Tópicos | paralisação de ônibus

A manhã desta quinta (5) começou com os ônibus parados no centro do Recife. Por volta das 8h30, a frota parou suas atividades no cruzamento da Avenida Guararapes com a Rua do Sol e os passageiros precisaram seguir seus trajetos a pé. Segundo informações, coletivos estão retornando da Avenida Cruz Cabugá. A categoria protesta contra a implementação de dupla função dos motoristas, além da falta de segurança e desconforto nas integrações e terminais.

Mesmo em passos apressados e sentindo na pele os reflexos do protesto, a técnica em enfermagem Neide Félix discorda das demissões. “Eles fazendo isso vão deixar muitos pais sem emprego”. Ela também reforçou a importância da luta por direitos, visto que o ato se estende contra a Reforma da Previdência. “Eu concordo, eles têm que reivindicar os diretos deles, porque eu acho essa medida muito errada. Apesar que atrapalha muito a gente”, apoiou.

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Fora do mercado de trabalho desde 2016, o ex-cobrador Kleberson Marcos lamenta a perda do emprego. “É difícil, principalmente para quem tem filhos”. Há dois anos, ele roda o Centro nos mesmos ônibus que trabalhava, contudo, sustenta a família com a venda de água e cremosinho. O autônomo relata que, antes de demiti-lo, a empresa apenas alegou que iria cortar gastos ; ele precisou entrar na Justiça para conseguir receber o valor da rescisão.

“Enquanto houver demissão, a gente não vai recuar. Vai ser uma queda de braço”, afirmou o presidente eleito do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco Aldo Lima. Desde novembro, este é o quinto protesto organizado pela oposição temporária, que promete novos protestos até o fim do ano. “O consórcio tem tido conivência e não se posiciona para nada”, relatou Aldo.

Essa paralisação já havia sido anunciada com alguns protestos ocorridos na última semana. Na quarta, dia 20 de novembro, os rodoviários bloquearam o terminal integrado de Xambá por conta do acúmulo de funções e demissões recentes na categoria. Já na sexta (29), moradores do bairro da Torre, Zona Norte Recife, paralisaram o trânsito protestando contra a retirada dos cobradores dos coletivos.

Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) criticou os protestos realizados pela categoria. “A escolha do grupo, sequer empossado, continua sendo de causar tumulto ao invés do diálogo ou contribuição com soluções. O que só reforça que se trata de uma ação com motivações políticas e pessoais, e que, novamente, ocorre sob a falsa alegação de demissões de cobradores”.

A Urbana-PE também reiterou “que não houve demissões de cobradores motivadas pela alteração no procedimento de embarque. Ao contrário, os profissionais estão sendo capacitados e aproveitados em outras funções e que a mudança tem ocorrido com consentimento do órgão gestor, do próprio Sindicato dos Rodoviários, conforme convenção coletiva da categoria, e dos operadores”.

O Sindicato ressalto ainda “que os cobradores estão sendo promovidos para diversas funções nas empresas, e não apenas para os cargos de motorista, como sugere a nova diretoria do Sindicato dos Rodoviários”.

Por fim, solicitou “providências do poder público para que atos como esse não voltem a prejudicar toda a sociedade em função de interesses políticos de um grupo que vem se mostrando autoritário e descomprometido com a população”.

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Com informações de Victor Gouveia

No segundo dia da greve dos rodoviários do Recife e Região Metropolitana, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) informaram que as atividades estão suspensas. Quem decidiu cancelar as aulas também foi o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE).

Na UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau e nas Faculdades Integradas Aeso Barros Melo, os estudantes terão aulas normalmente.

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O julgamento da greve será feito nesta terça (2), às 17h, e os estudantes devem ficar atentos ao andamento do processo.

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