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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou no Diário Oficial da União (DOU) parecer de orientação sobre os chamados criptoativos. A autarquia destaca que, embora ainda não haja legislação específica sobre o tema, o documento "tem o objetivo de garantir maior previsibilidade e segurança, bem como de fomentar ambiente favorável ao desenvolvimento dos criptoativos, com integridade e com aderência a princípios constitucionais e legais relevantes".

"Este Parecer de Orientação consolida o entendimento da CVM sobre as normas aplicáveis aos criptoativos que forem valores mobiliários. Desse modo, este trabalho esclarece os limites de atuação da Autarquia e a forma como a CVM pode e deve exercer seus poderes para normatizar, fiscalizar e disciplinar a atuação dos integrantes do mercado de capitais", cita o parecer.

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A CVM diz ainda que, com a edição da orientação, está contribuindo para a proteção do investidor e da poupança popular, a prevenção e o combate à lavagem de dinheiro, a prevenção e combate à corrupção, o controle à evasão fiscal e a prevenção e combate ao financiamento do terrorismo e/ou proliferação de armas de destruição em massa.

A instituição ressalva que os entendimentos contidos no parecer estão sujeitos a modificações posteriores, "na medida em que venha a ser sancionada legislação específica sobre a matéria ou, até mesmo, como consequência prática do permanente desenvolvimento da tecnologia, das características e das funções inerentes aos criptoativos".

Em um dos capítulos, o documento da CVM dispõe sobre a caracterização de criptoativos como valores mobiliários. Nesse caso, ainda que esses ativos não estejam expressamente incluídos entre os valores mobiliários citados nos incisos do artigo 2º da Lei 6.385/76, os agentes de mercado devem analisar as características de cada criptoativo com o objetivo de determinar se é valor mobiliário, o que ocorre quando: é a representação digital de algum dos valores mobiliários previstos taxativamente nos incisos I a VIII do artigo 2º da Lei 6.385/76 e/ou previstos na Lei 14.430/2022 (i.e., certificados de recebíveis em geral); ou enquadra-se no conceito aberto de valor mobiliário do inciso IX do artigo 2º da Lei 6.385/76, na medida em que seja contrato de investimento coletivo.

O parecer trata ainda de critério funcional para taxonomia de tokens, regime informacional e a valorização da transparência, papel dos intermediários, fundos de investimentos e sandbox regulatório.

No mês passado, o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, falou do lançamento do parecer. "Nos próximos dias vamos anunciar ao mercado um parecer de orientação importante, no sentido de reunir as posições manifestadas pela CVM", disse. "Ainda não existe lei. Se não existe lei, é compreensível que o poder normativo da CVM ainda não tenha sido exercido na maior extensão", acrescentou.

Para Nascimento, trazer o cripto para o mercado regulado vai ser absolutamente importante para que a indústria cresça e de desenvolva livre de risco de servir para terrorismo, corrupção, lavagem de dinheiro e remessas ao exterior sem tributação.

Os Estados Unidos impuseram nesta segunda-feira (08) sanções ao “mixer” de moedas digitais Tornado Cash, acusando o serviço de ajudar hackers, inclusive da Coréia do Norte, a lavar dinheiro. Os representantes da Tornado Cash e a missão norte-coreana nas Nações Unidas em Nova Iorque não comentaram sobre o assunto.

 Um funcionário do Departamento do Tesouro dos EUA afirmou que o Tornado Cash, um dos maiores serviços de “mix” de moedas digitais, teria levado mais de sete bilhões de dólares em dinheiro digital desde que foi criado em 2019. A ação congela todos os ativos nos EUA do serviço. Autoridades dos EUA e da Coréia do Sul disseram que a Coréia do Norte controla milhares de hackers que roubam dinheiro, incluindo criptomoedas, para financiar seus programas de armas.  

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O Lazarus Group, grupo de hackers apoiado pelo governo norte-coreano que fez inúmeras violações de dados por motivos políticos e financeiros, lavou menos de US $445 milhões por meio do Tornado Cash, explicou o Tesouro dos EUA. Pyongyang negou as acusações. O Tornado Cash também foi usado para lavar cerca de US $100 milhões obtidos em um ataque contra a empresa de moeda virtual Harmony em junho e, na semana passada, no roubo da empresa de tecnologia de moeda virtual Nomad, segundo o Tesouro.  

Em maio, o Tesouro dos EUA também mirou o mix de moeda virtual Blender, impondo sanções pela primeira vez em um serviço do tipo. Mixers de moedas digitais são ferramentas de softwares que agrupam e embaralham criptomoedas de milhares de endereços. “O Tornado é uma ferramenta importante para criminosos e grupos de hackers”, afirmou Tom Robinson, cofundador da Elliptic, de análise de dados sobre criptomoedas. “No total, ao menos um bilhão em receitas de crimes, como ransomware, hacks e fraudes, foram lavados através do Tornado Cash”, continuou.  

