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Um grupo reunindo cerca de 100 artistas da música e do cinema firmou um documento pela "união contra o ódio" para impedir que o candidato republicano, Donald Trump, chegue à presidência dos Estados Unidos.

"Somos uma coalizão de artistas que, atualmente, se une aos milhões de americanos no compromisso de derrotar o candidato republicano, Donald Trump", diz a moção, publicada na web como Unitedagainsthate (unidos contra o ódio).

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O documento é firmado por atores como Mark Ruffalo, Kerry Washington, Julianne Moore e Lena Dunham; e por estrelas da música como Michael Stipe, Moby ou DJ Spooky, entre muitos outros.

"Acreditamos que temos a responsabilidade de utilizar nossa fama para alertar sobre o risco de uma presidência de Trump", destaca o documento, apoiado pela associação progressista Moveon.org.

"Sua retórica e suas propostas políticas excluem, denigrem e prejudicam mexicanos e latinos, negros, muçulmanos, a comunidade LGBTQ, as mulheres, os que lhes proporcionam cuidados médicos, os asiáticos, os refugiados, os deficientes e a classe trabalhadora", denuncia o texto, também firmado por Jane Fonda, Patricia Arquette e Woody Harrelson.

"Convocamos todos os americanos a se unir ao lado bom da história e a utilizar nossas vozes e nossos votos para derrotar Donald Trump e a ideologia do ódio que representa".

Segundo o diário The Guardian, mais da metade dos 40 singles mais vendidos no Reino Unido no ano passado eram músicas com vocalistas convidados. A estratégia jogou holofotes em nomes até então profundamente desconhecidos na música pop, como Sam Smith (que gravou o hit La La La, dos Naughty Boys) e John Newman (que gravou Feel the Love, do Rudimental).

Bandas projetos ou artistas de ponta disseminaram essa estratégia principalmente a partir dos anos 1990, com maior ou menor eficácia nos resultados. Moby, por exemplo, sempre usou grandes cantoras em suas faixas (como Pilar Basso e Reggie Matthews), mas poucas alçaram o estrelato sozinhas. O Massive Attack também se valeu do mesmo sistema em seus primórdios, com convidados como Sarah Jay, Horace Andy, Shara Nelson e até Tracey Thorn, do Everything but the Girl.

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A banda inglesa Incognito foi a que usou com menos personalismo o feature. Liderada sempre pelo guitarrista e produtor Jean Paul Maunick, o Bluey, o grupo teve vocalistas como Vanessa Haynes, Nathalie Williams, Carleen Anderson e Tony Momrelle. "O que aconteceu nos anos 1980 é que as companhias de discos puseram mais ênfase na produção do que no artista. Houve um barroquismo, elementos demais, significado de menos", disse Bluey ao jornal O Estado de S,Paulo, há um ano, explicando que o feature foi fruto de um estratagema de rejeição de um modelo.

O trip hop passou a usar convidados especialmente porque derivava do acid jazz da década anterior - que já tinha vocalistas especiais extraordinárias, como o Jazzmatazz. A música eletrônica foi se sofisticando nessa direção, culminando em projetos como o neojazz do De-Phazz, que esteve recentemente no Brasil. O De-Phazz é principalmente a viagem do cérebro do DJ e produtor alemão Pit Baumgartner, um apaixonado por Ella Fitzgerald. Baumgartner funde jazz com música eletrônica com um time de membros "volantes", no qual pontifica a cantora Barbara Lahr.

A França adotou sem parcimônia o sistema. O grupo de neobossa Nouvelle Vague, liderado pelo produtor Marc Collin, escalou desde sempre um time de cantoras excepcional (como Karina Zeviani, Helena Noguerra, entre outras). Mas um time mal creditado, o que lhes valeu acusação de sexistas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dos discos de maior sucesso deste fim de ano é Innocents, o novo álbum de Moby. Com convidados como Wayne Coyne, dos Flaming Lips, do lendário Mark Lannegan e do folk singer Damien Jurado, o trabalho parece reconectar Moby com seus anos áureos - ele chegou a vender 20 milhões de discos e foi atração principal de festivais como o Glastonbury, na primeira metade dos anos 2000.

"Cineastas, músicos, muitos artistas tentam justificar um resultado artístico por meio de um relato de sofrimento. Muitos falam de como se agrediram no processo de fazer um artefato artístico, de como todo mundo envolvido gritava com todo mundo. Eu tenho orgulho de dizer que esse disco foi feito em completa harmonia com todos os envolvidos", disse Moby, falando por telefone ao jornal O Estado de S.Paulo, na semana passada.

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Há uma música sua fazendo um grande sucesso aqui na trilha sonora de uma novela, Perfect Life, que é o tema de uma garota autista, Linda. Você sabia disso?

MOBY - Sim, sabia. Conversei recentemente com alguns amigos que vivem no Brasil e eles me contaram sobre esse surpreendente, e quase acidental, sucesso. É tema de um caso de amor autista, o que me pareceu perfeito.

É um personagem autista. Você acha apropriado com a música?

MOBY - Sim. É engraçado, porque isso me lembra que eu trabalho com uma instituição em Nova York, o Institute for Music and Neurological Function. Você viu o filme Awakenings, com Robert De Niro? Pois bem, o filme é baseado no médico neurologista Oliver Sacks, que é como se dá a origem do instituto. E eles têm vários terapeutas musicais com trabalhos diretamente relacionados em como a música afeta o cérebro. E tem vários resultados muito interessantes em pacientes autistas. Por isso, fez sentido para mim, que minha música tenha ido parar como tema desse love affair no Brasil.

Ouvindo seu disco e vendo sua atuação como DJ, percebo algo curioso. Vi na internet você tocando em Las Vegas outro dia, e você era um homem festa, milhares de pessoas à sua frente em êxtase. Por outro lado, em disco, você é muito introspectivo. Parece um paradoxo o jeito como se manifestam esses dois lados de sua personalidade.

MOBY - Estranho seria se não fosse desse jeito. Em uma conversa com amigos outro dia, a gente falava sobre como certos cineastas, músicos, escritores, artistas são conhecidos apenas por uma coisa. Veja uma banda como o Metallica. Adoro o Metallica. Eles são conhecidos por uma única faceta, a de heavy metal hard rock band. O bom a respeito disso é que a plateia sempre sabe o que esperar do Metallica. Mas o problema para eles é que se quiserem fazer uma outra coisa não poderão, porque sua audiência não vai deixar. Na minha vida, meu background é muito estranho, porque eu comecei tocando música clássica, depois, quando estava na high school, toquei em punk rock bands; então toquei como um DJ de hip-hop, jazz. E nos meus próprios discos tenho sido um estranho paradoxo, o que tem confundido muita gente. Mas também me libera para criar aquilo que eu quero experimentar. Teria sido pior se eu tivesse escolhido fazer apenas um gênero. Veja o Daft Punk, por exemplo. O Daft Punk toca dance music. Quando compram um disco do Daft Punk, sabem o que esperar, e essa é uma das razões pelas quais têm grande sucesso comercial. Eu conheço os caras do Daft Punk, eles podem fazer um monte de outras coisas. Sem querer ser muito filosófico, mas o ser humano é complicado, é cheio de paradoxos. Tenho amigos que, quando acordam de manhã, são pessoas totalmente diferentes das que são quando vão ao bar, saem para dançar, quando jogam vôlei, quando fazem sexo. Ou quando tomam o café da manhã. Alguns artistas, quando se definem em um único caminho, às vezes o fazem por conveniência, mas isso pode ser criativamente limitante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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