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O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), tomou posse neste domingo, 1º, por volta das 17h, em sessão solene na Câmara de Vereadores. No discurso, ele ressaltou que a capital gaúcha vive uma crise financeira. "Os desafios são gigantescos para transformar Porto Alegre numa cidade melhor para se viver", disse. Ele lembrou que, ao assumir a prefeitura, encerra uma década de atividade parlamentar.

Na saída, questionado por jornalistas, afirmou que, diante do quadro fiscal encontrado, existe "um risco grande" de atrasar o pagamento do salário do funcionalismo municipal em 2017. Marchezan se elegeu com um discurso de mudança, prometendo enxugar a máquina pública, modernizar a estrutura da prefeitura e atrair investimentos privados para a cidade.

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No início de dezembro, anunciou a redução de 14 secretarias na administração municipal, passando de 29 para 15. Mas não soube dizer qual será a economia causada pela medida nem quantos cargos comissionados serão cortados.

Neste domingo, ele reforçou haverá redução de cargos em comissão e das funções gratificadas, mas evitou falar em números. "Vamos deixar somente os cargos em comissão que sejam necessários para a máquina funcionar. No nosso entendimento isso deve representar um corte grande", disse.

Por enquanto, Marchezan já definiu o comando de dez secretarias. Ele toma posse, portanto, com a equipe incompleta. Dentre os escolhidos há tanto quadros técnicos como políticos. Os projetos apresentados pelo tucano para modificar a estrutura administrativa da prefeitura serão apreciados pela Câmara de Vereadores nesta segunda-feira, 2, em sessão extraordinária.

Na posse, ele pediu o apoio aos vereadores empossados. "Esta crise é como todas as crises uma grande oportunidade. Peço que não percamos a oportunidade de mudar para melhor a vida dos porto-alegrenses", afirmou.

O orçamento aprovado na Câmara Municipal prevê um déficit primário para Porto Alegre de R$ 285,7 milhões no ano que vem. Marchezan considera que as despesas estão subestimadas e as receitas, superestimadas. A nova administração acredita que faltará R$ 1,1 bilhão para fechar as contas em 2017.

Na última sexta-feira, 30, José Fortunati (PDT) fez um balanço de sua gestão. Informou que sai da prefeitura deixando uma dívida de R$ 139 milhões com fornecedores e atribui a situação à queda na arrecadação. De acordo com Fortunati, parte da pendência pode ser abatida já nos primeiros dias de gestão com R$ 46,5 milhões existentes em caixa.

Marchezan tem dito que, dado o quadro fiscal deteriorado, deverá congelar gastos e renegociar com determinados fornecedores. Após a posse, neste domingo, ele afirmou que sua equipe irá analisar com atenção os dados da prefeitura para apresentar, nos próximos dias, um diagnóstico mais preciso à população, bem como novas medidas.

Nas últimas semanas o tucano travou um embate com seu antecessor por causa da cobrança do IPTU. José Fortunati lançou a campanha de antecipação que se repete em todos os finais de ano. Ofereceu 12% de desconto para o contribuinte que optasse por pagar o imposto de forma antecipada, até o dia 2 de janeiro, e alegou que usaria os recursos para arcar com o 13º salário dos servidores municipais.

Marchezan pressionou Fortunati e tentou barrar a antecipação do IPTU, argumentando que, num momento de crise, não podia abrir mão desta arrecadação em prol da gestão anterior. Como Fortunati insistiu na ideia, o novo prefeito mudou a estratégia e anunciou que quem deixasse para pagar o tributo entre 4 e 30 de janeiro teria abatimento de 15%, o que representa um desconto três pontos percentuais maior que o de Fortunati.

O anúncio gerou dúvidas entre a população e provocou ataques de ambos os lados. A iniciativa de Marchezan, no entanto, foi vetada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Em entrevistas, o tucano tem dito que a situação financeira de Porto Alegre é pior que a do Rio Grande do Sul. Fortunati contesta a informação.

Sebastião Melo (PMDB) e Nelson Marchezan (PSDB), candidatos à prefeitura de Porto Alegre, tiveram um breve encontro no final desta manhã. Os dois se cumprimentaram rapidamente nos estúdios de uma rádio, na zona sul, onde deram entrevistas. O encontro foi amplamente registrado pela imprensa, que aguardava o momento. Melo e Marchezan apenas deram um rápido aperto de mãos.

Apesar do domingo de eleição tranquilo em Porto Alegre, Canoas, na região metropolitana, já registrou 19 prisões por boca de urna. Já em Santa Maria, no centro do Estado, a situação é calma. A Justiça Eleitoral recebeu cinco denúncias de boca de urna, mas nenhuma foi confirmada.

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