A grande final do campeonato de futebol americano profissional dos Estados Unidos (National Football League), chamada de Super Bowl, está entre os eventos esportivos de maior audiência do mundo, além de movimentar altas cifras em dinheiro com o valor dos ingressos, turismo e os tradicionais shows do intervalo, que sempre trazem artistas de sucesso, como por exemplo Lady Gaga, Katy Perry, Beyoncé, Bruno Mars, a banda Coldplay e Justin Timberlake, que é a atração desse ano. Confira uma playlist de vídeos com shows do Super Bowl desde 1967 até hoje.
O Super Bowl LII será disputado neste domingo (4) a partir das 21h (horário de Brasília) pela equipe do Philadelphia Eagles, que teve a melhor campanha da temporada 2017 e será comandado por Nick Foles na ausência do quarterback titular Carson Wentz, enfrentando o atual campeão New England Patriots de Tom Brady, o quarterback de 40 anos de idade, casado com a modelo brasileira Gisele Bündchen, pentacampeão de Super Bowls e visto por muitos como o maior jogador da história em sua posição.
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O LeiaJá ouviu torcedores brasileiros de ambas as equipes e preparou uma lista com os lugares onde haverá transmissão da partida com eventos preparados para os fãs do esporte da bola oval para que você possa ficar por dentro do jogo que vem por aí e se preparar para reunir os amigos, acompanhar a partida e curtir o show no intervalo.
Casal que torce unido, permanece unido
A professora Maria Clara Oliveira, de 34 anos e o servidor público Sidney Torres, de 35 anos, são casados e entre as coisas em comum que unem o casal, estão a paixão pelo futebol americano e também pelo mesmo time, o New England Patriots. O amor pelo time também contagiou as irmãs e o cunhado de Sidney, fazendo com que todos eles organizassem uma viagem aos Estados Unidos para ver o time em campo e, recentemente, mais um possível torcedor se juntou à família: Henrique, primeiro filho do casal, nasceu na última sexta-feira (2) e crescerá em contato com o futebol americano desde cedo.
Tudo começou quando Sidney conheceu o esporte em 2006, após contrata um pacote de televisão por assinatura e passou a ter acessos aos jogos da National Football League (NFL), que atualmente não são transmitidos em TV aberta. “Me tornei torcedor dos Patriots já em 2006, não sei bem o motivo. Costumo dizer que o time lhe escolhe, e não o contrário”, contou ele.
Entre as novidades que o futebol trouxe para a sua vida, Sidney aponta aprendizado, amizades e um jogo que o diverte do início ao fim. “O esporte me mostrou um jogo de muita estratégia e que não tem jogadas inúteis, em que a intensidade é constante e a torcida por New England acabou me conectando com outros torcedores do time, muitos de fora do Brasil, e esse contato ainda hoje faz com que eu aprenda muito”, explicou Sidney, que além de torcer, também escreve sobre seu time e tem um fã clube.
“Eu comecei escrevendo para um site que já existia, depois de 2 temporadas um amigo me chamou pra fazermos o nosso próprio site, aí nasceu o Patriotas na offseason de 2015. Também e criamos um fã clube oficial, cadastrado nos Patriots, que hoje é o que tem mais membros no mundo”, explicou ele.
Maria Clara foi apresentada ao esporte através de Sidney. A torcida pela mesma equipe, segundo ela, aconteceu de uma maneira espontânea. “Sidney não impôs nada, mas como víamos na maioria das vezes jogos dos Patriots, terminei gostando do time e adotei como meu”, conta.
A experiência de ver o time em campo, para ela, foi fantástica pois “as pessoas fazem com que você se sinta parte daquele lugar fazendo ‘high five’ com a gente e torcendo junto, o estádio é meio interativo, com um narrador agitando os torcedores, estimulando a fazer barulho e torcer, músicas nos intervalos, as pessoas se divertindo, incrível mesmo”, lembra Maria Clara. Sidney partilha da mesma opinião e recomenda a outros fãs de futebol americano que “se você puder ir a um jogo da NFL, não pense duas vezes”.
