado de saúde mental.
A diocese de Paris "confirmou que relatou os fatos (às autoridades judiciais) e especificou que não pôde verificar se são verdadeiros e se representam um crime", em um comunicado divulgado na noite desta terça-feira.
O advogado de Aupetit, Jean Reinhart, afirmou à AFP que, até o momento, não tem conhecimento sobre "nenhuma denúncia".
Aupetit renunciou no final de 2021 depois que vários jornais revelaram um relacionamento íntimo com uma mulher em 2012, o que ele negou categoricamente.
O papa Francisco aceitou sua renúncia no final de 2021, por considerar que a "reputação do então arcebispo de Paris estava comprometida.
Aupetit, ordenado sacerdote com 44 anos após trabalhar durante 11 anos como médico, também foi alvo de críticas por sua gestão dos recursos humanos na diocese mais importante da França.
O ex-arcebispo também é conhecido por suas posições rígidas sobre família e bioética, seu apoio a marchas contra o aborto e sua oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A Igreja Católica na França registra uma série de golpes desde outubro de 2021, quando um relatório independente estimou que cerca de 216 mil menores foram vítimas de abusos por parte de padres e religiosos entre 1950 e 2020.
Em novembro, a Justiça abriu uma investigação contra o cardeal Jean-Pierre Ricard, que reconheceu ter tido um comportamento "repreensível" com uma menor de idade há 35 anos.