Tópicos | MP da Seca

A presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.716, originada na Medida Provisória 565, que trata da renegociação das dívidas dos produtores rurais e de destinação de crédito para atender setores produtivos rural, industrial, comercial e de serviços de municípios com situação de emergência ou estado de calamidade pública reconhecidos pelo Poder Executivo federal. A MP, apelidada de MP da Seca, foi sancionada com três vetos e a lei, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira.

Segundo mensagem enviada ao Congresso Nacional com as explicações sobre os vetos, o artigo 7º, que tratava das condições para liquidação do saldo devedor, bem como sobre descontos adicionais em caso de pagamento antecipado de parcelas vincendas, foi vetado por ampliar benefícios já concedidos.

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O Ministério da Fazenda propôs o veto por considerar que a "medida representa ampliação de negociação já realizada em programas anteriores, pois aplica novo e excessivo desconto aos significativos benefícios já concedidos, o que representaria um impacto de R$ 2,3 bilhões ao Tesouro Nacional".

Além disso, a Fazenda lembra artigo 16, da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece que "para toda ação governamental que aumente despesa, é obrigatório apresentar a estimativa do impacto orçamentário-financeiro, o que não é feito na proposta".

O governo vetou ainda os artigos 9º e 13º. O artigo 9º tratava de linhas de crédito especiais temporárias para produtores rurais que tiveram prejuízos em decorrência da estiagem em alguns municípios dos Estados do Sul. As linhas envolviam crédito no âmbito do Pronaf e BNDES.

Segundo a justificativa do veto, a abertura dessas linhas de crédito já foi realizada por meio de resoluções do Conselho Monetário Nacional (CMN).

O artigo 13º alterava a data limite dos prazos fixados para a liquidação ou renegociação de operações de crédito, para a concessão de descontos, suspensão de execuções fiscais, entre outros, de 17 de setembro de 2008 para 31 de dezembro de 2013.

Segundo exposição de motivos publicada no DOU, o veto foi feito porque "tal como redigida, a medida pode ensejar a interpretação de que foram reabertos não somente os prazos finais da renegociação como também as datas de contratação das dívidas passíveis de renegociação".

A Câmara encerrou a segunda etapa do esforço concentrado aprovando a medida provisória com liberação de recursos extraordinários de R$ 688 milhões para atender os municípios atingidos pela seca e por enchentes. A MP deverá ser votada na próxima semana pelos senadores. Na sessão desta quarta-feira (22), os deputados concluíram também a votação do projeto, alterado pelos senadores, que cria o sistema informatizado para o acompanhamento da execução penal. A Câmara manteve o texto aprovado em junho passado pela Casa e o projeto segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.

Os deputados aprovaram ainda o projeto da CPI da Pedofilia, de 2008, sobre extradição de estrangeiros pelo Brasil. Pelo projeto, a polícia judiciária da União poderá pedir a prisão preventiva do extraditando, por meio de representação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Como houve alteração do texto pelos deputados, o projeto volta para análise dos senadores antes de ser encaminhado à sanção.

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O PT não concordou em votar o projeto que acaba com a multa de 10% cobrada do empresário e destinada a um fundo em casos de demissão sem justa causa. Ele foi incluído na pauta pelos líderes na reunião de ontem com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), mas foi retirado, depois da discordância do líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP).

A Câmara retoma os trabalhos na primeira semana de setembro. Até lá, não haverá votação e os deputados estão livres para se dedicar às campanhas eleitorais em seus Estados.

A Comissão mista do Congresso responsável por discutir a Medida Provisória da Seca (MP 562/2012) aprovou na noite desta quarta-feira (4) parecer do líder do PT no Senado e relator da matéria, Walter Pinheiro (BA). A principal mudança de Pinheiro, que apresentou seu relatório esta tarde, foi propor uma renegociação de dívidas de produtores agrícolas com saldo atual de até R$ 200 mil, assegurando-lhes direito a suspensão imediata da cobrança. O pagamento desse saldo devedor pode ser feito em até dez anos.

A proposta foi aprovada por unanimidade dos deputados e senadores da comissão e agora segue para o plenário da Câmara para apreciação. Para ter direito às condições favoráveis de renegociação, o agricultor precisa aderir ao programa de repactuação de dívidas até dezembro de 2012. Ele tem de ir ao banco para formalizar o fim da execução. Por meio do programa, a intenção é centralizar débitos que estavam dispersos em várias instituições numa única dívida.

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Pela proposta, somente podem aderir os produtores que tiverem contratos firmados até 30 de dezembro de 2006, no valor original de até R$ 100 mil e que ainda estavam inadimplentes até 30 de junho deste ano.

Estimativas do Ministério da Fazenda indicam que a proposta pode beneficiar cerca de 500 mil produtores, dos quais 350 mil com dívidas de até R$ 35 mil. Ao todo, 125 mil produtores estão com dívidas em fase de execução. A Fazenda aponta que a nova linha de refinanciamento custaria R$ 2,9 bilhões caso todos aderissem.

A proposta do relator da MP também contempla bônus de adimplência, descontos para quem pagar cada parcela em dia. O bônus só é válido para quem tem linhas de crédito de até R$ 35 mil. O desconto é de 15% quando as atividades forem desenvolvidas em municípios localizados na área do semiárido nordestino e 10%, nos demais municípios das regiões Norte e Nordeste. As taxas para os refinanciamentos ficarão em média de 4% ao ano.

A medida foi editada para melhorar a situação das regiões Nordeste, atingida por forte seca, e Norte, afetada por enchentes. Pinheiro propôs regulamentar várias normas do governo federal para atender os produtores do Sul do país, também atingidos pela estiagem. Uma delas é a que autoriza a criar linha de crédito de investimento.

Para o relator, que passou os últimos dias em intensas negociações com a Fazenda, a MP busca solucionar a saúde financeira daqueles que enfrentaram perdas, em função de problemas climáticos. O encontro da comissão mista foi suspenso após a leitura do parecer de Pinheiro.

 

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