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Local das provas de remo e canoagem nas Olimpíadas de 2016, a Lagoa Rodrigo de Freitas, cartão postal carioca na zona sul, enfrenta há dez dias mais uma mortandade de peixes. Foram recolhidas 43 toneladas de savelhas até o fim da tarde desta quinta-feira, 16, e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente reconhece que a situação deverá piorar nos próximos dias.

O cheio forte de peixe em decomposição incomoda quem passa na orla. A prefeitura atribuiu a mortandade a um "choque térmico" causado por chuvas intensas e pelo aumento do nível do mar, que ocasionaram grande entrada de água na lagoa semana passada. A variação de temperatura apontada pelo monitoramento foi de até menos 4 graus.

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Após três sucessivas mortandades no início dos anos 2000, que resultaram em 400 toneladas de peixes mortos, foram feitas obras para reduzir o despejo de esgoto. O que não impediu mortandade menor, há três anos.

"A lagoa é e sempre será um ecossistema frágil. Venho dizendo desde a última mortandade que é necessário plano de contingência para evitar que pequenas mortandades se tornem maiores, se não tiver uma rápida remoção dos peixes. Não é fatalidade, é porque infelizmente falta gestão", disse o biólogo Mario Moscatelli, responsável pelo replantio de manguezais.

Segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana, dois catamarãs e um barco pequena recolher os peixes. Uma embarcação maior, que poderia agilizar a limpeza, está parada há pelo menos um ano. A secretaria informa que o desequilíbrio continuará nos próximos dias "devido à presença de matéria orgânica decorrente das chuvas e de parte dos peixes (mortos) que permanecem na água e podem comprometer o nível do oxigênio dissolvido".

Ao menos 40 toneladas de peixes foram mortas pela manta de poluição que escureceu as águas do Rio Tietê, na quinta-feira (27), em Salto, no interior de São Paulo. A mortandade é a maior já registrada no município, segundo o secretário de Meio Ambiente de Salto, João De Conti Neto. Cardumes que subiam o Rio Tietê para desovar nesta época de piracema entraram no Córrego do Ajudante, numa tentativa de fugir da manta poluidora. Mas o córrego, que é raso, não tinha oxigênio suficiente e os peixes morreram asfixiados.

O desastre ambiental causou revolta nos moradores, que protestaram com lenços, rostos pintados e cartazes na beira do rio, enquanto equipes da prefeitura trabalhavam, das 7h de sábado às 16h de ontem, para retirar os peixes, que já atraíam urubus. Foi preciso usar uma retroescavadeira para retirar o material da água.

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Os peixes eram colocados em caminhões e, depois de pesados, eram enterrados. Mesmo assim, centenas de quilos não puderam ser retiradas e espera-se que sejam levadas pela correnteza com as próximas chuvas. "Fizemos 11 viagens de caminhão. É o maior desastre dessa natureza no nosso município", disse o secretário.

Para Conti Neto, "o mais revoltante" é que o município nem sequer foi avisado da existência da manta poluidora e não pôde fazer quase nada. "Fomos pegos de surpresa na madrugada de quinta-feira."

Relatório

Segundo Conti Neto, o município está fazendo um relatório para enviar ao Ministério Público Estadual. "Precisamos encontrar os responsáveis por esse crime ambiental", disse o secretário, acrescentando que "ainda são necessários estudos para confirmar a versão da Cetesb".

A agência ambiental divulgou nota, na quinta, afirmando que a manta foi causada pelo revolvimento de materiais sólidos que estavam no fundo do Tietê e de afluentes e foram levados pela chuva.

A manta poluidora, segundo a SOS Mata Atlântica, atingiu 70 km e passou por diversos municípios, no sentido do reservatório de Barra Bonita. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo menos 120 peixes, entre carpas e tilápias, foram encontrados mortos no lago do Parque São Lourenço, no bairro de mesmo nome, próximo ao Centro Cívico de Curitiba, entre ontem e hoje. Segundo a gerente de Parques e Praças da capital paranaense, Walkiria Pizzatto Lima, o fenômeno acontece quando há mudanças bruscas na temperatura da água, mas foi agravado pelo assoreamento do lago e pelo rompimento de uma rede de esgoto da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

Segundo ela, a prefeitura vinha se preparando para realizar o desassoreamento, em razão do acúmulo de matéria orgânica, onde proliferam bactérias que disputam o oxigênio da água com os peixes. "Os peixes mais velhos não suportam e acabam morrendo", disse. No caso do São Lourenço, o rompimento da rede de esgoto agravou a situação, com o deslocamento de volume maior de matéria orgânica. O aparecimento dos peixes mortos tanto no lago quanto nas margens chamou a atenção das pessoas que usam o local para descanso, caminhadas ou esportes.

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A Sanepar informou que, tão logo foi comunicada, uma equipe detectou a rede rompida, onde havia sinais de movimentação de terra, provavelmente por alguma máquina, e fez o conserto. Uma microfilmagem será feita em toda a extensão da rede para ver se há pontos vulneráveis. Técnicos da Secretaria do Meio Ambiente estavam reunidos na tarde de hoje para discutir a transferência de alguns dos peixes maiores para lagos de outros parques de Curitiba.

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