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O governo do estado indiano de Tamil Nadu, no sul do país, retirou de cartaz por 15 dias um filme de espionagem criticado por muçulmanos diante do temor de que sua projeção provocasse uma onda de violência. A decisão foi criticada por defensores da liberdade de expressão e o ator Kamal Haasan, produtor e co-diretor do filme, ameaçou se exilar.

A chefe de governo de Tamil Nadu, a ex-atriz Jayalalithaa Jayaram, disse que teve que proibir o filme Vishwaroopam durante 15 dias pelo temor de manifestações violentas nos cinemas. "Quando você sabe que irá ocorrer violência em uma situação precisa, em um determinado local, o dever do governo é fazer tudo o que estiver ao seu alcance para impedir que aconteça", disse Jayaram.

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Por sua vez, a polícia do estado não tem efetivos suficientes para proteger os 500 cinemas que devem projetar o filme no estado, acrescentou. Segundo a imprensa, Kamal Haasan teria aceitado modificar o filme para reduzir a tensão. "Se os dirigentes das organizações muçulmanas e Kamal Haasan puderem trabalhar juntos para chegar a um acordo amistoso, o governo de Tamil Nadu fará todo o possível para facilitar as coisas", declarou Jayaram.

Estrelas de cinema, como o ícone Shah Rukh Khan, manifestaram apoio a Haasan. Por sua vez, o ministro federal da Informação, Manish Tiwari, estimou que os estados da Índia "Devem se inclinar pela liberdade de palavra e de expressão", inclusive quando há inquietação pela ordem pública.

Na última quarta-feira (30), o escritor britânico de origem indiana Salman Rushdie cancelou um encontro para promover um filme baseado em seu livro Os Filhos da Meia-Noite no leste da Índia após protestos de grupos muçulmanos. A televisão mostrou quase 100 pessoas reunidas nas imediações do aeroporto de Kolkata (leste) na quarta-feira para protestar contra a visita de Rushdie.

O livro de Rushdie Os Versos Satânicos, publicado em 1988 e ainda proibido na Índia, continua sendo considerado por muitas pessoas no mundo muçulmano como uma obra blasfema que insulta sua religião.

O aclamado autor britânico Salman Rushdie cancelou, nesta quarta-feira (30), o evento da promoção de um filme e um veterano ator indiano, Kamal Haasan, ameaçou optar pelo exílio em função de grupos islâmicos que protestaram contra seu trabalho. Rushdie foi forçado a cancelar uma viagem para promover o filme de seu romance Os Filhos da Meia-Noite na cidade de Kolkata.

Rushdie é autor do livro Os Versos Satânicos, de 1988, que permanece banido na Índia por alegadamente insultar o Islã. As imagens de TV mostraram cerca de cem pessoas de vários grupos muçulmanos reunidos fora do aeroporto de Kolkata, na manhã desta quarta, para protestar contra a visita do autor.

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Já o ator Kamal Haasan disse que deve deixar o país depois que seu novo filme "Vishwaroopam" foi forçado a ser retirado de cartaz dos cinemas pelo governo no estado de Tamil Nadu, ao sul da Índia, por apresentar uma imagem negativa dos muçulmanos. Os últimos incidentes ocorrem em meio à crescente preocupação sobre a liberdade de expressão e artística na Índia.

Haasan disse que estava farto da controvérsia gerada sobre seu filme e que buscaria outro país para viver, tal como o aclamado pintor indiano M.F. Hussain, que foi alvo da Hindus radicais e deixou o país em 2006. "Espero encontrar outro país que seja secular e que me acolha. M.F. Hussain teve de fazer isso, e agora Haasan também o fará", anunciou em coletiva de imprensa em Chennai, na capital de Tamil Nadu.

Rushdie, que teve sua estada na Índia mantida sob sigilo devido a ameaças, passou uma década se escondendo do líder espiritual iraniano Aitolá Ruhollah Khomeini, que emitiu uma fatwa (um decreto religioso) em 1989 pedindo por sua morte. No ano passado, Rushdie foi forçado a não comparecer a um festival literário na cidade de Jaipur, ao noroeste da Índia, após ameaças de morte e protestos de islamitas.

Na terça-feira, o acadêmico indiano Ashis Nandy teve uma queixa policial contra ele arquivada por dizer que alguns dos grupos mais desfavorecidos da Índia eram "os mais corruptos". E também no ano passado, um chargista foi acusado de gerar motim e preso após uma queixa sobre seu trabalho que abordava a corrupção em massa no governo e na sociedade.

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