Na opinião de Maria Clara, a temporada dos Patriots foi mediana devido a momentos difíceis e problemas com a defesa, mas ainda assim as expectativas se mantém altas e ela segue otimista para enfrentar a equipe de Philadelphia no domingo.
“Não sou fã doida que acha que o time só ganha, mas em todos esses anos de torcedora aprendi que não posso duvidar da capacidade do meu time, que se mostrou muito bom no quesito qualidade e superação nas horas de sufoco, então estou otimista, mas com pé no chão”, explicou.
Para Sidney, o início da temporada mostrou um time inconstante que se encontrou mais à frente no campeonato e conseguiu bons resultados chegando ao Super Bowl apesar de ter passado perto da eliminação no confronto contra a equipe do Tennessee Titans. “Esse super Bowl promete, trouxe sem dúvidas as duas melhores equipes da liga, os melhores times de cada conferência, ambos têm jogadores que podem decidir a qualquer momento e eu espero um jogo decidido nos instantes finais, emocionante, digno dos dois melhores times da temporada, e torço para que os Patriots consigam sobreviver à espetacular defesa dos Eagles” explica Sidney.
Apesar de reconhecer que não deverá haver jogo fácil, ele se mantém otimista por mais um título para seu time: “assim como no último Super Bowl, o time chegou à beira da eliminação mas encontrou forças não sei de obter para arrancar a vitória”.
À espera da revanche
Renan Victor Dourado tem 27 anos, joga no time Prudente Renegados, trabalha como vendedor em uma loja de artigos esportivos e acompanha o futebol americano desde a temporada de 2003, quando aos 14 anos começou a ver filmes e jogos por influência de um amigo e se apaixonou pelo esporte e o amor pela equipe da Philadelphia veio junto.
“O primeiro jogo que vi foi do Eagles, logo na primeira rodada da temporada pegamos o Tampa Bay Buccaneers e tomamos uma paulada de 17 a 0 e depois contra o Patriots foi outra derrota, por 34 a 0. Mas foi bem além do jogo, quando vi Brian Patrick Dawkins jogando me apaixonei pelo espírito de luta daquela defesa”, explica o torcedor.
Renan já era fã dos Eagles quando a equipe enfrentou, em 2005, os Patriots na última vez que chegou ao Super Bowl, em uma temporada que, segundo ele conta, foi muito boa para o time da Philadelphia. Na grande final, no entanto, o resultado não foi o desejado pela torcida, que viu o time ficar só no vice-campeonato ao final de um jogo disputado que terminou com um placar apertado: 24 a 21 e o título de campeão foi para a equipe da Nova Inglaterra.
Vários sentimentos se misturaram para Renan, que ao final do jogo estava “chorando, feliz, triste, foi um mix de sensações! Era internet caindo e eu acompanhando pelo Orkut na comunidade dos Eagles, nesse dia tive certeza da escolha que fiz, eu amava aquele time”, declarou ele.
Nos anos que separaram a final de 2005 e o jogo do próximo domingo (4), o Philadelphia Eagles passou por um jejum não somente de títulos mas também de partidas de pós-temporada, muitas vezes saindo da disputa antes mesmo dos playoffs, que são o “mata-mata” da NFL. Renan conta que, em todos esses anos, ser torcedor dos Eagles era sinônimo de aguentar brincadeiras de amigos que torciam para outras equipes devido às dificuldades enfrentadas pelo time. “Foi muito f**a ser um Eagle esse tempo todo pela zoeira, mas em 2008 e 2013 houveram lampejos de esperança”, explica o torcedor.
Para a partida de domingo, o torcedor dos Eagles conta que torceu para que o jogo fosse contra o New England Patriots para que possa “dar o troco” depois da derrota de 2005. “Eu queria essa revanche, eu preciso ver o Eagles ser campeão em cima do Patriots, sabe? sempre tivemos ótimos times e caímos, dessa vez o time está melhor ainda e o Patriots é o melhor adversário para se enfrentar em um Super Bowl”, explica Renan.
