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Amar alguém é diferente dos demais sentimentos. Não se trata simplesmente de uma atração física. É quando o homem ou a mulher deposita no parceiro confiança e a expectativa de viver uma história de felicidade. Nos melhores momentos dos casais, as boas experiências tomam conta dos relacionamentos e ficam guardadas nas mentes de quem viveu. Só que isso pode ter um fim. É quando a frase “nada é pra sempre” passa a ser vivida na prática. O fim de um relacionamento, principalmente para quem queria manter a união, representa um momento de perda, às vezes não aceito e muito menos assimilado pela pessoa rejeitada.

A dor do fim do relacionamento está estampada na face de um entrevistado do LeiaJá que não quis ser identificado. A pergunta sobre o namoro que acabou há sete meses o deixou desconfortável, ao mesmo tempo em que acabou o instigando a desabafar sobre caso. “Um momento de transição brusca e inesperada, de uma fase que eu considerava a melhor que já tive para um momento de extremo desespero, principalmente pelo ócio do momento, em que eu estava sem trabalho fixo, apenas como freelancer. Tinha medo de chegar em casa e enfrentar o silêncio - cabeça vazia, oficina do diabo. O cara acha que a felicidade depende da presença da pessoa que gosta, mas depois vai arrumando formas de encontrar em si mesmo o alto astral”, conta o personagem.

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Quem perde um namoro, noivado ou casamento e não consegue aceitar o fim do relacionamento pode sofrer bastante. Segundo a psicóloga do Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem (CPPL), Maria Helena Barros, o sentimento de perda do companheiro representa, em muitas situações, um luto pior do que o da morte. “Existem pessoas que não conseguem perder o amor e não aceitam essa perda. O fim de um relacionamento pode, inclusive, ter um luto pior do que o da morte. A morte é algo esperado pelas pessoas, já o fim de um casal pode pegar uma das partes de surpresa. As pessoas se juntam por vários motivos e acabam vislumbrando um ‘companheiro ideal’ que pode não atender todos os seus anseios”, explica Maria Helena. Para a psicóloga, os casais não devem viver um relacionamento pensando que a qualquer momento ele pode acabar, porque isso não vai gerar comprometimento entre eles. Porém, segundo a especialista, não é aconselhável que toda a felicidade da vida seja jogada na presença do companheiro. “É preciso ter felicidade e prazer em outras coisas, como o trabalho e os amigos”, complementa.

“Trago seu amor de volta”, garante Sahra de Iemanjá

Se não existe a aceitação da perda e ainda persiste a dor de um “coração partido”, há pessoas que apelam para algo não palpável para recuperar o amado. A fé no que não se pode vê ganha força e alguns rejeitados acabam procurando serviços místicos para trazer o amor de volta. Sahra de Iemanjá, uma jovem baiana que reside em Pernambuco há 15 anos, “ajuda” diariamente dezenas de pessoas que sonham em sarar o coração. Candomblecista, Sahra - que preferiu não mostrar o rosto - não se considera uma empresária, mas assume que toda sua fonte de renda vem do “negócio místico”. De acordo com ela, o trabalho para trazer o amor de voltar, a partir da força da natureza e das entidades, só é feito se existir possibilidade de felicidade entre o casal. Segundo a religiosa, uma entidade cigana dá o veredito se a reconciliação pode ou não ser feita.

“A grande maioria dos clientes procura meu trabalho por questões de amor. Eles não se sentem realizados em outras casas de mãe ou pai de santo, e acabam vindo a minha procura. Quem tentou reconciliar o namoro ou casamento e não conseguiu, já chega para conversar comigo com um histórico de decepções. Às vezes o cliente tem muito dinheiro, quer de todo jeito trazer o amor de volta, mas minha cigana (entidade) diz que não é possível juntar o casal. Quando isso acontece eu explico para o cliente que não posso fazer o trabalho e às vezes tem gente que fica revoltada. Mas, quando minhas correntes espirituais mostram que eu posso trazer o amor de volta, eu garanto que o serviço será feito”, afirma Sahra de Iemanjá.

Alguns clientes de Sahra não quiseram falar sobre o assunto. Porém, independente da veracidade do “trabalho religioso”, é notável uma grande procura pelos serviços da candomblecista. As consultas custam de R$ 90 a R$ 150 e os trabalhos variam de acordo com os produtos solicitados por Sahra. De acordo com ela, havendo a possibilidade de um cliente pagar todas as consultas e arcar com os produtos de uma só vez, o amor será trazido de volta em até 21 dias. “Eu garanto meu trabalho”, reforça a jovem. O LeiaJá foi as ruas do Centro do Recife para ouvir a opinião da pessoas sobre os trabalhos religiosos que prometem reconciliações amorosas. Confira o vídeo com o repórter Rodrigo Rigaud.

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As consultas com a Sahra de Iemanjá são realizadas as segundas, quartas e sextas-feiras na unidade do bairro do Janga, na cidade de Paulista, na Região Metropolitana do Recife. As terças e quintas-feiras, a candomblecista atende o público em um apartamento no bairro da Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Todos os atendimentos são por hora marcada. No vídeo a seguir, Sahra explica como as consultas são realizadas:

De acordo com o pesquisador e mestrando em ciências religiosas, Alexandre L´Omi L´Odò, práticas religiosas que envolvem magias fazem parte da tradição brasileira, pois o país carrega uma matriz africana muito grande. Segundo o estudioso, no que diz respeito aos feitiços com foco em reconciliações amorosas, esse tipo de prática é mais comum entre religiosos que se especializam na área e fazem atendimentos particulares.      

 

  

 

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