Tópicos | Moodys

A economia brasileira está preparada para enfrentar os efeitos adversos do El Niño, afirmou a Moody's, em relatório publicado hoje.

O El Niño é um fenômeno climático caracterizado pela elevação da temperatura das águas nas regiões equatoriais do Oceano Pacífico, o que resulta em mudanças nos padrões dos ventos. O fenômeno pode causar, por exemplo, chuvas mais fortes do que o previsto em algumas partes e seca em outras regiões.

##RECOMENDA##

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, há uma chance de 75% a 80% de o El Niño estar completamente estabelecido de outubro a dezembro. A última vez que esse fenômeno foi registrado com força foi em 1997 e 1998.

Gersan Zurita, analista e vice-presidente sênior da Moody's, disse em entrevista que desde então os governos da América do Sul fizeram muito para melhorar as condições financeiras. "O que aconteceu foi que nós tivemos mais políticas ortodoxas sendo implementadas pelos países da região. O Brasil estava exposto à dívida estrangeira de curto prazo, o que colocava o país sob risco, e esse já não é mais o caso", afirmou.

Para ele, os efeitos do El Niño aos cofres públicos brasileiros provavelmente serão baixos e, mesmo assim, o governo estará em boa forma para lidar com gastos adicionais.

O sul do Brasil deve enfrentar chuvas mais fortes, incentivando a colheita de algumas plantações e ajudando a recompor os reservatórios de plantas hidrelétricas. A Moody's lembrou que os bancos brasileiros aumentaram significativamente os empréstimos à agricultura nos últimos anos, então os dois setores estão, em geral, em boa forma financeira para lidar com os efeitos negativos do clima.

O El Niño deve causar inundações em algumas regiões da América Latina, o que aumentaria a necessidade de gastos emergenciais em ajuda às vítimas e para reconstruir a infraestrutura danificada. A seca em outras regiões também deverá aumentar a demanda para a transferência de ajuda àqueles que sofrem os efeitos na agricultura. Em geral, o El Niño irá reduzir a atividade econômica e a receita tributária na região, ao mesmo tempo em que os gastos terão que crescer, avaliou a Moody's.

Normalmente, o Peru é um dos países mais afetados pelo El Niño na América Latina. Para a Moody's, o país enfrenta um risco significativo de danos à infraestrutura por causa de inundações e deslizamentos de terra, mas o fundo de estabilização fiscal do governo peruano pode ser usado para ajudar a reparar os danos. Fonte: Dow Jones Newswires.

As projeções de curto prazo para a economia do Brasil continuam fracas, afirmou a Moody's. Em relatório sobre o cenário macroeconômico global publicado hoje (18), a agência de classificação de risco alertou que o Brasil "provavelmente verá um crescimento econômico sem brilho nos próximos dois anos".

A agência de classificação de risco disse que o cenário central das projeções coletadas mostra um crescimento de 2,0% a 3,0% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para este ano. Para 2015, a estimativa é de um crescimento de 2,5% a 3,5% do PIB, inferior à projeção feita no relatório de novembro, de um avanço de 3,0% a 4,0%.

##RECOMENDA##

A Moody's afirmou que a atividade econômica do Brasil no ano passado foi mais fraca que o esperado inicialmente, refletindo a relutância dos empresários em investir e níveis inflacionários "persistentemente elevados". A agência alertou que o aperto monetário promovido pelo Banco Central deverá pressionar a demanda doméstica.

As obras de construção antes da Copa do Mundo podem fornecer algum apoio para a atividade econômica desse ano, mas há "sinais crescentes de que o crescimento pode sofrer para retornar ao ritmo pré-crise", destacou o relatório.

A sustentabilidade da taxa de crescimento de longo prazo também permanece como uma preocupação da agência, uma vez que a recente desaceleração da produtividade provavelmente reflete uma fraca infraestrutura. "O limitado apetite por risco do setor privado também deve persistir, limitado a relação de investimento sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e talvez pressionando a oferta potencial", afirmou a Moody's.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando