Tópicos | Nelson Piquet

Todo driver de Fórmula 1 possui um piloto ou carro favorito dentro da historia da categoria. Com Sebastian Vettel, tricampeão do mundo, não é diferente. Em entrevista à revista alemã “Sport Bild”, o piloto da Red Bull afirmou que o bólido que marcou sua história foi um guiado por Ayrton Senna, o MP4-8. Além do modelo da McLaren, guiado por um dos maiores pilotos da história da F1, o alemão também citou os carros de outros dois brasileiros que fizeram história na categoria: Emerson Fittipaldi, com sua Lotus 72 e Nelson Piquet, com a Brahbam BT52B.

O carro favorito de Seb, sem dúvida, é a McLaren dirigida por Senna. Com ela, o brasileiro conseguiu cinco vitórias durante todo o campeonato[Brasil, Europa, Mônaco, Japão e Austrália] e terminou com o vice-campeonato daquele ano. “Meu carro favorito, definitivamente. A McLaren não tinha o melhor carro naquele ano, mas ainda assim Senna conquistou cinco vitórias”, disse o alemão.

Com bom humor, Vettel falou ainda sobre o carro guiado por Piquet, que conquistou seu segundo título mundial com a Brahbam. O alemão brincou e disse que o carro do brasileiro parecia com um foguete, de tão rápido que era. “Diziam que ele tinha mais de mil cavalos de potência na classificação, fazendo dele mais um foguete do que um carro de corrida”, continuou Vettel.

Sem esquecer do carro guiado pelo maior vencedor da Fórmula 1, Michael Schumacher, o tricampeão do mundo falou sobre o F2002, que era soberano no início dos anos 2000. Com ele, Schumi consagrou seu nome dentro do automobilismo mundial. “Parecia que Schumacher podia fazer jogos com seus adversários. Não é a toa que ele conseguiu o título no GP da França, com seis etapas de antecedência.”

Por fim, Sebastian não poderia esquecer do carro que deu seu primeiro título mundial, em 2010. Vettel considerou o RB6 o melhor carro daquele vitorioso ano da Red Bull. “O melhor modelo daquele ano. Seria uma pena se não tivéssemos vencido com ele.”

No dia 17 de agosto de 1952 nascia um dos maiores vencedores do automobilismo brasileiro. Homem de temperamento forte, frases irreverentes, muitas vitórias, casamentos e filhos, Nelson Piquet completou mais uma conquista nesta sexta-feira (17): chegou aos 60 anos de idade. Em homenagem a esta data, o Portal LeiaJá relembra um pouco desta história.

Nelson, assim como Ayrton Senna, é um dos maiores vencedores da Fórmula 1, faturando três títulos mundiais. O caminho foi longo até o ápice da carreira. Nascido no Rio de Janeiro, ele precisou se mudar ainda com sete anos para Brasília-DF, local onde seu pai, Estácio Gonçalves Souto Maior, médico pernambucano e ex-ministro da saúde, iria trabalhar.

##RECOMENDA##

Aos 15 anos, o garoto carioca iniciava no kart. O futuro no automobilismo não agradava o pai, que preferia a carreira de tenista. Por conta da rejeição, Nelson passou a usar o sobrenome da mãe, a também pernambucana Clotilde Piquet.

O futuro de Piquet no mundo da velocidade passou a ficar mais sério quando ele se muda para São Paulo, em 1975, e um ano depois já foi campeão do Paulista e brasileiro da categoria Super V. Com o rápido sucesso ele decide tentar a carreira na Europa em 1977. Já em 1978, vence o campeonato Inglês (Fórmula 3) e ainda faz a sua primeira participação na Fórmula 1, realizando um teste na equipe Ensign no Grande Prêmio da Alemanha.

Na sequência, em 1979, integrou a Brabham - equipe comandada por Bernie Ecclestone, hoje mandatário da F-1. Foi companheiro de Nick Lauda, que viria a ser um grande conselheiro para o brasileiro. A primeira vitória aconteceu na temporada seguinte, na disputa do GP do Oeste dos Estados Unidos, em Long Beach, onde hoje é disputada a Fórmula Indy. O piloto chegou perto do título, mas acabou superado pelo australiano Alan Jones.