Ansioso, ele espera um jogo em que a defesa dos Eagles, que é vista como a melhor de toda a liga, “vai ter que impor toda a sua força desde o começo e pressionar Brady, Nick Foles vai ter que jogar com a determinação da última partida e impor o jogo terrestre também é importante, mas a linha secundária do Patriots não é mais aquele bicho papão de dois anos atrás, estou otimista”, explicou Renan.
Resiliência é a palavra da temporada dos ‘underdogs’
Aos 24 anos Maykon Reis se prepara para se tornar bombeiro militar, o que lhe toma bastante tempo e exige dedicação, mas ele continua achando espaço para a sua paixão pelo futebol americano: torce pelos Eagles na NFL e atualmente joga como quarterback na equipe do Recife Mariners.
A paixão que começou após a partida de Super Bowl entre Arizona Cardinals e Pittsburgh Steelers em 2009, o que levou ele, seus irmãos e amigos do colégio a começar a jogar com o único objetivo de se divertirem. “Me apaixonei pelo jogo, simplesmente fiquei muito empolgado mesmo sem entender nenhum tipo de regra”, contou ele.
Ainda sem seguir nenhum time como torcedor, Maykon se encantou pela atuação do quarterback Michael Vick, que era da equipe do Atlanta Falcons, então “quando ele foi jogar nos Eagles, me levou junto como fã e eu torço pelo time desde então”, explicou Maykon.
A temporada deste ano deixou o torcedor otimista pelo futuro do time para muito além do resultado do Super Bowl LII, pois para ele a equipe enfrentou obstáculos grandes e ainda conseguiu grandes resultados enquanto quase ninguém além dos torcedores tinham esperanças de um bom ano para as águias que já eram tratadas como “underdogs”, termo no inglês que equivale a “dar zebra”, que é quando um time não-favorito alcança resultados surpreendentes e as grandes equipes decepcionam.
“Durante toda a campanha do Eagles no playoffs o time vem sendo posto em dúvida mesmo tendo o maior número de vitórias, jogando em casa, todos duvidavam. Resiliência é a palavra com que eu resumo a temporada e estou realmente tranquilo com o time hoje, é o ano do ‘underdog’ pois apesar das dificuldades, o time conseguiu chegar até o Superbowl e quem sabe ganhar de um dos melhores técnicos e quarterback de todos os tempos”, explicou Maykon.
Se interessou e quer assistir ao Super Bowl LII? Veja onde tem eventos para os fãs do esporte da bola oval:
Black Lions Crossfit
O time Recife Mariners está organizando um evento para os fãs do time assistirem ao Super Bowl reunidos. A academia Black Lions Crossfit fica na rua Dona Maria de Souza, no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, e abrirá às 17h para receber o público com open bar de drinks e comida. O ingresso individual está sendo vendido no local do evento, custa R$ 30 e na compra de 4 é possível solicitar reserva de mesa com a organização do evento.
Recife Pirates Super Bowl Week
O Restaurante Ilha do Guaiamum vai transmitir o Super Bowl LII a partir das 20h30, em evento organizado pelo time Recife Pirates. O restaurante fica na rua Da Maria Carolina, 80, 51020-220 Recife.
Underground
O Underground, também chamado de Under Sports Bar, exibirá o Super Bowl em um evento que incluirá open bar com as cervejas Heineken e Eisenbahn, refrigerante e água a partir das 18h. É necessário fazer reserva através dos telefones (81) 3040-7743 e 9 9666-2279. O bar fica localizado na avenida Boa Viagem, 618, Boa Viagem.
BeerDock
O BeerDock, que é um bar dedicado a chopes e cervejas artesanais, exibirá a partida e abrirá mais cedo, a partir das 16h, para receber o público na unidade de Boa Viagem, localizada na rua Maria Carolina 273 e também no bar do bairro da Madalena, na rua Desembargador Luís Salazar, 98.
Cinemas Cinemark
A rede de cinemas Cinemark exibirá o Super Bowl através da transmissão da ESPN em 19 cidades do Brasil. No Recife, os fãs do esporte que quiserem assistir à grande final na telona têm como opção o Shopping RioMar, que fica na avenida República do Líbano, 251, bairro do Pina. O ingresso custa R$ 60 a inteira e R$ 30 a meia-entrada.
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