A República Centro-Africana adotou o bitcoin como moeda oficial, após aprovação unânime da Assembleia Nacional de um projeto sobre o tema. Em comunicado da presidência, o governo local destaca a "abertura de novas oportunidades para nosso país" com a iniciativa.

A presidência diz que fará "todos os esforços necessários, com respeito à lei" para implementar a criptomoeda como meio de pagamento local.

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Será o primeiro país na África a fazer isso e apenas o segundo no mundo, após El Salvador.

A facilidade de uso do sistema de pagamentos nacional Pix, desenvolvido pelo Banco Central, é uma vitrine do Brasil também no universo dos criptoativos. Essa foi uma das conclusões do painel sobre o ecossistema brasileiro de ativos digitais no evento EthereumRio, que ocorre no Rio de Janeiro nesta semana e vai até 20 de março.

Segundo Rocelo Lopes, CEO da SmartPay Pagamentos Digitais, o Pix mostrou como é fácil a transferência de valores entre pessoas e que é possível pagar com QR Code, o que ajuda a explicar para quem não conhece como é o mundo cripto, sem intermediação bancária, por exemplo.

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Da mesma forma, surgem oportunidades de novos negócios para desenvolvedores de aplicativos, no sentido de facilitar o investimento em criptomoedas.

"Se startups e jovens desenvolvedores criarem aplicativos e produtos tão fáceis como o Pix para o uso de cripto, isso nos dará uma vantagem enorme como brasileiros em relação a qualquer outro país", afirmou Lopes.

Outro ponto de interseção entre o Pix e o universo cripto, como lembrou Safiri Felix, diretor de Produtos e Parcerias da Transfero, é exatamente quanto a CBDCs, as criptomoedas emitidas por bancos centrais. "CBDC tem grande futuro no Brasil. E a regulação traz mais segurança para os investidores", disse.

Nessa questão de regulação, sempre polêmica, o painelista Lopes acredita que "ainda é cedo" de maneira geral, mas que alguns ativos precisam mais de regulação que outros, por exemplo, no caso dos tokens. "Em 20 minutos você consegue colocar qualquer ativo à venda na forma de um token, o que pode ser muito perigoso."

Para Andre Franco, head de research do Mercado Bitcoin, falta estímulo ao ecossistema local, de modo que os empreendedores não sintam necessidade de recorrer necessariamente ao exterior para desenvolver negócios na área cripto. "Precisamos desse mercado aqui, há muitas oportunidades para empreender. É preciso ver cripto como investimento, não penas cotação", concluiu.

Principal companhia do setor varejista nos Estados Unidos, o Walmart anunciou em comunicado nesta segunda-feira (13) uma parceria com a criptomoeda litecoin, que abrirá a possibilidade de clientes da empresa realizarem pagamentos com o ativo na sua plataforma de comércio digital a partir de 1º de outubro.

De acordo com a varejista, a decisão de escolher o litecoin para iniciar sua integração com criptomoedas se dá pelo fato do ativo estar entre os mais antigos do mercado de moedas digitais, além da sua rapidez e custo baixo em comparação com o bitcoin.

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"O litecoin foi projetado para ser usado em transações mais baratas e ser mais eficiente no uso diário", afirmou a companhia.

"As taxas extremamente baixas do litecoin e os tempos de transação rápidos são perfeitos para uma loja líder de comércio eletrônico como o Walmart. Estamos entusiasmados que nossa criptomoeda agora seja suportada pelo Walmart, abrindo mais oportunidades para qualquer comerciante aceitar pagamentos via litecoin no futuro", comentou o criador da criptomoeda, Charlie Lee.

CEO do Walmart, Doug McMillon disse a parceria com o litecoin permite aos clientes uma "experiência muito ágil de compra, com confirmação de transação praticamente instantânea e taxas próximas de zero".

Hackers roubaram mais de US$ 600 milhões em criptomoedas em um ataque cibernético contra a plataforma Poly Network, um protocolo descentralizado de finanças (DeFI, na sigla em inglês) que permite que clientes transfiram tokens entre diferentes blockchains. Segundo a empresa, o golpe representou o maior roubo desse tipo da história.

Em comunicado endereçado aos criminosos, a companhia pediu que os ativos sejam devolvidos e alertou que as autoridades em qualquer país vão considerar o furto um "grande crime econômico". "O dinheiro que você roubou pertence a dezenas de milhares de membros da comunidade cripto", destacou.

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O blockchain é uma rede descentraliza em que as transações com criptomoedas são registradas.

O serviço oferecido pela Poly Network é promover uma comunicação entre essas diferentes plataformas.

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