Mais experiente e adaptado à Fórmula 1, Nelson repetiu o feito de Emerson Fittipaldi e entrou para o hall de brasileiros vencedores da categoria em 1981. Com uma diferença de um ponto, ele superou o argentino Carlos Reutemann na última prova da temporada. O bicampeonato foi alcançado dois anos depois, mais uma vez pela Brabham, também no último GP, dessa vez derrotando os concorrentes diretos Patrick Tambay, da Ferrari, além da dupla Alain Prost e René Arnoux, da Renault.

Após duas temporadas sem sucesso, Nelson Piquet troca de escuderia e passa a defender, ao lado do inglês Nigek Mansell, a Williams em 1986. A dupla não conseguiu o título no mesmo ano, perdendo para Alain Prost.

Em 1987, Piquet e Mansell disputam o campeonato de forma acirrada. O brasileiro sofre um forte acidente na mesma curva em que Senna morreria, mas se recupera ao longo do certame. Antes da última prova (em Suzuka, no Japão), Nigel sofre um acidente leve mas que o impede de competir e Piquet assegura o tricampeonato de forma antecipada. Esse foi o derradeiro título do velocista.

Nos anos seguintes, Piquet ganhou milhões para substituir Senna na Lotus, onde sairia após duas temporadas por não aceitar o desempenho do carro e se desentender com o chefe da equipe. Seguiu para a Benetton em 1990, quando ficou com o terceiro lugar geral da F-1. Um ano depois se despediu da escuderia, passando a negociar com a Ferrari, mas a transação não avançou.

Em 1992, passou a competir nas 500 milhas de Indianápolis. Adaptou-se bem, mas sofreu um grave acidente que o tirou de toda a temporada. Ele teve traumatismo craniano e quebrou em várias partes as duas pernas e pés. Reconstituiu-se de todas as lesões e voltou um ano depois, mas não terminou por causa do motor de seu carro.

Família

Nelson Piquet também ficou conhecido pelo número de casamentos. Ao todo, ele oficializou quatro matrimônios, que resultaram em seis filhos – um deles é Nelsinho Piquet, também automobilista e que disputou a Fórmula-1 em 2008 e 2009. Atualmente, compete na Nascar.

Curiosidades e Frases

Em um GP disputado na Alemanha, Eliseo Salazar, que era retardatário, não viu a chegada de Piquet e por isso não cedeu a passagem. Os dois colidiram e o brasileiro partiu para a briga física. Nelson declarou: “ele não é piloto, é motorista”.

Desagradado pelo privilégio dado a Nigel Mansell nos tempos em que defendia a Williams, Nelson ouviu o companheiro pedir para trocar os pneus, mas entrou antes dele nos boxes e ficou com o pit stop, obrigando o inglês a fazer mais uma volta.

Com o ingresso de Senna na F-1, o duelo particular brasileiro foi inevitável, já que os dois sempre lutaram por títulos e trocaram farpas. No primeiro GP da Hungria, Nelson praticou contra Senna uma das melhores ultrapassagens da história na categoria.

Desafeto declarado de Nigel, Piquet se beneficiou de um vacilo do adversário. Ao vencer uma prova com vantagem, Mansell começou a cumprimentar os torcedores, mas o carro parou por um problema no alterador e ele foi ultrapassado pelo brasileiro, que não perdeu a oportunidade e acenou ironicamente: "Quase tive um orgasmo ao ver o Mansell ali, parado", provocou Piquet após a prova.

Em outra oportunidade, não perdeu a chance de disparar contra Nigel: "Mansell tem as duas mulheres mais feias da Fórmula 1", disse, referindo-se à esposa e à estátua que Mansell tinha no jardim de sua casa.

Hoje, Piquet atua no ramo empresarial. Ele ainda corre, mas apenas por diversão. Em toda carreira na Fórmula 1 somou 23 vitórias e chegou, em 60 oportunidades, entre os três primeiros.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando